A policial que roubou meu coração ✔️

ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 31

𝑭raqueza e covardia. Ou seria apenas medo? Não. Eu não sabia de nada. Não queria nem lembrar o meu próprio nome. Mais uma vez maldita vez, eu estava olhando a porta e o relógio. Eu contava os segundos. Meu coração estava tão acelerado que, parecia que iria sair pela minha boca. Sim, eu estava com medo. Com medo de muitas coisas. E o meu maior medo era o seguinte... E se ela não voltar? E se...?

Balancei minha cabeça. Eu tentava não pensar em como estava me sentindo. Tentava não pensar que quase havia conseguido contar. Não pensar novamente naqueles beijos. Eu tentava, ou melhor, fingia tentar. Essas eram as palavras certas. Eu fingia. Simplesmente assim. Como fingi para mim mesmo em todos esses meses que, Taylor era só minha amiga. Que nada nunca aconteceria entre nós. Mas quem diabos eu queria enganar, além de mim mesmo? Quem?

Desde do acidente da minha irmã, desde que ela apareceu na minha vida, eu estou assim. Assim, mesmo. Completamente louco. Sendo preso. Quase levando um tiro. Brigando em um bar. Querendo apenas uma mulher. Sentindo ciúmes. Assistindo séries. Fazendo loucuras, tipo invadir uma delegacia para pedir desculpas. Enviando flores e quase mandando escrever o nome dela nas nuvens. Virando um maldito celibatário. Sim, estou praticamente virando um virgem de 40 anos, mesmo que eu não tenha 40 anos e não seja virgem. E Deus... Amando uma mulher a cada segundo do meu dia, enquanto penso na mesma mulher, e sonho com ela em todo o maldito e santo dia.

Onde foi que eu errei? Onde foi que a minha vida ficou assim? Quando foi que, eu senti tanto medo assim de perder alguém, tanto medo do futuro? Tanto medo de amanhã acordar e descobrir que ela se foi, e que eu nunca mais poderei vê-la? Nunca mais poderei ouvir a sua maldita risada. Olhar aqueles olhos castanhos lindos. Sentir seu cheiro.

Eu pularia em um prédio em chamas para salvá-la. E Deus, ainda não acredito que falei aquelas palavras em voz alta. As palavras que me assombram e me perseguem quando vou dormir. Eu a amo. Estou apaixonado por ela, mas posso afirmar com clareza de que amo ela. E não sei porque. Eu já disse, é simples, eu quero essa mulher e amo ela. Isso não vai mudar!

Por que as pessoas amam? Por que sinto isso a cada maldito segundo? E, sinto meu coração pular em meu peito, como se quisesse correr. Amar alguém deveria ser fácil. Deveria ser como tomar sorvete e não sentir dor de cabeça, ou ficar com cáries. Mas, amar não é como tomar sorvete e nem ir ao cinema. Amar é simplesmente doce e amargo. Belo e feio. Triste e feliz. Ensolarado e chuvoso. É sentir algo tão forte que acha que vai morrer, mas mesmo assim, só conseguir respirar quando se ama. É pular de prédio com um sorriso no rosto, sabendo que seu pescoço vai quebrar e seu corpo irá explodir.

O amor é se arriscar, é cometer erros e acertos. Sentir um gosto bom quando dá certo, e um gosto ruim quando não tem jeito. Você tem alegria, mas pode ter tristeza. E você entra de cabeça, mesmo sabendo que nem tudo serão flores. Se alguém não amou pelo menos uma vez, não viveu ainda... não descobriu o que realmente importa. E que droga! Estou falando demais e sendo brega, mas não consigo parar.

Eu nunca soube o que era ser amado. Amado de verdade, por alguém que eu amasse e quisesse. Nunca soube o que era ficar com as pernas bambas com alguém, e ficar vermelho como um tomate. Nunca soube o que era realmente amar. E, sabia que, pelo meu glorioso histórico de relacionamentos e canalhices, era bem pior do que péssimo. Taylor não merece um cara como eu. Não merece um idiota e canalha. Eu não mereço ela, sei que nunca vou merecer, mas... não sou de mentir para mim mesmo, como tenho feito. E muito menos, sou um homem que desiste. Eu não vou desistir dela. Não quero e não posso. Nunca.

Ouvi o som da chaves batendo uma na outra. O tilintar que me avisava como um alarme que ela estava ali. Na porta. Meu coração bateu forte e aliviado, eu me levantei pronto para correr. Aquela era á hora. Dane-se! Eu simplesmente diria: "Taylor, estou apaixonado por você, é isso! Você sente algo por mim? Além de amizade?"