ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 7

512 39 29
                                    

O vento, que vinha do ventilador arrepiava os pelos do meu corpo, enquanto eu ajeitava a minha câmera e flexionava os joelhos no chão para ter um um ângulo melhor.

— Isso... Assim, mesmo... – Murmurei para Lane Every, uma modelo negra recém descoberta pela minha chefe, que decidiu fazer uma campanha voltada para a cultura africana. — Linda! – Mais uma foto. — Isso... agora olha para mim como se eu fosse o homem mais bonito, que você já viu na vida. Não que isso... não seja verdade. – Falei e Lane riu. Tirei mais uma foto.

Eu sinceramente, gostei da ideia da campanha, até porque Lane era muito simpática e bonita. Olhos pequenos e negros, boca carnuda de um tom um pouco roxo, um sorriso lindo e cabelos crespos e bem volumosos. O que eu mais gostei em Lane, foi que ela conseguiu passar verdade em todas as fotos, que fizemos. A minha modelo preferida até se recusou a passar maquiagem, pois queria ser ela mesma e não gostava de esconder qualquer marca de expressão. Pela primeira vez em muito tempo a minha opinião e trabalho, foram ouvidos por uma modelo e eu vou falar a verdade, eu me senti muito bem e até quis me gabar disso.

Havia um jarro feito a mão, bem ao lado de Lane, que estava com um vestido laranja e um lenço na cabeça com uma cor roxa. Ela usava brincos e dois colares, que eram feitos à mão. Tudo exatamente igual aos acessórios dos africanos, pelo menos de acordo com a nossa pesquisa.

Eu tirei muitas fotos dela, que sorria com uma juventude e uma pureza, que eram de tirar o fôlego. Fiz um trabalho inteiro em um dia com ela, sabendo, que com outras modelos poderiam ter durado uma semana. Pois, as malditas outras modelos, eram frescas demais e queriam opinar no meu trabalho, enquanto Lane, entrava em acordos comigo e falava com educação.

Arrumei minhas coisas depois de me despedir de Lane e oferecer uma carona para ela, que foi recusada com muita educação e um até breve senhor fotógrafo. Eu fui para o studio apenas para pegar a minha câmera de estimação, que o meu pai havia me dado antes de morrer e que eu usava para fazer as minhas fotos testes.

Olhei algumas fotos na câmera e tive um sobressalto assim, que ouvi uma voz familiar atrás de mim.
— Foi aqui que pedirão um melhor amigo de volta? – Me virei sorrindo para aquele filho da puta. Lucas Byron, meu melhor amigo.

— Filho da puta! – O abracei com força e ele riu. — Pensei que demoraria mais para vir. Pensei que as suas férias demorariam meses... – Falei.

— É. Porém eu tinha que vir, os negócios me perseguem. – O fitei.

— A leitoa se irritou e enjoou dos croissants ? – Brinquei e ele fez cara feia e franziu as sobrancelhas.

Meu amigo riu e depois balançou a cabeça, como sempre fazia quando eu chamava o amor da vida dele, Belle, de leitoa.
— Sim, na verdade, também. Mas... não conta pra ela.

— Seu segredo está seguro irmão... – Prometi sorrindo.

— Ainda precisa de um ombro? – Ele ofereceu.

— No momento quero uma cerveja gelada. Topa? Ou a patroa não deixa?

— Aceito! – Ele me deu um soco no ombro, que doeu.

Saímos do meu trabalho e fomos á um bar. Nós sentamos nas cadeiras, que estavam no balcão e cada um pediu uma cerveja.

— Bebendo para afogar as mágoas ou querendo esquecer as polícias...? – Meu amigo zombou.

Tomei um longo gole de cerveja.
— Bebendo apenas, pois quero ficar com cirrose. – Falei com ironia.

— É serio que ela quase te prendeu? – Ele questionou pela milésima vez.

A policial que roubou meu coração ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora