Todos estavam dentro da sala principal da nave. Clarke está lá sentada de frente para os comunicadores, e suas mãos ainda estavam imóveis sobre suas pernas. A única coisa que se passava na cabeça de todos naquele momento, era por qual motivo a garota estava exitando.
— Da um tempo ok. — sussurrou Octávia empurrando Jasper e os outros. — Eu acho que ela está pensando no que dizer.
— Pensando? — questionou Bellamy.
— Qual é gente. — Monty os interrompeu. — Ela deve estar em choque.
O garoto saiu do grupo e foi lentamente até a cadeira. Suas mãos foram lentamente nos ombros de Clarke, assim ela saiu de um transe e percebeu que aquilo era real.
Monty foi até a mesa e puxou o rádio para perto dela.
— Você pode fazer isso. — ele disse a encorajando. — Eu acredito em você.
Clarke lançou sorriso e seus olhos estavam carregados de lágrimas. Ela pegou aquele simples rádio nas mãos e o levou até os lábios.
— Arca na escuta? — disse ela em uma voz um pouco trêmula.
— Arca ouvindo. — a voz do outro lado respondeu.
Todos atrás vibraram tanto que Monty precisou pedir silêncio.
— Quem está na escuta? — disse a voz do outro lado.
Clarke então abaixou o rádio e encarou o rosto do garoto do seu lado. Ela balançou a cabeça negativamente demonstrando que não conseguiria fazer isso. Ele persistiu em fazer ela falar, e achou certo pedir que todos até mesmo ele se retirasse da sala.
Clarke respirou fundo e seu coração estava muito acelerado, todas as palavras que Finn haviam lhe dito alguns minutos atrás, estava ecoando em sua mente e agora se sentia engana e despreparada para aquela comunicação.
— Na escuta? — a voz persistiu.
— Sim. — ela afirmou.
— Quem está na escuta?
— Aqui é Clarke Griffin. — ela finalmente teve coragem em falar.
— Clarke? — a voz repetiu.
— Isso.
— Clarke. — insistiu em repetir. — É muito bom saber que está bem. Aqui é seu Chanceler.
Monty arrastou todos para o lado de fora e logo o silêncio se tornou um grande barulho em todo acampamento.
— Vocês precisam se controlar. — disse ele caminhando com eles.
— Nos acalmar? — Jasper o puxou. — Cara, você tem noção do grande feito que fez?
— Você é um gênio. — Murphy também estava entre eles.
— Estou preocupado. — disse Bellamy caminhando na frente.
— Por que? — Octávia estava ao seu lado.
— Tinha algo diferente na Clarke.
— Eu também notei. — Wells caminhava junto deles.
— Qual é gente, ela estava em choque. Acredito que ela nem imaginava que isso iria acontecer. — disse Murphy.
— Não exatamente por isso. — Bellamy continuou. — A expressão no rosto dela me assustou. Era como se algo estivesse errado. Ela não parecia estar assim por causa da comunicação com a arca.
Todos desceram até próximo da fogueira, queriam dizer aos outros que os comunicadores estavam funcionando. Assim que desceram avistaram Finn parado próximo da nave como se estivesse na espreita para saber qualquer coisa.
— Fala aí Collins? — Bellamy passou na frente de todos. — Algum problema?
— Eu só vim falar com Clarke.
— Eu acho que ela está meio ocupada agora e você sabe disso.
— Não sei. — ele o ignorou e olhou para Monty. — Ela está ocupada?
— Nem responde. — Octávia passou na frente.
— Caramba um complô aqui? — Finn cruzou os braços. — Clarke sabe dessa segurança toda?
— Cara ela está se comunicando com a arca agora. — Wells finalmente falou.
— Ei. — Octávia repreendeu.
— Tudo bem. — o moreno afirmou. — Ele já sabe disso. Ele só quer saber de outra coisa agora estou certo?
— Não sei. — Finn fingiu não entender.
— Qual é…— Octávia estava cansada daquele joguinho. — A gente sabe sobre você e não confiamos em você. E não pense que deixaremos fica perto da Clarke.
— Eu não faço a mínima ideia do que estão falando. — ele fez uma cara de sínico. — Na verdade eu acho que neste momento a Clarke não vai querer estar perto de nenhum de nós, principalmente de você Bellamy.
— Do que está falando? — Bellamy ficou intrigado.
— Só estou falando que a Clarke lembrou o que realmente era importante para ela. E deve estar fazendo isso lá naquela sala agora.
— Que merda esse cara está falando gente? Só eu estou sem entender nada aqui? — Murphy gritou.
— Finn tá usando a Clarke para se vingar do Jaha, ele é tipo um psicopata em série. — sussurrou Jasper.
— Merda. — Murphy ficou espantando. — Eu deveria ter suspeitado desse jeitinho de bom samaritano.
A discussão foi interrompida pela presença de Clarke, que surgiu entre eles tão rapidamente que nem ao menos teriam a notado chegar.
— Clarke? — Monty a chamou. — Como foi? Conseguiu falar com sua mãe?
— Não. — ela afirmou com uma expressão bem diferente.
— E eles querem falar com mais alguém? — Jasper questionou.
— Sim. — ela encarou todos. — Bellamy? — ela lançou olhar bem sério. — Jaha está esperando para falar com você.
— Comigo? — ele ficou surpreso.
— Vai lá Blake. — Finn quis provocar. — Acho que chegou sua hora.
Todos ficaram sem entender o que estava rolando ali e todas as provocações daquele garoto, só deixavam as coisas ainda mais ruins entre eles.
Clarke saiu de perto sem ao menos dizer nada ou expressar estar feliz pelo feito. Monty ficou bastante desapontado porque se empenhou muito nisso e pelo menos, imaginou uma forma de agradecimento dela. Assim que Bellamy subiu até a sala Octávia, parou Finn no meio do caminho e todo plano de guardarem aquele segredo parecia estar indo por água baixo.
— Seu merdinha. — ela o empurrou. — O que você fez ou falou para Clarke?
— Eu? — ele se fez de vítima. — Se está muito preocupada porque não pergunta para a Clarke? Acho que nessa momento ela vai amar falar com você.
— Cansei. — ela se virou para trás e apenas afirmou sua indignação para os garotos e o acertou com um soco bem no nariz.
— Porra! — Murphy gritou completamente surpreso.
— Sua filha da….— Finn colocou as mãos sobre seu rosto e pensava ter quebrado seu nariz.
— Octávia! — Monty foi correndo até ele. — Por que fez isso?
— Ele é um mentiroso babaca.
— Será que todo mundo aqui pode parar de agir como uns selvagens?
— Eu não fiz nada. — Murphy ergueu as mãos e Jasper o imitou.
Enquanto discutiam do lado de fora Bellamy, entrou e sentou naquela cadeira. O garoto estava sem entender por quais motivos estava ali e agora realmente iria descobrir.
— Oi. — disse ele sem saber como usar aquilo.
— Arca na escuta. — a voz do outro lado confirmou. — Quem está na escuta?
— Bellamy Blake.
— É bom falar com você Bellamy. Aqui é seu Chanceler Jaha.
— Oi Chanceler.
— Você pode me dizer se está bem?
— Estou sim. — ele ainda ficava pensando o motivo disso.
— Sabe porque o chamei senhor Blake?
— Não, sinceramente senhor não sei.
— Clarke Griffin me contou algumas coisas em relação aos feitos de vocês desde que chegaram na terra.
— Entendo.
— E gostaria de saber algumas informações e tirar algumas dúvidas com você ok?
— Tudo bem senhor.
Monty correu até a enfermaria apoiando Finn em seus ombros. Quando chegaram Harper foi rapidamente fazer os primeiros socorros. O garoto sentou na maca enquanto, a menina corria para pegar suas coisas em uma maleta de primeiros socorros.
Os outros correram até o local onde Clarke estava, próximo da barraca pelo qual fica as armas para caçada.
— Ou, ou, loirinha onde pensa que vai com isso? — Murphy foi entrando na frente quando por pouco a lança que Clarke carregava quase o acertou.
— Sai da frente.
— Clarke podemos conversar? — Octávia tentou se aproximar.
— Agora eu não tenho tempo.
— Ei. — Wells parou em sua frente. — Pode me dizer o que tá rolando?
— Eu sei do joguinho de vocês. — Clarke estava muito brava.
— Joguinho? — Octávia questionou.
— Sobre a porra de toda mentira que está rolando aqui.
— Ok. — Wells estava com olhos fixos naquela lança. — Seja lá o que aconteceu na conversa com meu pai eu quero te dizer que podemos te ajudar.
Enquanto isso na enfermaria.
— O que aconteceu com ele? — Harper estava olhando o nariz de Finn.
— Octávia deu um murro nele. — Monty contou.
— O que? Por que?
— Eu não sei. — o garoto olhou para Finn e o garoto balançou cabeça dizendo não saber.
— Eu acho que você não quebrou o nariz Finn. — Harper conseguiu parar sangramento. — Foi sorte.
— Não existe sorte. — o garoto a encarou e observou sua maleta de equipamentos.
Em frações de segundos tudo que estava acontecendo, naquele acampamento parecia que mudaria as ações seguintes para todos ali.
Bellamy saiu da sala principal da nave com uma missão para cumprir. Clarke agora entrava em um debate, com as pessoas pelas quais confiava e Finn tinha poucos minutos para pensar nos seus próximos passos.
Um estrondo repentino e forte surgiu e um silêncio assustador tomou conta de todo acampamento. Jaha pode ouvir no rádio um barulho muito forte, ficando preocupado com a perda de comunicação.
Clarke não conseguia ouvir direito e assim que abriu os olhos, estava debruçada no chão e suas mãos pareciam feridas. Ela olhou em volta e tinha muita fumaça e então, uma pontada forte em sua cabeça a fez revirar de dor.
A escuridão parecia estar ali. Seus olhos agora embaçados procuravam por seus amigos e até mesmo por Finn, no meio daquela terrível catástrofe, então foi ali que um rosto estranho mais familiar para ela surgiu em sua frente e Clarke apenas ficou desacreditada por estar realmente assistindo tudo aqui acontecer.
— Você? — disse ela com dificuldade para o homem de armadura que a encarava.
Clarke começou a rastejar pelo chão, não poderia enxergar nada já que uma grande fumaça negra se alastrou por toda Arcádia. Ela gritou pelo nomes de seus amigos, implorou para que viessem ajudá-la. Então ela sentiu as mãos frias daquela homem a pegar pelo seu casaco, a erguendo sobre seus braços. Agora o silêncio assustador surgiu e o destino pareceu muito incerto naquele momento.CONTINUA.
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THE 100
FanfictionApós um ataque que destruiu a terra fazendo com que a raça humana, procurasse abrigo no espaço, uma nave com 100 jovens cai sobre o solo após se passar 40 anos. A missão aparente é saber se a existência no planeta ainda é possível. Mas o que reserva...