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- Seja cauteloso. - Aya disse.

- Pode deixar. - O híbrido desceu algumas escadas desconhecidas e pouco iluminadas, elas se encontravam escondidas no prédio, ninguém parecia acessá-las, e deveria ter um motivo para aquilo.

- Scott, isso não é ser cauteloso. - Mikaelson o seguiu.

- Tem algo aqui em baixo.

- Kaloe pode te ver. - A garota se mostrava apreensiva.

- Não foi você que disse que eu deveria agir rápido?

A loba encolheu os ombros, não tinham muitas opções.

A medida que desciam os degraus, pareciam atingir uma escuridão massiva, e todo aquele breu fez com que o mal estar de Mccall retornasse. Ele apertou os olhos, levou as mãos até a nuca, e respirou fundo, sentia frio, as paredes que agora mais pareciam de um manicômio lhe pertubavam e além de tudo estava tenso, muito mais do que queria.

- Me dê a mão.

Scott olhou para Aya confuso, ela tinha um olhar acolhedor.

- Por que? - Ele indagou.

- Por que eu também estou com medo.

O híbrido sorriu, e segurou a mão da menina com firmeza, por um momento, ele sentiu que Celeste estava ali.

- É, eu estou com medo. - Scott confessou, e era inacreditável até mesmo para ele.

- Claro que está, sua família está em jogo não é? - Aya disse enquanto os dois continuavam a descer a escadaria. - É normal sentir medo as vezes.

Scott pensou por um segundo, enquanto notava a forma como aquela escada parecia não ter fim.

- Você é muito poderosa, porque sente medo?

- Eu tenho medo de não viver o que eu mereço.

Scott franziu o cenho.

- Como assim?

- Bem, tenho medo de ficar sozinha, tenho de medo de morrer sem nunca encontrar pessoas que me amem, você sabe, sem ter uma família como a sua.

Quando alcançaram o subsolo, Scott fez com que eles parassem por um momento.

- É isso que te apavora?

Eles não podiam se ver, mas permaneciam de mãos dadas como pai e filha, e Aya se sentiu um pouco desconfortável quando percebeu que havia falado demais, as palavras fugiram de sua boca e acabaram adentrando em uma conversa profunda e mórbida.

- É difícil viver tanto tempo sozinha já que... todo mundo que você tenta se aproximar é caçado e morto.

Era difícil não compreende-la, até porque se conheceram a poucos dias, e a situação que estavam já era um tanto problemática.

- E sim, isso é muito assustador. - Ela continuou.

- Bem, você não é uma maldição, Aya. - A voz de Scott quase ecoou pelo espaço.

Ela se surpreendeu por ser exatamente daquele jeito que se sentia, uma maldição.

- Na verdade acho que é garota mais chata e doce que já conheci, e também parece ser meio atrapalhada mas...eu realmente espero que Celeste seja como você.

O híbrido se surpreendeu quando, em meio ao breu, Aya o abraçou, ela era pequena demais, mas a sensação de paz que transmitia era imensa, conhecia a jovem a tão pouco tempo e ainda sim era como se pudesse ver dentro de sua alma, as vezes se tornava uma sensação assustadora, por que lhe fazia se sentir como um beta próximo a uma alfa.

- Tem algo aqui. - Aya se separou dele de repente.

Os dois caminharam alguns passos adiante, estavam receosos, mas logo algumas luzes automaticamente se acenderam, expondo Lydia e Stiles para seus olhos.

Os vampiros estavam deitados em macas, desacordados enquanto algo era demoradamente injetado em suas veias.

Não havia nada além deles e de equipamentos médicos ali, os restantes das poucas macas estavam vazias.

- Que porra é essa?

...

Malia havia deixado o quarto de Ana a poucos minutos, sua cabeça estava confusa, e odiava seus pensamentos frenéticos lhe causando dor de cabeça, não aguentava mais tentar descobrir de onde conhecia aquele tal homem, talvez devesse esquecer isto, não precisava se torturar de tal maneira.

Mas, quando já se encontrava no corredor onde era seu quarto, sua atenção se desviou para o dormitório de Scott, a porta estava aberta, e ele não estava lá.

Seu coração saltou do peito quando, de repente, percebeu sua barriga, estava grande, redonda, e podia sentir o peso de ter um ser vivo dentro dela.

- O que é isso?! - Ela se assustou, suas mãos estavam trêmulas quando tocaram seu abdômen, era real demais.

- Bom dia mamãe. - Uma voz feminina e distante disse dentro de sua cabeça.

- Não vai a lugar nenhum com meu filho. - Uma voz masculina lhe assustou.

- O que? - Malia murmurou, seus batimentos estavam acelerados, sua mente estava distante, como se de repente estivesse presa em uma alucinação.

- Ei, docinho. - Kaloe apareceu como um fantasma. - Você está bem?

The Protected - Scalia 2Onde histórias criam vida. Descubra agora