- Eu aceito. - disse Octávia após ouvir toda o plano de Clarke.
- Nem pensar. - Bellamy expressou sua indignação.
- Ela está certa irmão. Olha só não serão todos afetados, queremos que Chanceler Jaha pague pelos erros cometidos.
- Estamos falando de punir alguém sob a lei. - o garoto mencionou fato importante. - Acha que o restante das pessoas que são a favor dele não vão vir para cima de nós?
- Quem? - Clarke questionou. - Minha mãe vai me ajudar, não vou dar opções para ela.
- Não me importa se você está ou não ligando para alguma coisa Clarke. Estamos falando de vidas aqui ok? Não importa o quão alguém tenha nos feito, não podemos decidir quem vai viver ou morrer.
- Irmão? - Octávia o chamou para o lado. - Devemos isso por nossa mãe.
- Eu tenho muita mágoa assim como você Octávia... - o garoto a puxou para bem perto. - Eu a amava demais. Só não posso deixar minha raiva me consumir.
- E que droga foi toda aquela cena no lago?
- Foi diferente.
- Diferente de que? - a menina se afastou exaltada. - Você o teria matado se não fosse a Clarke aparecer.
- Eu estava com raiva. - Bellamy pareceu perdido. - Eu não quero carregar a morte de ninguém.
- Você carregará a de nossa mãe para sempre. - Octávia estava com os olhos cheios de lágrima e saiu desesperadamente dali.
- Isso é tudo culpa sua. - Bellamy apontou para Clarke.
- Ela tem razão. O que torna isso o que vamos fazer, com a sua atitude com o Wells diferente?
Bellamy ficou sem palavras naquele momento só sentia tanta raiva daquela garota, que um segundo depois apenas esbarrou por ela para sair daquele lugar. Seja lá quais realmente seriam os motivos de Clarke, isso a tornou uma pessoa fria e sem total sentimentos por ninguém.
Todos preparavam para dormir e Finn estava apenas sentada em frente a fogueira, analisando talvez consigo o que poderia ser útil fazer dali em diante.
- Sem sono? - Octávia se aproximou.
- Sim. - ele jogou algo sobre a fogueira. - E você?
- Pensamentos demais. - ela sentou ao seu lado.
- O que te perturba? - Finn a observou.
- Meu passado. - Octávia parecia trazer memória. - Uma época em que meu irmão era uma pessoa melhor.
- Bellamy me pareceu um garoto bom. O que tem de errado com ele?
- Depois que nossa mãe morreu ele mudou muito e quer se importar com todos e só para defender suas próprias crenças. Agora está querendo julgar a Clarke.
- Julgar? - Finn ficou muito interessado. - Como exatamente?
- Se eu te contar promete não falar para ninguém ok? - ela cochichou e ele confirmou com gesto de cabeça. - Clarke está planejando uma divisão dos que estão na arca e Chanceler.
- Ela o que? - Finn ficou muito surpreso.
- A ideia e entrar em contato com eles, assim passaremos algumas informações sobre o plano para duas pessoas dentro da arca. Elas seram responsáveis por prender o Jaha na ala oeste. Sabemos que lá é isolado por acústico e ele não vai notar a evacuação da nave.
- Espera. - Finn se arrumou melhor sobre o tronco. - Ela quer larga no espaço sozinho?
- Isso. - Octávia ainda cochichava. - Ela vai precisar de duas pessoas para ajudar só que Bellamy se recusou e claro, eu serei proibida por ele se tentar apoia-la.
- Preciso ajudar então. - Finn pensou alto.
- Você?
- Isso. Se convencer a Clarke de que pode confiar em mim podemos fazer isso.
- Bellamy não vai me deixar ajudar. - ela revirou os olhos.
- Eu vou te ajudar também. - Finn lançou olhar magnético. - Só preciso que Clarke me coloque no plano e o resto faremos dar certo.
- Tá legal. Vai dar certo - Octávia ficou muito cismada com tanta empolgação do garoto e passou questionar a si mesma das intenções dele.
- Vai sim. - concluiu Finn com sorriso largo no rosto e muita confiança.
-Arca - 1 ano atrás
O conselho estava reunido na sala de reuniões aguardando a chegada do Chanceler para iniciar. Abby entrou um pouco nervosa após a noite passada. Sabia ela que o peso de revelar aquilo a todos, poderia colocar as coisas em risco e até mesma a garantia de suas vidas em paz por ali.
Assim que Chanceler cruzou a porta todos levantaram fazendo, um sinal de reverência como sempre fazia para o superior. Sentaram todos e a pauta daquela reunião era a mesma que as outras, todas as informações e desempenho da tribulação da arca no espaço.
Cada um do conselho começou a responder qualquer questionamento de seu superior, assim como todas a medidas que cada um havia tomado em relação aos questionamentos de descumprimento de leis. Desde a criação da ala oeste muito jovens infratores haviam sido punidos ali, mesmo que os métodos para isto fossem questionáveis.
- Abby? - Chanceler dirigia a ela.
- Senhor!
- Como estamos na enfermaria?
- Todos que estavam com algumas doenças respiratórias foram controlados. - ela começou a explicar. - Só que temos algumas complicações com os mais velhos senhor.
- Complicações?
- Isso. Pelo fato de seus corpos ainda rejeitarem alguma presenças químicas do ar após a evacuação da terra, os danos causados em seus pulmões e partes sanguíneas estão surgindo ao longo dos anos.
- Temos os remédios para serem aplicados em todos, assim como nos outros podemos esvaziar a ala de enfermaria em breve. Assim como as análises da doutora Suzi, estamos tendo grandes avanços com as hortas produzidas.
- Senhor....- Abby sentiu um nó em sua garganta, ela sabia que toda aquela atuação da doutora tinha que acabar e que o Chanceler sabendo ou não dá verdade o restante da população da arca merecia saber o que estava acontecendo ali.
- Abby tem algo para acrescentar?
- Eu...- seus olhos ficaram perdidos e ela teve os exatos segundos para pensar no que fazer.
Assim que o conselho saiu da sala Jake, estava no corredor esperando até cruzar com sua esposa. Quando os dois se encontraram ele a segurou pelos braços com um espírito de animação, mas a feição de Abby deixou claro que algo estava errado.
- O que foi? - perguntou ele preocupado.
- Desculpe Jake. - ela sentiu um peso sobre si. - Eu não consegui.
- Abby....- ele estava muito desapontado e mesmo assim a puxou para abraça-la. - Está tudo bem eu sei que isso é algo sério e pode colocar tudo que temos em risco.
- Me perdoe querido.
Os dois ficaram ali por mais alguns minutos até voltarem para seus postos. Jake retornou até sua sala e ao chegar lá revirou toda a sua mesa na procura pela sua pasta, só que sem sucesso algum não a encontrou de nenhuma forma e o desespero começou tomar conta de si. Pensou consigo que estivesse com Abby e como a reunião foi hoje ela teria pegado sem ter tempo de colocar novamente lá. Sua cabeça estava explodindo e se sentou para se acalmar até ver o rosto de sua garotinha encostado sobre a porta.
- Pai? - Clarke o chamou bem baixinho com olhar doce.
- Vem cá minha menininha. - Jake a chamou e sentiu a garota saltar sobre um abraço bem forte.
- Você não assistiu meu treino de novo. - ela parecia chateada por isso.
- Aí caramba seu treino querida. - ela a puxou pelos ombros para olha lá. - Me perdoe. Eu me esqueci completamente.
- Se não estivesse tanto tempo nessa sala talvez tivesse mais tempo para mim e a mamãe.
- Ei. - ele a repreendeu. - Eu sempre tenho tempo para vocês duas.
- E perdeu mais um treino. Eu estou melhorando sabia? - ela segurou mão de seu pai e brincou ao se soltar. - Wells continua sendo melhor da turma.
- Duvido que ele seja melhor que minha menina.
Clarke lançou sorriso largo e logo, observou os papéis na mesa de seu pai e ficou curiosa para saber.
- Projeto novo?
- Não. - ele desconversou. - Só algo que estou trabalhando por fora.
- Posso saber o que?
- Ainda não. - Jake ajuntou tudo e guardou rapidamente. - Tenho alguns ajustes ainda para fazer.
- Certo...- ela levantou e fez um olhar que seu pai já conhecia.
- O que foi agora Clarke?
- Está mentindo pai. Sei que passa horas neste escritório e toda noite a mamãe tem que te chamar para deitar. - ela cruzou os braços. - Sei que na noite passados voltaram tarde e estavam preocupados com algo muito sério.
- Filha esse assunto ainda não é para você.
- E toda aquela história de eu ser sua sucessora?
- E você será. - ele afirmou. - Só que será melhor do que eu filha. Eu preciso fazer tudo dar certo para que a nossa vida fique melhor no futuro.
- Tá legal. - ela se deu por convencida e beijou seu rosto antes de ir. - Só não demore muito para me dizer.
- Eu prometo. - ele a beijou de volta e a viu partir.
-Clarke estava encarando aquele lindo lago a sua frente. As lembranças a deixavam perturbada e toda aquele discussão com Bellamy, todos os acontecimentos desde que pousaram na terra estava a corroendo por dentro.
Finn apareceu de repente e deu alguns passos lentos até ter a certeza, que ela não surtaria se chegasse tão perto. Não existia tantos motivos para ela odia-lo naquele momento.
- Por que está aqui sozinha?
- Só pensando um pouco. - dizia ela dando uma brecha para ele se sentar.
- Dia ruim? - ele sentou cruzando as pernas.
- É ruim talvez. - ela respirou pesado.
- O que perturba tanto seus pensamentos Clarke?
- Você já sabe.
- Todo o lance com Chanceler? - ele pausou e a encarou. - Não pode esquecer isso por um minuto?
- Gostaria. - ela abaixou a cabeça.
- Olha vamos fazer o seguinte. - Finn levantou de repente limpando sua calça. - Vamos dar uma volta.
- Ficou louco? Não sabemos o que tem por aí.
- Clarke, por favor. Será que você não pode se desligar dos problemas por uma vez?
- Não. - ela mostrou uma feição de óbvio e o deixando falando.
- Ei. - Finn saiu correndo atrás de garota. - Clarke volta aqui!
A menina começou a rir pela situação e continuou não dar bola para garoto, até que Finn conseguiu alcança-la e a pegou no colo apoiando em seus ombros.
- Me solta Finn! - ela começou a gritar.
- Não mesmo. - o garoto começou a andar floresta a dentro.
Clarke se debateu quase por 5 minutos até que finalmente Finn a soltou. O garoto começou a debochar de sua atitude estérica e Clarke, apenas estava com raiva demais e preocupada por saber o quão longe estavam da nave.
- Eu juro que se nos perdermos eu te mato. - ela o empurrou.
- Clarke? - ele continuava rindo. - Relaxa. Eu saí com o grupo lembra? Sei voltar.
Clarke não deu mais ouvidos ao garoto e começou a andar, desviando das árvores e passando pelos enormes arbustos que tinha por ali. Ela o ignorou por cerca de varios minutos andando pela floresta adentro e Finn, simplesmente a seguia achando graça pelo seu desespero constante. Ele a puxou por sua jaqueta e Clarke parou rapidamente.
- O que você quer? - ela gritou irritada o bastante.
- Eu sei sobre seu plano contra Jaha.
- Deixa eu adivinhar....- ela bufou não admirada. - Bellamy?
- Não. Foi Octávia que me contou e quero te ajudar.
- Você? - Clarke ficou surpresa.
- Por que não posso e o Bellamy pode? Pelo que sei ele não te apoiou muito nisso.
- Tinha que ter deixado ele e o Wells se mataram.
- Quanta crueldade. - ele debochou.
- Não vou te colocar nessa missão. Então esqueça isso e vamos voltar.
- Clarke?- ele puxou sua mão. - Eu me importo com você. Estou preocupado te vendo tomar todo esse peso para si mesma.
- Eu não preciso disso ok? - Clarke se exaltou. - Não preciso de pessoas se importando comigo.
- Para com isso. - Finn falou no mesmo tom. - Para de fingir para si mesma que é forte como uma pedra, porque só o que vejo é uma garota frágil precisando de alguém do lado.
- Esqueça. - Clarke deu as costas e começou andar.
Finn tentou novamente puxa-la até que Clarke começou a empurra-lo cada vez mais forte, até mesmo ela perder o equilíbrio total e cair no chão. Os dois se olharam por alguns segundos até Clarke não conseguir mais segurar suas lágrimas e desabar.
- Eu não aguento mais. - ela caiu no chão e começou a chorar.
- Ei, não. - Finn se recompôs rapidamente e foi até garota a puxando para um abraço.
- Eu só queria que ele estivesse aqui Finn....- em meio a tantas lágrimas e soluços ela dizia.
- Ele está com você Clarke. - o garoto segurava sua mão e a levava até seu peito. - Está aí dentro.
- Acha que tudo que estou fazendo está errado? Como faço para consertar?
- Mude. - ela apoiou sua cabeça acima da dela a puxando para si. - Seja a Clarke que um dia não teve tanta dor. Você verá que vai falar apena.
- Finn? - ela se afastou e olhou para ele. - Eu não posso confiar neles. Eu não posso perdoar.
- Então não faça agora. Só tente se focar em um plano e tudo dará certo ok? - ele deslizou os dedos sobre seu rosto. - Você não pode controlar todos aqui, então faça por si mesma.
- Droga! - ela sorriu em meio as lágrimas. - Você não será o primeiro a me dizer isso.
- Tudo bem. - ele também sorriu. - Mas, sou o cara aqui que quer te ajudar.
- Como?
- Vamos derrubar o Jaha só que antes disso, vamos fazer de um jeito melhor ok?
- Ok. - ela concordou com cabeça e os dois ficaram por mais alguns minutos até voltarem.
No caminho vinham conversando e Finn já conseguia deixar a loira mais tranquila, esquecendo completamente dos problemas de algumas horas atrás. Clarke passou sobre uma árvore diferente, daqui teriam visto por ali até que de repente pisou falso e caiu.
- Clarke? - Finn gritou assim que a viu cair em um buraco.
A garota caiu tão brutalmente que ficou desacordada. Finn entrou em desespero e olhou por todos os lados e começou a gritar por ajuda.
Analisou a melhor forma para conseguir descer, mas não teria como subir de volta já que aquilo parecia ser uma armadilha mortal.
- Droga! - resmungou para si mesmo. - Preciso chamar alguém. Eu juro que eu volto Clarke aguente firme.
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THE 100
Fiksi PenggemarApós um ataque que destruiu a terra fazendo com que a raça humana, procurasse abrigo no espaço, uma nave com 100 jovens cai sobre o solo após se passar 40 anos. A missão aparente é saber se a existência no planeta ainda é possível. Mas o que reserva...