thirty-eight

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"Uma fã?" Luke questiona. "Sabes os problemas que isso iria trazer? Nunca se sabe se é uma fã obcecada que nos quer cortar um pedaço de cabelo e vender no eBay."

"Luke, até parece que todas as fãs são assim." Michael revira os olhos. Pergunto a Ashton, num sussurro, onde está a Barbara e ele responde que está com Johanna e Thalia nos seus lugares dentro da sala de espetáculos.

"Mas porque vamos estar à procura de alguém enquanto que a Bianca já aqui está? Quer dizer, temos de gravar já amanhã, não no próximo mês." Luke defende. Não querendo ouvir mais acerca da conversa, uma vez que não me diz respeito, abandono o camarim. Sigo em direção à porta que leva para a bancada onde sabia que Johanna, Thalia e Barbara estavam.

"Lexi!" A mais pequena vem até mim e abraça uma das minhas pernas. "Podes ajudar a minha mamã? Ela não para de chorar e a Bá também começou a chorar. Eu não sei porquê, os rapazes ainda não começaram a cantar." Ela ri e volta para as cadeiras um pouco mais à frente do sitio onde a sua mãe e Barbara se encontram sentadas.

"O que aconteceu?" Pergunto quando vejo a mãe de Thalia a limpar umas lágrimas do seu rosto.

"Os médicos... Os médicos ligaram-me e disseram que não haveria muito mais a fazer pela Thalia. O novo tratamento não está a resultar e começou a rejeitar todo o tipo de medicação." Com um tom baixo e demasiado doloroso ouço atentamente as palavras que saem lentamente da boca de Johanna. Rapidamente vou ao encontro dela e abraço-a como nunca abracei ninguém. Ninguém merece perder uma das pessoas que mais ama neste mundo e de certo nenhuma mãe merece perder um filho, especialmente quando ainda deveria ter uma vida longa e cheia de coisas boas e felizes pela frente.

"Quanto tempo?" Não queria fazer a pergunta. Era algo que não queria saber e notou-se pela quantidade de vezes que a minha voz falhou a dizer umas simples duas palavras. Não quero imaginar o que deve estar a custar à mãe da pequena Thalia. Ela é uma criança cheia de vida e em tão pouco tempo tornou-se tão importante na minha vida. Como é possível isto acontecer?

"Não sabem bem ao certo visto que é um tratamento novo, mas cerca de um mês." Barbara responde na vez de Johanna. Esta ainda se encontrava abraçada a mim chorando silenciosamente.

Ninguém disse mais nada. Passado uns minutos o choro das três tinha parado, mas eu sabia que isso iria ser apenas temporariamente. Thalia chamou Barbara para brincar com ela, sendo que ela sem pensar duas vezes aceitou. Johanna queria ir ao hospital pedir mais informações acerca do estado de saúde da filha, mas disse-me que não queria ir embora com a filha, uma vez que ela estava demasiado feliz por ver a sua banda preferida. Ofereci-me para tomar conta dela e, após algumas tentativas de recusar, Johanna aceitou. Avisou a filha que teria de ir tratar de uns assuntos e por isso teria de ficar comigo. Thalia aceitou e sorriu para a mãe.

"Porque não vamos para um sitio mais perto? Isto está a começar a encher e assim podes ver melhor." Pergunto à mais pequena que mais uma vez, mostra um enorme sorriso.

O concerto passou rapidamente. Thalia ria, dançava e cantava todas as músicas. Ela não merece nada disto. Que mundo cruel. Ela é como uma irmã mais nova que eu nunca tive. Estúpido dizer isto pois conheci-a apenas à umas semanas mas, tal como com algumas pessoas da equipa, tenho criado ligações tão fortes e em tão pouco tempo que chega a assustar porque em segundos podemos perder alguém. Como perdi o Luke.

"Também estás a chorar Lexi?" A pequena encontrava-se em cima dos meus ombros a aproveitar a última música mas de alguma maneira preocupou-se comigo em vez de aproveitar o momento. Que doce.

"É a música." Minto e sorrio. "Estás a gostar?" Questiono.

"Este é o melhor dia da minha vida Lexi, obrigada." Ambas sorrimos e a música acaba. Rapidamente preocupo-me em tirar Thalia da confusão que seria e caminho até um dos seguranças, mostrando os passes. Naquela zona havia algumas fãs que estavam a sentir-se mal mas mesmo assim estavam com sorrisos enormes iguais aos da Thalia. "Elas estão doentes como eu?"

"Não querida, elas apenas não se estão a sentir muito bem." Ela aproxima-se de uma rapariga que devia ter mais ou menos dezasseis anos.

"Olá." Thalia diz a sorrir.

"Olá." A rapariga responde.

"A minha mamã diz que ajuda quando eu estou de lado." Ela indiretamente sugere à rapariga que se meta de lado para aliviar e assim o faz.

"Obrigada." Ela sorrio. "Como te chamas?"

"Thalia. E tu?" Ela senta-se ao lado dela.

"Felicity." Responde. "E tu és a Alexis." Direciona-se para mim e eu assinto. "Eu lamento por todos os comentários que ouves acerca da tua relação com o Luke. Ninguém merece passar por isso e a vossa relação só devia dizer respeito a vocês os dois."

"Eu sabia que isto iria acontecer mas para ser sincera não esperava que fosse tanto ódio." Solto uma gargalhada para disfarçar um pouco da dor.

"Lexi!" Alguém chama e eu olho para trás. Luke.

"Oh meu deus!" Felicity diz baixinho, ao contrário das outras duas raparigas que estavam naquela sala improvisada.

"Temos de ir." Ele diz depois de tirar foto com as raparigas e falar um pouco com elas. "Olá." Diz para Felicity.

"Luke, esta é a Felicity. Ela não tem o mesmo que eu mas eu ajudei!" Thalia diz enquanto Luke a pega ao colo e lhe dá um high-five.

"Olá!" Felicity diz timidamente. A mãe de Thalia aparece preocupada mas assim que vê que a filha está bem solta um suspiro. Falo brevemente com ela enquanto Luke, Thalia e Felicity falam os três. Johanna prometeu-me informar de tudo acerca da situação da filha e agradeceu pelo dia de hoje. Após nos despedirmos delas e de Felicity, eu e Luke estávamos a caminhar em direção à carrinha.

"Porque estavas a chorar?" Luke pergunta.

Empty Wallets | Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora