Capítulo 3: O plano do Altíssimo

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Deitadas uma ao lado da outra encarando o teto, Rúbia e Maya, conversavam há algumas horas.

- Então Deus criou o mundo para ter uma família, mas o primeiro casal, Adão e Eva, desobedeceram ao mandamento d'Ele e comeram do fruto, com isso o homem perdeu a vida de Deus em si mesmo, tornando-se pecador. - recapitulou Maya.

- Exatamente! - Exclamou Rubi satisfeita.

A surpresa com o súbito interesse de Maya sobre o evangelho pegou Rúbia desprevenida, o que apenas contribuiu com a obra do Espírito que encontrou passe livre para falar através dela.

Rúbia orava pela amiga desde que se conheceram, e ver suas orações sendo respondida diante de seus olhos, emocionavam a moça profundamente, ali ela constatou ser preciosíssimo se dispor a pagar o preço de uma vida, naquele momento ela entendeu o que Paulo quis dizer com sofrer as dores de parto, até ver Cristo manifesto na vida das pessoas.

- Mas Rubi, eu não sou pecadora desse jeito! - defendeu-se Maya - Eu nunca matei, nunca roubei e nem adulterei, o máximo que já fiz foi contar uma mentirinha aqui e outra ali, mas todas para o bem das pessoas envolvidas.

- Amiga pensa comigo - Rubi disse sentando-se na cama imediatamente -, estamos na frente de um lago, certo? - ela encarou a amiga que assentiu enquanto se sentava também - Eu vou pegar uma pedra bem grande e você uma pedra bem pequenininha, tudo bem?

- Continue. - Maya incentivou após concordar novamente.

- Eu vou jogar a minha pedra no lago, o que vai acontecer?

- O lago vai sair do estado de repouso, jogando muita água para todos os lados e a pedra vai descer para o fundo. - Maya respondeu.

- Isso mesmo, mas e se você jogar a sua pedra?

- A minha pedrinha pequenininha? - Maya sorriu ironicamente, contudo com um meneio de cabeça da amiga, ela precisou continuar - Bom... Ela nem vai mexer a água do lago, quase não vai se notar que ela foi jogada ali. - concluiu dando de ombros.

- Isso é verdade! - Rubi concordou animada - Mas onde que essa pedrinha pequenininha vai parar?

- Vai para o fundo. - Maya ficou ainda mais confusa diante do sorriso xeque-mate da amiga.

- Essa é a questão, o ser humano colocou tamanho nos pecados, mas para Deus é tudo igual, todos te levam para o fundo! Não é porque perante a sociedade seus erros não são gritantes que eles deixam de ser um erro. Maya, o pecado é aquilo que fere a santidade de Deus! Em Romanos 3: 10 a 13 lemos "Não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios;" - fez uma pausa para que Maya absorvesse aquelas palavras - Maya, o pecado habita o corpo humano, nós nos tornamos escravos dele ainda no Éden, está no nosso DNA. Não há para onde fugir, todos somos pecadores! - Rubi falava pausadamente - A dívida, que o homem contraiu com suas escolhas, era impagável - lágrimas desciam pelo rosto de ambas - estávamos fadados à morte.

A constatação de seu pecado assustou Maya profundamente. Ela que se via justa perante a sociedade, ao ser colocada perante a santidade de Deus, contemplou toda sua imundície, a jovem finalmente enxergou sua carência do perdão do Senhor.

Aquilo era assustador para ela, se via tão justa e tão boa, contudo tudo caiu por terra, ela não era melhor do que ninguém. Perante o Altíssimo, Maya se viu pecadora! A agonia tomava-lhe o coração, sua justiça própria de nada lhe servia, ela havia pecado e com tal ato se tornava inimiga de Deus. Maya estremeceu ao se imaginar perante o tribunal do Criador, ouvia o martelo bater e lhe ser decretada a sentença: culpada!

O medo dominava seus sentidos, tudo que ela queria naquele momento era esperança! Mas ao se lembrar de que era inimiga de Deus, sentiu suas forças se esvaindo, entretanto a voz de Rúbia ressou novamente em seus ouvidos e a luz no fim do túnel se tornou visível.

- Você disse estávamos. - após a longa pausa regada de muitas lágrimas, Maya declarou com voz embargada, contudo esperançosa.

- Sim, eu disse! - Rubi concordou emocionada - Existia uma chance de salvar a humanidade, uma chance no madeiro.

- Jesus? - Perguntou Maya, ansiosa pela resposta.

- Sim! - Rúbia sorriu emocionada - O Deus que se fez homem. O novo Adão. Jesus foi mandado a terra, o Criador se fez criatura para assim salvar sua criação. Ele viveu como homem, mas diferente dele não se contaminou com suas mazelas. Assim como expiação pela nossa culpa, morreu o cordeiro imaculado de Deus!

- Mas por quê? Ele era Deus, Rubi! - Maya estava desesperada ante a constatação do calvário.

- Maya, Ele nos ama! - ela respondeu simplesmente, deixando a amiga atônita - Não existe outra resposta, foi simplesmente por amor!

Todas as fortalezas criadas por Maya se romperam diante daquela afirmação, todas suas amarguras, suas amarras e ressentimentos caíram ao chão, ela contemplou o amor com o qual era amada, não se sentia mais uma insignificante vida na terra. Naquele momento, ela entendeu que não havia sido criada para a monotonia da rotina, o ciclo vicioso e deprimente vivido pela humanidade.

Sua vida não fazia sentido porque não era vivida para o próprio Autor e isso era o que Maya mais queria mudar naquele momento.

Por mais que estar perante o santo Deus deixasse todas as falhas de Maya perante seus próprios olhos, a jovem moça não se inibiu. Ali aos pés de seu Senhor ela não encontrou um olhar de julgamento e muito menos de ira, aos pés de seu Salvador ela entrou misericórdia, perdão, graça, esperança e muito amor. Naquela noite Maya constatou que não existia melhor lugar para se estar do que ao lado do próprio Amor. Nada poderia ser comparado ao grande tesouro escondido que ela havia encontrado e a maior certeza da moça era que jamais trocaria ou perderia aquela preciosidade.

- E o que eu faço para conseguir o perdão de Deus? - Maya perguntou em meio às lágrimas.

Sem conseguir se segurar por mais tempo, Rúbia enlaçou a amiga em seus braços, choraram juntas, ambas profundamente gratas ao constatar a salvação de mais uma vida.

- Agora eu vou falar sobre o batismo! - Rúbia respondeu ainda abraçada a amiga.

A paz emanava daquele quarto, e com ela, Rúbia percebeu que o tempo e o modo de Deus eram perfeitos, Eclesiastes 8:6 nunca lhe fizera tanto sentido "Porque há um tempo e um modo para todo propósito". O que mais enchia seu coração de alegria era saber que o de sua querida amiga havia chegado.

Me emocionei comesse capítulo!

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Me emocionei com
esse capítulo!

Amo vocês!


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