dark river

Capítulo 1 : magoas afogadas

"nós desconhecemos as razões da vida,

desconhecemos de como viemos a este mundo até não sabermos para onde vamos, mais  assim como não temos certezas absolutas de que existimos pelo que vemos diante dos nossos olhos, desconhecemos completamente das coisas que estão ocultas que somente ouvimos falar..."

- Jessica v.v.s

Capitulo 1: afogando

Tommy olhava demais para o lago, todos os dias ele dormia com a roupa já colocada e se levantava em passos calmos com cuidado para que seus pais não os ouvissem pois ele havia sido proibido de sair tão sedo sozinho, e o lago por mais que fosse bem próximo ainda era perigoso, então ele silenciosamente se levantou nas pontas dos pés, caminhou ate as escadas quando pisou em uma tábua que rangeu pois estava solta pelo mofo que se formava em baixo por conta do ambiente úmido, um pequeno acelerar de coração e arrepio na nuca lhe subiu a pele, ficou paralisado esperando alguém lhe pegar com na boca da botija e já tentava criar um argumento, ele ouviu um murmurar e um suor lhe escorreu pelo rosto e pingou no assoalho ele tentou respirar normal sem barulhos mais sua asma não o ajudava muito colocou a mão em sua boca para abafar o som e o silencio reinou novamente.

nenhum som foi ouvido e ele estava na mesma posição a 5 minutos cansado e percebendo que ninguém o pegaria ele continuou, quando chegou a porta pegou sua bombinha e respirou fundo se acalmando, colocou os sapatos que carregava nas mãos e fechou a porta com cuidado correndo em passos apreçados foi até a ponte de madeira que ficava no meio do riacho onde era mais fundo, por mais que fosse a ponte do grande rio de good village ele ainda era profundo e não dava para encostar os pés no chão como se não tive-se fundo, mais ninguém ligava muito para aquele lado mais o que os donos dali sabiam é que ele podia ser muito mais fundo do que parecia ser.

o pequeno garoto se agachou na madeira e olhou para o riacho que era negro como o infinito sem estrela nem planetas, a agua não era suja nem poluída e muito menos tinha lodo escuro ao contrario ali era pura agua doce e a areia era clara como pó de arroz e bem fina, mais a cor de sua agua era negra como um lodo negro e cheio de musgo mais ela era fina e limpa pois a agua era doce, não havia um peixe se quer a quilômetros, eles haviam desaparecido a muito tempo e a muito tempo não havia pescaria nem legalizada e nem mesmo ilegal pois não havia vida ali, apenas alguns sapos que não chegavam a encostar na agua.

o menino a olhava fixamente esperando por algo ele queria ver, ele se deita na madeira da ponte para seu rosto ficar mais próximo da agua para enxergar melhor o que ele estava procurando, o rio estava parado e quieto não havia nem mesmo barulho d água se movendo, um silencio que o atormentava, passou os dedinhos pela agua para ver se encontrava movimento.

- onde está você? - ele disse esperando o peixinho dourado que ele havia visto a alguns meses e por isso todos os dias ele o procurava, se punha agachado e estendia sua cabeça sobre o riacho esperava o peixinho passar. pegou uma migalha de pão que guardava no bolso e espalhou pela agua e mexeu com os dedinhos e ele ficou ali por um tempo olhando para a imensidão negra esperando por alguma vida naquela agua que deveria ser enfestada de peixes, girinos e até cobras.

- por favor, aparece... - ele disse e lágrimas escorreram de seus olhos e caíram na agua se misturando o salgado com o doce e um movimento de agua foi ouvido, ele viu algo esguio e brilhante passar por seus olhos na agua e ondas se formaram e o vento soprou e bagunçou a agua que ficou turva.

- o que está a procura criança? - uma voz firme mais delicada disse e o menino olhou para ela limpando os olhos, ela estava encostada na madeira da ponte não muito longe do menino com a cabeça apoiada nos braços e tinha um sorriso encantador.

- o peixinho dourado, eu o vi ele brilhava, eu queria o ver brilhar de novo. - ele disse chorando novamente, ela deslizou pela agua e foi até ele ficando frente a seu pequeno rosto, seus seios estavam cobertos por seus longos cabelos escuro e seus olhos castanhos brilhavam e era doce e delicado seu agir como o de uma bailarina treinada, acariciou o rosto de menino e limpou suas lágrimas com os dedos.