Encontro Com Ele (Livro 5)

Capitulo 5

Deveria me sentir em casa ao desembarcar e encontrar meu pai. Mas tudo o que sinto é saudade do meu grego delícia. Como eu havia combinado com meu pai e mantive-o informado sobre o tempo de voo e tudo o que era necessário, não demoramos a seguir o rumo da Barra, é incrível a sensação de fora do ninho a qual me encontro. Durante todo o caminho, meu pai me informou sobre tudo, nossa casa que demoraram anos para quitar, que até então é o único patrimônio de verdade que temos está prestes a servir como pagamento de uma dívida que nunca fiz. Minha ex melhor amiga de vida e de trabalho, não se contentou em roubar meu namorado - meu emprego - e agora está se dedicando a me ver presa por fraude, roubo e falsificação de documentos. Quer também tirar o nosso lar. Deveria ter pensando em como me manter afastada de víboras como sempre fazia assim que meus olhos cruzaram com a figura dissimulada a que me refiro.

- Filha?

- Oi! Pode falar coroa!

-Seu namorado sabe sobre o motivo que te fez voltar antes do previsto?

- Deixei uma carta informando que viajei, e minhas roupas entre outros objetos para que ele tenha certeza do meu retorno. Porquê?

- Só tenho medo que isso demore mais do que o esperado e ele fique sem seu belo sorriso apaixonado por ele.

- Não vai acontecer. Qualquer coisa eu ligo pra uma das irmãs dele, levo a bronca do ano, mas elas estarão aqui se for preciso. Como está a mamãe, irmão e os cachorros? - preferi mudar de assunto, afinal, nem tenho certeza se estarão aqui mesmo caso eu precise.

- Todos bem.

Encerramos o assunto por aí. Liguei o som do carro e tentei relaxar longe dos pensamentos ruins que fui levada com uma pequena dúvida que meu pai plantou. Espero que Nicco não me odeie até ler direito a carta que deixei. Espero que ele entenda que meu coração ficou lá porque pertence a ele e que em breve estarei de volta seja lá como for.

Já em casa, tomei banho, café feito pela manhã mãe e depois fui dormir, tive a sorte da companhia seria aceitar adiantar meu retorno quando informei que era motivo de vida ou cadeia, não exatamente assim, mas funcionou. Li e reli todos os documentos que deixaram citando o que supostamente eu fiz. Eles nem tem como provar que eu roubei dinheiro da empresa, mas acreditaram na cadela quando ela informou que mal sai do emprego e viajei. Resolvi ligar pro dono, o todo poderoso e marcar um encontro para esclarecer tudo. Ele de início não aceitou, até que por muita insistência minha ao dizer que tenho como provar minha inocência ele resolveu me encontrar, de acordo com meu pai, não devo levar documentos originais, e eu cursei direito para saber que isso seria um erro, tirei cópias de tudo e me respaldei levando tudo em um cartório pedindo a autenticação, o que prova a veracidade de cada documento.

Quando cheguei, pude ver de longe quem estava acompanhando o idiota que um dia foi meu chefe, a vadia da minha ex amiga. Engoli a raiva e segui até eles. Fui o mais educada possível e entreguei a pasta com as cópias não autenticadas. Assim eles podem pensar que estão com sorte e como previsto, não aceitaram que sou inocente, a piranha rasgou os papéis, riu dizendo que queria me ver provar que não roubei. Só que ela não sabe que já procurei a Defensoria Pública, dei entrada em um processo contra a empresa, pois tenho documentos reais que provam o número de parcelas e todo o meu planejamento cinco anos antes de viajar para Grécia. De acordo com o promotor, tenho muitas chances de sair ilesa e quem sabe até com uma gorda indenização, afinal eu sofri calúnia, o que é crime.

Os dias foram passando tão rápido, mais tão rápido que o mês voou, o processo não anda, meu telefone pifou, não tenho o contato de ninguém na Grécia anotado em canto algum, a saudade anda me matando e acho que estou ficando doente de amor. Porque puta que pariu, como pode uma música me fazer chorar tanto, ou fazer com que eu queira largar tudo e volte mesmo que nadando pros braços dele. Não sei mais o que fazer para tentar me manter focada nas coisas, tudo me lembra o Nicco, as até músicas que eu nunca ouvi parecem ter um pouco dele.