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A noite havia finalmente chegado, a lua cheia se aproximava cada vez mais de seu ápice, e ninguém além de Scott e Malia, sabiam o que estava por vir.

- O elo foi quebrado. - Mccall disse.

Quase todos estavam no vasto refeitório para o lanche noturno, era estranho por aqui ali, tinham de fingir ser como todos, encarando frutas como se não passasse mais nada em suas cabeças.

Malia, que escolhia alguma barra de cereal assentiu, agora sem o elo com Aya, Scott estava desprotegido é vulnerável a Kaloe, mas era assim que tinha de ser, ou o plano falharia.

Tate por um momento olhou ao redor, encontrando Ana, a garota sorriu levemente para ela em um dos cantos distantes, e aquilo lhe fez se sentir mal, não só pela garota, mas por todos ali.

Mas de repente, Kaloe entrou pela porta.

Malia sentiu um arrepio percorrer sua espinha, sabia que seria agora, e tudo que podia fazer era aceitar o que estaria por vir.

Ela se virou para Scott, que tinha um olhar acolhedor.

- Eu te amei desde a primeira vez que te vi. - Tate murmurou.

Mccall se sentiu sem reação quando ouviu aquilo, foi como voltar para aquela noite, para aquele bar, com Barry a sua frente, e a bela coiote de sorriso encantador.

Mas não teve tempo de responde-la antes que sua mente fosse tomada pela bruxa.

E lá estavam todos caminhando para fora, como robôs, quase inconscientes, eram tantos que poderia ser inacreditável, mas era completamente compreensível, quantos omegas não vagavam sozinhos por ai? quantos vampiros recém transformados não estavam perdidos com a vida pós morte? quantas bruxas não fugiam de seu próprio poder por não saber controla-los? Capturar tantas criaturas não havia sido difícil para Kaloe.

Estavam reunidos no exterior do prédio, sobre a areia, próximo a pedras e vegetações escorregadias, a luz da lua e velas eram as únicas coisas que iluminavam aquele lugar.

Kaloe olhou para todos, e como em um passe de mágica, ela disse sem hesitar:

- Morram.

E assim foi feito, as criaturas caíram umas sobre as outras, como em um massacre sem uma gota de sangue.

E o mesmo quase aconteceu com Kaloe, sentiu a vertigem e a tontura de usar tanto poder, matar alguém apenas com feitiço já não era algo tão fácil, quanto mais tantos de uma só vez, aquilo era perigoso até mesmo para uma bruxa Mikaelson.

- Vai realmente matar Aya. - Uma voz doce ecoou.

Kaloe sentiu arrepios ao ouvi-la, estava tudo muito bem até aquele momento.

- Vai matar minha filha. - Tessa continuou.

Tessa Mikaelson, sua irmã mais velha, estava ali a sua frente, em vestes brancas e leves, com os fios tão longos quanto o da filha, ela tinha o ar poderoso de sempre, mas a irmã fingiu não se importar, Tessa estava morta e não podia impedi-la, sabia que a imagem da mulher a sua frente era apenas um desencargo de consciência seu.

- Por que, Kaloe? - Choramingou.

A mulher ajoelhada na areia que colocava cada vela em seu devido lugar sentiu as lágrimas virem, ela se segurou, apertou os lábios contendo o choro, mas não conseguiu.

- Estou concertando as coisas. - Ela disse.

- Não, Kaloe, você está matando sua sobrinha.

A mais nova balançou a cabeça negativamente enquanto as lágrimas caíam.

- Aya deveria estar morta a muito tempo, deveria estar com a gente.

- Você só quer poder, é só isso que você quer. - Tessa disse firme.

- Aya está sofrendo a anos! Eu a amaldiçoei e vou resolver isso!

Kaloe não soube como, mas a mulher se aproximou, e segurou seu rosto com força,
pôde sentir quase como se fosse real.

- Você só quer ser como nossa mãe, mesmo que isso custe a vida de sua sobrinha!

Quando as lágrimas de Kaloe desceram com mais intensidade, a mais velha teve certeza que estava certa.

- Sempre foi assim, sempre invejou nossa mãe, sempre quis ser tão poderosa quanto ela e por isso jogou um maldito feitiço na minha filha, usou Aya como cobaia, não foi?!

- Eu não vou mais viver na sombra de vocês. - A bruxa disse entre os dentes, tão decidida que até mesmo Tessa desapareceu de sua frente.

Kaloe suspirou, enxugando as lágrimas, encarou o mar revolto por alguns segundos, mas logo decidiu retornar algo que devia fazer.

Pegou a pequena adaga em suas mãos, prata puro e brilhante, com uma bela pedra roxa reluzente em seu cabo, um objeto antigo, o mesmo que havia usado para transformar Aya.

Sem enrolações, a bruxa fechou seus olhos, perfurou sua mãos com lâmina, e iniciou o feitiço.

Logo sua mente foi perturbada por sons de vozes, ventanias, e já sabia que aquilo aconteceria, mas não imaginava que seria tão desconfortável, e a deixaria tão atordoada, ou com tanto frio.

Sorriu quando sentiu a carga de poder começar a percorrer por seu corpo, mas aquilo lhe fez tremer, perdeu tanto o controle de seu corpo que a adaga caiu de suas mãos.

- Kaloe. - Uma voz lhe assustou.

A mulher abriu seus olhos lentamente, sua visão turva não lhe deixou dúvidas de quem estava a sua frente.

- Aya. - Disse ainda atordoada. - Estava esperando por você.

- Não. - A garota se aproximou alguns passos. - Você não estava.

The Protected - Scalia 2Onde histórias criam vida. Descubra agora