twenty-seven

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L U K E  H E M M I N G S 

"O que faz aqui Carter?" Pergunto quando o homem entra no nosso quarto.

"Precisava de tratar de uns assuntos por aqui e falar com vocês sobre umas coisinhas. Onde está a Alexis?"Carter tira um dos poucos morangos que sobraram do pequeno almoço.

"Deve ter acabado agora de sair do banho." Digo.

"Bom, quero-vos no quarto 391 daqui a 20 minutos. Sem atrasos Luke." Dito isto, ele deixa o quarto, batendo com a porta com demasiada força.

"Odeio-o tanto." Digo e ouço a porta da casa de banho a ser aberta.

"Achas que estamos metidos em problemas?" Lexi diz, já vestida.

"Fizeste alguma coisa?" Ela abana com a cabeça, negando. "Então não estamos metidos em problemas bebé." Deixo-lhe um beijo na testa e vou-me calçar.

"O que será que ele quer?" Ela penteia o cabelo no espelho que havia ali no quarto, perto da cama. Como ela é linda. 

"Não sei. Talvez só veio ver com os próprios olhos a incrível dupla que nós fazemos." Vou até ela e abraço-a por trás. "Estás pronta?" Ela confirma. "Vamos antes que o Carter arranje uma maneira de nos torturar." Brinco e entrelaço os nossos dedos, indo até ao elevador.

"Lembra-te que não gostamos nada um do outro. Todo o cuidado com o Carter é pouco." Ela diz preocupada.

"Oui bebé." Dou-lhe um beijo antes das portas do elevador se abrirem.

"Estás a aprender rápido." Ela diz com um sorriso na cara.

"Tenho uma ótima professora." Afastamo-nos antes de eu bater à porta do quarto número 391. Assim que bati, obtemos uma breve resposta a ceder a nossa passagem. 

"Vieram mais cedo, ótimo." Carter diz sentado na secretária do seu quarto. Eu pensava que as secretárias dos quartos de hotel eram completamente inúteis mas claro, não pensei em pessoas como o Carter, que vivem e respiram trabalho. "Eu prometo ser rápido, até porque vocês não são as únicas pessoas com quem tenho de falar." Uma vontade de revirar os olhos surge dentro de mim mas controlo-me, dando um sorriso mais falso que o cabelo vermelho do Ashton. "Como estão a correr as coisas?"

"Bem, não tem visto as fotos?" Respondo.

"Sim, realmente fazem uma incrível dupla. Até parece verdadeiro." Controla o riso Luke, controla. "Bom, hoje vocês vão à disneyland. Vão agir como um casal de namorados durante a manhã mas, durante a hora de almoço, vão a um restaurante. Nesse restaurante vão encontrar o David." Ele mostra-nos uma foto. "Ele vai fingir que se está a atirar à Alexis e tu, Luke, vais causar uma cena porque estás com ciúmes."

"Você sabe que eu sou cantor, não ator, certo?" Digo sarcasticamente.

"Quem sabe se depois desta atuação não terás o nome num dos maiores filmes de Hollywood." Ele responde no mesmo tom que eu. "Agora saiam." Ele entrega-nos os passes para a disneyland. Assim que saímos de lá, ambos recebemos uma mensagem sobre informações que devemos ter em atenção, como o nome do maldito restaurante. Tudo bem que faz parte do contrato, mas contratar alguém para se atirar à minha namorada? Ele não tem consciência nenhuma. Mas ele não sabe que ela é minha namorada. Porcaria de contrato.

"Luke?" Ouço alguém a chamar-me. "Luke?" 

"Desculpa, diz." 

"Estava a perguntar se tens tudo para irmos. Temos de lá estar às dez horas." Alexis diz e eu afirmo.

"Tu estás confortável com esta situação?" Pergunto.

"Não, mas este é o meu trabalho. É o nosso trabalho Luke." Ela diz e sinto nervosismo na sua voz.

"Desculpa ter te metido nesta situação toda." Digo entrando outra vez no elevador, para descer até às receção.

"Luke, a culpa não é tua. Eu já te disse que eu é que quis assinar o contrato." Ela mostra um pequeno sorriso. "Para além do mais, se eu não tivesse assinado aquele contrato, eu nunca te teria conhecido." Ela dá-me um beijo e as portas dos elevadores abrem-se. Graças a Deus não precisamos de fingir que não gostamos um do outro, porque estamos em público.

"Se não nos tivéssemos conhecido por causa disto, tenho a certeza que nos íamos conhecer por outro motivo." Na saída do hotel não estavam fãs nenhumas o que tornou a nossa ida para o carro fácil. Mas de certeza que há uma foto nossa pronta a ser publicada sobre a nossa saída.

"Tens a certeza disso? Eu acho que nunca nos íamos encontrar." Ela coloca o sinto de segurança e diz ao motorista que estamos prontos para ir.

"Claro. O destino demora mas nunca falha." Ela parece um pouco pensativa. "Imagina que ias a um concerto meu e que nós nos encontrávamos? Ou então num café?"

"Tens razão." Ela sorri. "Parece que já passou uma eternidade desde que nos conhecemos mas foi apenas à umas semanas."

"Eu sinto que já te conheço à anos." Beijo-a.

A viagem foi breve e assim que chegamos, começamos a cumprir o nosso itinerário dado pelo Carter. Fomos a alguns parques, muitos deles demasiado românticos.

"É aquele ali. Estás pronta?" Pergunto à Alexis antes de entrarmos no restaurante.

"Sim, boa sorte." Ela diz e beija-me a bochecha. Quando entrámos, fomos diretos para uma mesa perto da janela, já reservada para nós. Eu nem imaginava que era possível fazer uma reserva num restaurante dentro da Disneyland. O tal David vem até às nossa mesa com o sorriso mais nojento que alguma vez vi na minha vida. Entrega-nos as ementas e troca algumas palavras com a Lexi.

"Não estou a gostar nada disto." Digo enquanto encaro o menú.

"Eu sei Luke, mas tu consegues fazer isto. A história sobre o teu suposto filho ainda é muito recente e falada pelos media. Estás a fazer isto pela banda, pelos teus amigos." Respiro fundo e o rapaz vem ter connosco outra vez.

"Já decidiram o que vão pedir?" Ele mostra os seus dentes amarelos depois de ter falado com o sotaque francês mais carregado do que a falsidade que tem no seu sorriso.

"Sim, Parmentier de canard para os dois por favor." A Alexis responde por mim e ele toca-lhe na mão lentamente, enquanto tira a ementa das mãos dela, como se isto fosse uma cena de um filme.

"É para já linda." Ele diz e retira-se.

"Mais um bocadinho e parto-lhe a cara toda." Digo e bebo um pouco de vinho que nos foi servido.

"Luke, por favor. Não arranjes mais problemas para o teu lado." Ela mete a sua mão por cima da minha e acaricia-a, tentando acalmar-me.

"Eu gosto imenso de ti Lexi, não duvides disso." Eu digo e vejo David a trazer os nossos pratos, o que me faz revirar os olhos.

"Aqui está." Ele mete primeiro o prato à minha frente e só depois à frente dela. Que cavalheiro, sem dúvida. Depois de colocado o prato na mesa, entrega-lhe um papel e eu sinto o meu corpo todo a aquecer. Ele não sai de junto da nossa mesa e quando vejo que ele lhe deu o seu número, eu levanto-me da cadeira.

"Oh idiota, nunca te ensinaram a respeitar as mulheres? Principalmente as que estão comprometidas." Metade do restaurante olhava para mim como se fosse doido. Talvez não entendiam o que eu estava dizer.

"Sei respeitar muito bem, até melhor que tu se calhar. Claramente ela estaria melhor ao meu lado." Ele diz e eu perco o controlo e dou-lhe o murro naquela cara de otário.

"Luke!" Preparava-me para continuar mas quando me apercebi do que tinha feito, desejei que nunca tivesse me levantado da cadeira.

Empty Wallets | Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora