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Malia estava na sacada de um dos quartos da casa, havia uma nuvem de confusão sobre sua cabeça enquanto ela observava a noite agitada da cidade que ficava um pouco além das árvores altas, o vento frio lhe causava arrepios, não entendia o que estava sentindo, mas pensou que tivesse algo a ver com a lua cheia.

De repente, ela pôde ver as mãos de Scott envolverem sua cintura, beijos quentes e molhados contra seu pescoço lhe fizeram sorrir e esquecer qualquer turbilhão que estivesse em sua cabeça.

Os carinhos se intensificavam a medida que Tate arfava, as mãos escorregavam por sua barriga, adentravam seu sutiã, e os beijos eram alternados com leves mordidas por sua pele.

Malia se virou para que pudesse beija-lo, e de repente, seus olhos encontraram Stiles, mas precisamente, Void Stiles.

Ela sentiu seu coração cair no estômago ao estar diante daquela figura de pele acizentada e sorriso sádico, e sequer conseguiu reagir quando ele, de repente, a atirou da sacada.

Quando Malia atingiu o chão, ela pôde ouvir a grave voz distante chamando por ela.

- Malia?

Era Scott, ele havia a acordado.

Quando se deparou com o híbrido segurando seu rosto de forma carinhosa, sentiu alívio ao perceber que não passava de um pesadelo, mas a sensação logo deixou seu corpo quando recordou que Stiles estava realmente morto.

Ela se virou para Celeste, a pequena dormia ao seu lado na cama ao invés de estar no berço, e Scott sequer parecia ter pegado no sono.

- O que houve? - Ele indagou.

- Um pesadelo. - Ela levantou seu tronco, ficando próxima a ele. - Mas parece que não acordei.

Scott levou suas mãos até os fios castanhos da coiote e os colocou atrás de sua orelha, ela estava certa, todos da família estavam presos em um maldito pesadelo que não podiam acordar.

- Vou buscar água. - A morena se levantou sonolenta.

A essa altura, Lydia não havia adormecido por um segundo sequer, cobria Cora que havia conseguido pegar no sono a poucos minutos após longas horas de choro, a Mccall nem mesmo havia se deitado, dormia sentada entre os travesseiros.

- Lydia? - Malia apareceu na porta de repente.

As duas se fitaram por alguns segundos, tinham olhares sofridos, que concordavam entre si que não haviam palavras para se dizer naquele momento.

- Como está Scott? - A ruiva perguntou.

- Péssimo.

Era claro que estava.

- Quer algo da cozinha? - A morena abraçou a si mesmo quando sentiu frio.

- Não, obrigada, acho que vou tentar dormir um pouco.

Tate assentiu com um pequeno sorriso, logo desaparecendo pelo corredor.

Lydia suspirou, caminhando até sua exagerada penteadeira onde havia uma pequena luminária que ainda iluminava o quarto, e a apagou.

Martin sentiu um frio percorrer sua espinha quando em meio ao completo breu, sentiu uma respiração em sua orelha. Foram necessários poucos segundos para que sua visão de vampira se adaptasse a escuridão, e então quando se virou, pôde ver Void Stiles.

O vampiro sorriu com a expressão assustada da ruiva, e com a forma como seus batimentos se tornaram acelerados.

- Por que essa cara? - Ele segurou o rosto dela, passando seu dedo pelos lábios carnudos e corados.  - Você sempre dizia que gostava do Void Stiles.

Lydia não controlou as lágrimas que começaram a percorrer suas bochechas, olhar para ele era doloroso, era como ver Stiles, ao mesmo tempo que não. Os olhos completamente negros e a forma como suas veias eram visíveis e sedentas por sangue, a faziam se sentir diante de um demônio.

- Você não é ele. - Ela murmurou.

- Lydia... não era assim que você me tratava quando estava gemendo, sabendo que estava fodendo comigo e não com Stiles.

- Você o matou? - Por algum motivo, aquela pergunta escapou de seus lábios, mas não queria ouvir a resposta.

E não ouviu, a resposta estava naquele maldito sorriso assustador a sua frente.

Ela choramingou alto, e foi advertida quando ele a segurou pelo pescoço e pressionou contra a parede.

Enquanto seus dedos envolviam o pescoço da ruiva um tanto mais forte do que ela esperava, ironicamente Void Stiles disse:

- Por que tanto medo? - Ele se aproximou de uma de suas orelhas. - Eu nunca te machucaria, meu amor.

O vampiro desapareceu de repente, e Martin soube que era porque Cora havia despertado.

- Lydia? - A morena coçou seus olhos. - Com quem estava falando?

...

Malia bebeu o último gole de água que restava no copo, o colocando sobre a pia, e parando ali mesmo, pensativa.

Pensava sobre Lydia, se colocava no lugar da ruiva, imaginando o quanto ela estava sofrendo, queria abraça-la, e talvez devesse fazer isso ao voltar para o quarto, ou quem sabe, isso fosse trazer todo o sentimento sufocador a tona novamente, e a vampira precisava dormir.

Ela bufou, quem sabe talvez também devesse, ou mais importante, talvez devesse voltar e ajudar Scott a dormir, não seria bom que o híbrido passasse o restante da madrugada em claro, imerso em sua própria cabeça.

De repente, a luz da cozinha se apagou, e com ela também se foi a luz do abajour que haviam esquecido ligado na sala, próximo ao sofá, Tate sabia que haviam desligado a energia central da casa.

E sabia muito bem quem.

Void Stiles.

The Protected - Scalia 2Onde histórias criam vida. Descubra agora