Enquanto o grupo se deslocava no local mais alto da floresta, Clarke junto dos garotos estava prestes a entrar finalmente no lar onde os viventes da terra moram.
Mesmo que isto pareça uma péssima idéia, a garota tem a expectativa de saber mais sobre essas pessoas, em como sobreviveram e quais são suas culturas e costumes.
Assim eles entraram abaixados passando pelos arbustos, escondidos próximos das grandes árvores que haviam por todo lado.
- Será que eu posso lembrar que isso é uma péssima idéia?
- Silêncio Murphy. - Clarke pediu. - Tudo parece tão quieto, será que não estão aqui?
- Ou estão e isso é uma armadilha? - ele lembrou.
- Podemos entrar ali. - ela apontou para uma cabana parecendo ser a principal. - Parece vazia e podemos achar algo.
- Você quer achar o que? - Murphy estava nervoso. - Caramba, será que só eu estou preocupado se vamos morrer?
Clarke correu até metade daquele vilarejo e observou ao seu redor, tudo estava vazio e silencioso claramente não tinha ninguém por perto.
Então levantou e lentamente foi até a cabana seguida por Wells e Murphy que entraram logo depois.
- Pronto, deu certo. - dizia ela completamente parada.
- Isso é uma total missão suicida. - Murphy pausou.- Caramba! - Murphy andou e foi próximo de algo que chamou atenção. - Isso é um trono?
- Acho que parece ser um lugar reservado para alguém importante. - dizia Wells.
- Literalmente. - Murphy citava por tantas coisas diferentes. - Isso aqui é ouro? - ele ergueu uma taça.
- Quem eles são? - Clarke estava olhando tudo em volta até parar em frente ao quadro.
- São importantes com toda certeza. - concluiu Murphy.
- Clarke será que é seguro estarmos aqui? - Wells parecia preocupado agora. - Se souberem que estivermos aqui ou pior nos encontrar nesse lugar eu não acho que eles serão amigáveis. - o garoto parou ao lado de uma caixa com armas.
- Olha isso aqui cara. - Murphy puxou uma enorme lança afiada.
- Eu acho melhor vocês pararem de mexer nisso. - Clarke finalmente ficou preocupada. - Tem razão devemos ir embora daqui e avisar todos quando chegarmos.
- Avisar? - Murphy quis lembra-lá. - Esqueceu que estamos aqui sem ninguém saber?
- Ele tem razão Clarke.
- Tá legal, olha vamos embora então.
Os três saíram rapidamente daquela cabana, mas foram rendidos bem na porta e encapuzados.
Do outro lado da floresta finalmente Bellamy e os outros haviam chegado no local. O garoto deixou o saco com todos os pertences e uma manta, na cor branca para simbolizar que estavam ali em paz.
- Pronto. - disse Bellamy finalmente se dando conta de quem estava ali. - Cadê a Clarke?
- Ela não veio. - Octávia afirmou. - Pensei que tinha dito para ela ficar no acampamento.
- Não. - ele ficou pensativo. - Ela tinha um pertence para devolver.
- Ele deve estar no saco.
- Não está. - Bellamy ficou preocupado. - Eu lembro que ela tinha saido até o quarto para pegar e depois....
- Depois?
Foi quando a ficha do garoto finalmente caiu. Ele não precisava a conhecer o bastante para notar, quando ela podia ter planos diferentes.
Bellamy se apressou e agitou todos para voltarem o mais rápido possível ao acampamento.
- Ei, me explica o que está acontecendo?
- Clarke não pretendia vir conosco Octávia. Ela tinha seus próprios planos.
- O que faremos?
- Precisamos ir atrás dela antes que um possível ataque acontecesse novamente.
Enquanto isso no local dos viventes, estavam os três postos de joelho dentro daquela cabana, até que finalmente retiraram os capuzes de suas cabeça.
- Aí merda. - Murphy foi o primeiro a surtar. - Eu estava quase sem ar.
Havia vários homens com roupas bem diferentes, como se fossem armaduras e suas armas penduradas na cintura simbolizava serem guardas de alguém.
- Droga. - Wells cochichou. - Eles vão chamar o líder deles ou rei sei lá o que é.
- Fica calmo. - Clarke estava de joelho e tentava observar tudo.
Um som de movimentação surgiu do lado de fora e os três pareciam estar realmente em apuros naquele momento. O som parecia familiar para Clarke, era como cavalos se aproximando da cabana. Alguém importante que vivia de uma forma medieval liderava aquelas pessoas.
Foi então que um homem entrou naquele lugar, rustico em uma armadura de aço bem equipado ainda com seu capacete, não se podia confirmar seu rosto era um desconhecido para eles.
O homem sentou sobre o trono que havia na frente, e pediu que os guardas ficassem postos atrás dos prisioneiros os fazendo levantar com seu sinal.
- Nós não estamos aqui para roubar ou fazer qualquer coisa ruim. - Clarke começou a se explicar. - Talvez não entenda nossa língua mais viemos pela flecha que recebemos em nossos portões. Só poupe eu e meus amigos.
O homem ouviu com atenção suas palavras e solicitou que os guardas levassem os dois garotos. Rapidamente eles entraram em pânico e Clarke suplicou para que não fosse feito nada a eles.
Agora apenas os dois ali finalmente, o homem retirou a parte de cima de sua armadura deixando claro seu rosto, que por sinal havia uma linda expressão. Seus olhos eram azuis como as águas do oceano, seus cabelos eram longos e batiam sobre seus ombros largos, tinha uma barba bem aparada e os lábios avermelhados e uma pele muito clara. Ele ainda sentado a encarando pediu que o guarda, desse dois passo para trás da garota dando talvez um voto de confiança para a loira.
- Olha não viemos para fazer mal ao seu povo, só queríamos pedir desculpas pela violação no espaço deles do outro lado da floresta. Meus amigos não tem culpa de nada, vieram sem intenção alguma. Foi minha ideia vir até aqui.
O homem levantou e foi lentamente caminhando até a sua direção, era nítido o som da armadura enquanto se movia, deixando aquele momento assustador para Clarke.
- E quem são vocês? - finalmente ele falou algo e não parecia nada com outra língua.
- Você fala nossa língua? - ela ficou surpresa. - Somos do espaço. Na verdade viemos de lá em uma nave que caiu alguns quilômetros daqui. Vivemos lá com todo nosso povo, não queríamos violar o espaço de vocês.
- A floresta e todas as proximidades são do meu povo. - ele dizia em um tom muito tenebroso. - Estão violando nossas terras.
- Nos perdoe. Mas, não sabiamos que haviam pessoas vivendo aqui.
- E então decidiram vasculhar meu território, mexer em pertences do meu povo, levar tudo com vocês e viverem suas vidas normais como se nada tivesse acontecido?
- Seu povo atacou o meu. - Clarke ficou exaltada. - Meu povo foi ferido, fomos amedrontratos.
- Deveria ter sido bem pior. - ele se afastou e caminhou até seu trono.
- Percebo então que é um homem cruel. Assassino talvez?
- Como ouça me chamar assim ou se referir a mim desta forma?
- Não sei se lhe contaram mais vivemos em uma época em que os cavaleiros, reis mediaveis não existem mais.
- Quero que a levem daqui. - afirmou ele para seu guarda.
- Não, por favor, não. - Clarke começou a gritar mesmo assim foi levada.
Foi unida aos seus amigos diante de uma enorme fogueira, com um tronco posto sobre ela. Clarke se debatia e gritava sem parar assustada não acreditando que aquilo realmente iria acontecer.
- Que merda. - Murphy resmungou. - Não acredito que segui você para essa furada. Agora literalmente estamos morto.
- Olha cara não ajuda muito falando isso. - Wells retrucou.
- Me desculpem, eu falei com ele é um homem cruel e fala nossa língua.
- Ele fala nossa língua? - Murphy começou a gritar. - Eu quero me oferecer como servo, soldado, não sei como chamam aqui. Me soltem!!!
- Sério? - Clarke ficou perplexa por sua reação.
- Eu quero viver.
Os três foram empurrados para mais perto daquela fogueira, já poderia sentir o calor derretendo seus corpos quando Clarke pensou em algo. A garota se soltou dos braços do guarda e puxou o amuleto de seu casaco, o erguendo bem alto chamando atenção de todos.
- Eu só vim devolver isso. - dizia. - Pertence algum de vocês!!
O líder saiu rapidamente da cabana, agora não mais vestido em sua armadura mais sim, com um enorme casaco feito de pele de urso, com detalhes muito parecidos com o que Clarke teria visto nas mãos de Octávia. Talvez sua ideia de erguer aquele amuleto ou os salvaria ou os traria realmente a morte eminente.
- Parem. - dizia ele indo rapidamente em sua direção. - Onde conseguiu isso? - ele a segurou pelo braço.
- Solta ela. - Wells tentou defende-la.
- Tudo bem Wells. - Clarke olhou para ele. - Eu o peguei e acho que pertence a você por este motivo vim até aqui para devolver.
Aquele homem observou aquele amuleto com um olhar tão perdido, que todo sua posição de assustador e cruel estava desaparecendo aos olhos de Clarke. Ela ergueu o braço e deixou o objeto em suas mãos.
- Eu sinto muito por ter pego.
Com sinal bem simples os guardas os afastaram da fogueira e simplesmente os soltaram.
- Deixem que vão. - disse aquele homem aos guardas e o mesmo deu as costas se afastando.
- Espera? - Clarke parecia interessada em saber a história daquele amuleto.
- Ficou maluca? - Murphy a parou. - Eles nos soltaram temos que dar o fora daqui.
- Por que ele nos deixou ir? Simplesmente por causa daquilo?
- E essa não foi sua ideia? Qual é Clarke? Já chega de ideias mirabolantes e vamos embora daqui.
- Clarke? - Wells a chamou. - Ele tem razão quase morremos aqui, precisamos ir embora agora mesmo.
A loira sabia que tinham razão e mesmo que tudo parecesse lhe chamar atenção, era hora de voltar para acampamento e terem chance de viverem em paz com aquele povo.
Quando finalmente chegaram em Arcádia, nos primeiros instantes ao se aproximarem da entrada era óbvio que a recepção não parecia ser a que esperavam.
- A ótimo. - Murphy passou na frente. - Ele já está sabendo. - ele se referia a Bellamy.
- Isso foi a coisa mais perigosa que fizemos Clarke. - Wells estava muito nervoso. - Não vamos nos meter mais em coisas assim.
Os dois passaram na frente e lá estava Bellamy parado na entrada principal, seu semblante era tão sério que Clarke realmente ficou com receio de sua reação.
- Oi. - ela disse.
- Sério? - Bellamy logo não mediu palavras. - Você sai pela nossas costas, faz uma rota colocando você e pelo visto os dois mosqueteiros ali em perigo e vem tranquilamente me dizer oi?
- Bellamy, olha eu sei que está bravo, mas eu preciso te contar o que descobrimos.
- Ótimo. - ele cruzou os braços.
- Achamos o lugar onde os viventes estão, parece loucura só que eles tem um rei. São bastante medievais e quase nós mataram, só que quando eu mostrei o amuleto o homem ficou tão esquisito e nos deixou ir embora.
- Clarke pensei que fosse um pouco mais responsável. Vocês se meteram com aquelas pessoas e podiam morrer. Mas, adivinha? Não saberíamos como salvar vocês porque você foi escondida.
- Bellamy ouviu o que te contei?
- Ouvi. - ele parecia de uma forma totalmente diferente. - Pensei que éramos uma dupla e fazíamos as coisas juntos, só que você tem seus próprios planos.
- Olha foi mal ok? - Clarke ficou muito surpresa por aquela atitude do garoto. - Não pensei que ficaria tão chateado assim eu só queria descobrir quem era eles.
- Então a partir de agora faça seus planos Clarke. - ele deu as costas e aquela conversa terminou ali.
Ao longo daquele dia no acampamento todos já haviam descoberto sobre a aldeia dos viventes. Era óbvio que nem mesmo Clarke e Wells teriam mantido as notícias para todos e sim, Murphy que uniu um grupo e começou a contar toda aventura de uma forma tão fantasiosa que pareciam ter sido dias fora. Ele tinha que ter esse senso de aventureiro e gostar principalmente de atenção, já que para os dois que estavam com ele tinham a certeza de que o garoto só era um tagarela irritante.
Octávia passava entre o grupo reunido e notou a empolgação de Murphy, mesmo o conhecendo tão pouco notaria de longe as intenções fantasiosas dele e apenas o deixou lá e passou por todo o acampamento em busca de Clarke, para que pudessem ter um tempo para conversar.
Depois de tanto procurar finalmente encontrou a menina na beira do lago, distante da agitação e das notícias que corriam sobre sua fuga arriscada. Octávia não queria violar seu espaço e assim que se aproximou sendo notada, com gesto simples em troca de olhar entre elas, sentou ao lado da loira encarando aquele céu azul e o reflexo do mesmo sobre as águas claras do lago.
- Aqui é lindo. - dizia ela ao sentar respirando todo aquele ar suavemente. - Eu entendo porque todos vem para cá quando querer ficar sozinhos.
Clarke somente observou a garota falando. Estava sentada com joelhos erguidos, seus braços apoiados sobre eles e sua cabeça encostada olhando naquela direção. Parecia tão acanhada e frágil que Octávia deu lhe alguns minutos até que, sentisse realmente avontade para conversar.
- Está aqui pelas histórias? - a loira finalmente começou falar.
- Aquelas absurdas pelas quais Murphy está contando? - Octávia fez uma careta engraçada e as duas se olharam com riso. - Não mesmo.
- Ainda bem. - Clarke balançou a cabeça sentindo uma leveza no corpo e logo esticou suas pernas se inclinando para trás.
- Soube que meu irmão não foi muito receptivo com vocês.
- Ele não foi rude com os garotos. - Clarke realmente não o teria visto fazer isso. - Agora comigo....- ela revirou os olhos e bufou. - Estava com a cruz e a espada nas mãos.
- Não fique chateada com ele. - Octávia fez a mesma posição da loira. - Ele já agiu assim comigo tantas e tantas vezes que aprendi a relevar esse lado.
- Sério? - Clarke olhou para a morena sem entender. - Ele foi terrível, nem mesmo meu pai agia comigo assim em todas as vezes que eu fazia algo errado.
- Bellamy é super protetor. - Octávia explicava. - Desde muito pequeno ele teve que cuidar de mim enquanto, nossa mãe estava sempre ausente. É como um mecanismo de defesa para ele, uma forma de expressar sua indignação quando alguém faz algo pelo qual ele não imaginava.
- Vocês tiveram uma infância boa?
- Boa? - Octávia soltou riso e abaixou cabeça. - Sabe quantas noites vi meu irmão sem dormir só para cuidar de mim? Ou todas as vezes que ele chegava do treino com machucados pelos quais ele escondia só para se mostrar forte?
- Eu não.....- Clarke agora estava se sentindo mal pela sua pergunta que nem mesmo conseguia dizer nada.
- Está tudo bem. - Octávia ficou ereta e puxou suas pernas para mais perto olhando a frente. - Isso nos tornou fortes. Bellamy é o homem mais corajoso que conheço. Tudo que ele se tornou foi por próprio esforço, no começo talvez para agradar nossa mãe, só que quando cresci ele era o meu herói e entendi as razões dele.
- O que aconteceu com a mãe de vocês? - Clarke perguntou por mera curiosidade e não por saber que isso a machucaria.
- Ela morreu. Eu acho que tinha uns 12 anos quando aconteceu. - os olhos da morena se encheram de lágrimas. - Bellamy não chorou por 24 horas, só porque tinha que cuidar de mim. Ele precisa se manter forte por medo de me assustar. Ele só pensava em mim e em mais nada.
- Eu sinto muito Octávia. - Clarke tocou seu braço e lançou olhar de compreensão e carinho.
- Depois de um tempo eu e ele éramos inseparáveis. Sabe, fazíamos todas as coisas mais mirabolantes que pode imaginar. - ela começou rir quando as lágrimas caíram. - Bellamy quebrou tantas regras que nem mesmo posso contar. E foi divertido na época, mesmo que isso trouxesse consequências eu me sentia livre pela primeira fez na vida.
- Eu imagino que sim.
- Só que em um dia o Bellamy foi pego por um de seus superiores. Ele tava meio que saqueando umas coisas, nada sério. - ela pausou colocando a mão na cabeça. - Caramba, me lembro de ter o chamado de burro tantas vezes neste dia. Foi a primeira vez que ficamos separados, ele foi levado para ala oeste como punição.
- Eu odiava aquele lugar. - Clarke sentiu a angústia ao se lembrar daquela ala.
- Pois é. - Octávia sentia o mesmo. - Foi uma época difícil. Bellamy perdeu o posto como guarda e foi quando toda reputação dele caiu. Me culpei por isso.
- Olha eu duvido muito que tenha sido sua culpa Octávia. - a loira a puxou para se olharem. - Ele te ama. Você foi a única pessoa na vida dele depois de tudo.
- Verdade. - ela sorriu. - Você parece que o conhece bem. Ele também é assim com você, por isso age deste jeito.
- Comigo? - Clarke sentiu um pontinho de alegria dentro de si por saber.
- Óbvio. - ela lançou olhar óbvio. - Só você não percebe isso. Ele ficou louco quando soube que você tentou sair por ai, não parou um segundo nesse acampamento. Eu já vi o Bellamy surtando várias vezes, mas hoje foi algo que valeu apena assistir.
- Isso é loucura. - Clarke balançou a cabeça rindo da revelação.
- Eu sei o próximo estágio. - Octávia ergueu as mãos para contar. - Primeiro ele surta e fica furioso, depois ele estoura e fala um monte e por fim, ele se arrepende e fica todo sem jeito e vem te pedindo desculpas.
- Eu acho que já o vi fazendo isso com você.
- Então. - Octávia a puxou apertando seus ombros. - Não se torture tanto Clarke, logo, logo Bellamy vai vir correndo até você e tudo vai se acertar. É só questão de tempo.
Enquanto todos no acampamento estava em cima dos que foram até floresta, Finn era o único concentrado em seus próprios interesses. Decidiu que era o momento perfeito em meio as distrações de todos para ir até a base da nave, descobrir se os comunicadores estavam quase concertados.
Assim que chegou no local viu a mesa extensa com todos os equipamentos, fios soltos e todo o trabalho que aquela equipe estava fazendo ali. Realmente ele percebeu que Bellamy e Clarke continuaram as tentativas em consertar, mas naquele momento o foco da garota tinha se desviado totalmente e Finn estava de saco cheio de tanta enrolação.
- E aí Finn. - Monty apareceu na sala.
- E aí. - o garoto ficou meio sem jeito e disfarçou seus interesses aí.
- Posso te ajudar em alguma coisa? Estão chamando lá no acampamento?
- Na verdade não. - Finn se encostou na mesa e cruzou os braços. - Só pediram que eu viesse aqui saber se temos algum progresso.
- A claro eu esqueci de passar os relatórios para levarem até Clarke e o Bellamy. - Monty foi até a mesa e mexeu em algumas coisas. - Estamos trabalhando dia e noite e tivemos uns avanços sim.
- Sério?
- Sim, eu fiz alguns testes porque não queria me precipitar em chamar todo mundo.
- E você conseguiu? - Finn ficou agitado.
- Na verdade não. - o garoto expressão seu desapontamento. - Sem nenhuma resposta. Eu acredito que deve haver algum satélite da arca que esteja bloqueando o sinal ou até mesmo danificado.
- Eles teriam que arrumar para que falassem com a gente? - sugeriu.
- Exatamente. - Monty ficou surpreso por seu interesse. - Mas, pelo que sabemos talvez eles não queiram saber de nós, então nossas chances são muito mínimas.
- Isso é uma droga. - Finn ficou irritado com a possibilidade.
- Não diga nada ainda para os dois. Eu quero fazer mais teste e se eu realmente conseguir algo, quero dar a certeza de uma comunicação estável.
- Pode deixar Monty. - o menino fez gesto solidário. - Eu serei o primeiro a contar a eles.
Finalmente todos teriam abaixado agitação das notícias que se espalhavam. Clarke retornou ao acampamento e ficou aliviada por não ter recebido questionamentos e nem mesmo, notar pessoas cochichando sobre o assunto em pontos isolados. Sabia que naquela hora o grupo sairia para caçar, precisavam de alimentos antes que todo o estoque terminasse.
A garota se uniu ao grupo pegando as armas que teriam feito por improviso, indo em direção a saída do acampamento até que finalmente foi parada.
- Clarke? - Finn tocou seu braço.
- Oi. - ela não tinha notado ser ele até estarem encarando um ao outro. - A Finn... - dizia dando de ombros.
- Podemos falar?
- Agora não. - ela estava o evitando de todo modo. - Estou indo com grupo caçar.
- Caçar? - ele não conseguiu disfarçar seu olhar de julgamento.
- É. Qual problema? Eu sei caçar.
- Eu não disse nada. - Finn balançou os braços negando seu julgamento. - Só fiquei um tanto curioso.
- E posso saber porquê?
- Não sabia que Clarke Griffin era boa na caça.
- Eu sou boa em muitas coisas, só não espalho isso para todo mundo.
- Está certa. - ele concordou. - Eu ficaria feliz em poder ver isso. Claro, se realmente a garota quisesse minha presença.
Clarke notou que continuar o evitando era uma grande besteira. O menino estava parado bem ali e sendo engraçado como sempre e a menina gostava de estar em sua companhia.
- Pega logo sua arma e vamos.
- Isso. - ele contemplou e depois sorriu para a loira. - Eu já volto.
Finn saiu correndo totalmente empolgado. Clarke apenas conseguiu rir de sua atitude, mesmo que ela torcesse para que outra pessoa a chamasse naquele momento, ela precisava de uma companhia agradável e Finn teria sido essa pessoa desde que chegaram ali.
- Uma para mim por favor. - disse ele ao chegar na fila onde os que iriam caçar pegavam as armas.
- Flecha, canivete ou lança? - Jasper estava entregando e lhe deu as opções.
- Quero uma lança. - disse sem pensar muito. - A mais afiada que tiver.
O garoto lhe entregou de imediato. E assim que a segurou nas mãos olhou admirando, sabendo que os que haviam montando ela tinham feito um ótimo trabalho.
- Olha só você escolheu uma lança. - Octávia apareceu bem atrás dele. - Ficou ótima né. Foi Bellamy e a Clarke que montaram juntos.
Jasper lançou um olhar meio receoso para ela, assim Octávia o fez disfarçar e pediu a sua arma também.
- Vai caçar Octávia? - Finn puxou a lança para o lado e a encarou. - Pensei que seu irmão a deixaria cuidado dos outros.
- É. - ela sentiu sua ironia. - Eu quero ajudar a caçar algo bom de verdade. Afinal, estamos famintos.
- Imagino. - ele deu de ombros. - Boa sorte para todos nós então.
- É que vença o melhor caçador. - Octávia passou em sua frente trombando em seu ombro.
- Caramba. - ele sentiu o impacto e pois as mãos. - O que eu fiz para ela?
- Garotas. - Jasper fez um olhar fingindo não saber.
O grupo saiu junto em uma trilha bem elaborada. A grande estratégia era saírem em duplas ficando em pontos específicos atrás de árvores. Na última caçada que fizeram, só teriam conseguido pegar dois viados e contando com alguns peixes que pegaram no lago, não tinha sido um grande dia para caça.
O único que não se aventurou desta vez foi Bellamy, que assistiu todos saírem e ficou responsável pelos portões serem monitorados até que voltassem. Agora tinha um tempo para cuidar de outros assuntos e falar com o Monty para ver os avanços que teriam tido. Quando chegou na sala da nave o garoto estava com alguns amigos, que também estava o ajudando a consertarem os comunicadores.
- Bellamy? - assim que o viu entrar foi rapidamente cumprimentá lo. - Finalmente apareceu.
- Oi Monty. - eles se abraçaram. - Desculpe por não ter vindo antes. Está uma loucura esses dias e estou tentando assimilar tanta coisa.
- Eu sei. - o garoto tocou seus ombros e começou a andar. - Agora você é o líder de todos nós. Você e a Clarke estão fazendo um ótimo trabalho aqui. Estou muito contente por tudo que fizeram.
- Valeu. - retribui não muito entusiasmado.
- O que houve? Não me parece animado como antes.
- Eu fiz besteira Monty. - Bellamy sentou e colocou as mãos na cabeça. - Fui um idiota com a pessoa errada.
- Deixa eu adivinhar? - o menino lhe fez uma careta fingindo pensar. - Clarke?
- É.
- Olha, eu acho que deveria ser honesto com ela e pedir desculpas se isso te fez tão mal.
- Parece simples com você falando.
- E é meu amigo. - Monty sentou ao seu lado. - Percebo que vocês dois se dão muito bem e as mudanças que fez aqui e nela são evidentes. - ele tocou seu ombro. - Você é um bom cara.
- Valeu. - Bellamy realmente o considerava muito. - Agora esquecemos meus problemas. Como estão as coisas aqui?
- Passei todas as informações para Finn e ele me disse que vocês o intermediário para vir.
- Espera. - ele o puxou preocupado. - Você disse Finn? Finn Collins esteve aqui?
- Isso. - Monty não entendeu sua reação. - Ele me disse que vocês o mandaram aqui e passei que tínhamos consigo alguns avanços, mas a comunicação não estava chegando até a arca. Ele ficou bastante interessado até me sugeriu que talvez a arca tenha problemas também nos comunicadores, por este motivos não estamos tendo avanço.
- Monty, presta atenção no que vou te falar. - Bellamy o puxou pelos ombros olhando bastante nervoso. - Se ele aparecer aqui novamente não de nenhuma informação importante ouviu? Nao diga nada.
- Caramba Bellamy, você está me assustando. - o menino estava confuso. - Por que ele não é confiável?
- É uma longa história. Eu prometo que quando puder vou te contar, só que agora precisa fazer o que te falei ok?
- Pode deixar.
- Eu preciso falar com uma pessoa agora. - Bellamy saiu daquela sala muito mais rápido do que havia chegado e as circunstâncias naquele momento pareciam mais graves do que Monty imaginaria.
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THE 100
FanfictionApós um ataque que destruiu a terra fazendo com que a raça humana, procurasse abrigo no espaço, uma nave com 100 jovens cai sobre o solo após se passar 40 anos. A missão aparente é saber se a existência no planeta ainda é possível. Mas o que reserva...