Pov S/n
Eu não sabia o que pensar no momento e nem queria estar aqui pra saber que consequência seria essa. Me sentei na cama, minha mão indo para o meu lábio, me machucar foi de longe a ideia mais genial que tive mas diante daquela circunstância, eu me chamaria de gênia.
"Droga" reclamei tentando ao máximo não chorar, sinceramente, eu teria que achar outro ponto fraco dela, porque me machucar não é mais uma opção, só em casos muito extremos mesmo. Deus, por que diabos eu tô considerando isso?!
Tive tempo de sobra pra absorver esse novo ambiente.....o quarto de Billie? Era surpreendente o quão aconchegante transparecia ser, as paredes avermelhadas combinavam com os móveis rústicos e simples do local. Havia alguns quadros, todos na medida certa, não tão exagerado como no cômodo que estive acorrentada, o pintor certamente era Vincent Van Gogh, as cores e a presença marcante do azul lúcido na noite estrelada emoldurado logo ali perto da cabeceira próximo a cama, me fez lembrar da Camila e sua tagarelice a respeito da arte e os outros tons inesquecíveis que Vicent manuseava tão bem. Por mais que o quarto fosse agradável, o que não combinava muito com a Billie, esses quadros me fizeram deduzir que, apenas talvez, essa cama no qual estou seja dela mesmo.
A loucura combina com ela.
"Você gosta do que está vendo?" Billie me fez pular. Olhei para o lado e lá estava ela, não sei por quanto tempo, sua presença silenciosa passou despercebida "Eu acho que assustei alguém" fingiu uma cara de arrependida e em seguida riu.
"Não me assustou" resmunguei, tentando conter os meus nervos e a teimosia implicante exalando em meus poros.
"Então por que seu coração está assim?" questionou, com uma sobrancelha levantada. Ela veio para minha frente, apoiando suas mãos em minhas coxas e se inclinou lentamente, como se quisesse absorver alguma reação minha a cada distância quebrada que ela invadia. Seu nariz encostou no meu, sua respiração parecia ter sumido, ou era eu que parei de respirar? "Você está nervosa, bebê?" Sussurrou
"O que quer de mim?" não tirei meus olhos dela, parecia meio idiota, mas eu achava que a encarar era o ato mais desafiador e corajoso que eu conseguiria fornecer à ela nesse momento.
"Hmmm"; piscou alguma vezes, claramente incomodada por eu ter estragado seu showzinho de sedução ou sei lá como ela chama isso. "Não quero nada de você, S/n" em um movimento rápido, ela lambeu seu dedo indicador e o botou em meu lábio, especificamente em minha ferida "Eu preciso de você" enfatizou seriamente, não ousei me mexer pois senti uma vibração entranha no local em que ela estava com o dedo, logo, como mágica, a dor sumiu "É diferente"
E é realmente mágica. Por que ela teve que sair se o que eu precisava estava com ela o tempo todo? 'Vou pegar algo pra limpar isso' mas suas mãos estão vazias e seus dedos são mágicos. Talvez ela tenha precisado de um breve tempo sozinha para se acalmar. A parte mágica ainda soava muito irreal pra mim, era como se eu estivesse vivendo em um história sobrenatural de alguma autora muito ruim. O que mais me pergunto é por que diabos ela precisa de mim ou por que não age como uma pessoa descente?
"E eu preciso de distância" tentei sustentar minha coragem enquanto a encarava. Seu sorriso apareceu novamente, ught odeio isso.
"Uma pena, porque não vou ficar longe de você" seu dedo deixou minha boca e percorreu meu pescoço. Meu coração pulou novamente, como eu me livraria disso? Merda, Lauren deu tanta sorte por ter Camila, já eu não diria o mesmo "Me divirto bastante contigo, aliás, você pode morrer caso eu fique muito distante" disse casualmente
"O que?!" Ela só podia estar brincando, Billie fez uma careta
"Alguns imbecis vão querer te tirar de mim";disse com raiva, como se isso fosse a pior coisa do mundo.
"Quem são?" Me arrependi de ter perguntando quando seu olhar que até o momento estava distante, se focalizou em mim, oh merda.
-"Não acho que esteja pronta" deu de ombros friamente.
"Por acaso eu preciso estar pronta para saber quem é que quer me matar?" tentei não soar desesperada, porém o pânico me atingiu de um jeito no qual me controlar não era uma simples opção. Diante de todo esses caos, ainda tenho que me preocupar de ser morta por outras pessoas além de Billie?
"Você não é do tipo que obedece" pareceu concluir para si mesma, revirando os olhos
"Eu não sou de me render tão fácil assim" segurei seu braço, fazendo com que ela parasse com seus movimentos em meu pescoço
A porta do quarto foi aberta pra minha sorte, Peep entrou e me lançou um sorriso de imediato. Ele parecia ser tão adorável.
"S/n tenho boas notícias!" Disse empolgado, me fazendo ficar com expectativas.
"Estou emocionada" fingi estar limpando lágrimas, ele riu, já Billie apenas zombou de mim.
"Camila quer te levar para dar uma voltinha" revelou, sim definitivamente um tempo com ela me faria bem "tipo, agora" piscou brincalhão
Eu me apressei para levantar e andar até ele mas no meio do caminho fui interrompida por Billie envolvendo seus braços em minha cintura, puxando meu corpo de forma autoritária para si. O movimento repentino deixou todo o meu sistema nervoso ainda mais nervoso, no ápice do pânico, se eu fosse morrer, agora seria a hora.
"Bill..." Peep a chamou em advertência, era como se eles já tivessem discutido sobre isso antes. Seu aperto pareceu ficar mais firme e eu posso estar um pouco fora de mim mas a sensação de estar em seus braços tinha indícios de familiaridade; não durou muito. Em frações de segundos, usando sua velocidade não humana, a porta da onde Peep entrou foi fechada com força, e seu aperto em minha cintura sumiu. Ela tinha fugido "Desculpa por isso."
"Eu já fui acorrentada, isso não é nada, Peep" dei de ombros, o menino balançou a cabeça e escondeu um sorriso
"Não tá sendo fácil pra ela" disse, me levando para o andar de cima
"Ser um anjo bonzinho, é...eu percebi" revirei meus olhos, ele me deu um leve empurrão de brincadeira
"Não" sussurrou, com medo de que ela ouvisse, eu acho "Bill não aceita que outras pessoas tenham controle sobre ela, e você tem. Mais do que imagina."
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The Devil Hostage™ - Billie&you
Fanfiction"A imagem de um anjo furioso, das asas erguidas ao céu acima de nós, do sangue escorrendo daquelas mãos sagradas e do olhar tempestuoso que jorrava com tanta raiva trovões na minha direção. Eu tinha alguma chance contra aquilo? Nesse momento cheguei...