Capítulo 8

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Capítulo 8

Na hora que eu pensei em correr, pude sentir sua respiração em mim, calor puro e chocante o suficiente para me fazer tropeçar para trás. Eu olhei para ele com perplexidade. Aqueles olhos de avelã familiares olharam de volta, cheio de diversão. É... ele estava se divertindo às custas do meu medo.

De repente, ele mudou e o susto foi o suficiente para me fazer cair de bunda. Eu gritei quando Estebán ficou de pé na minha frente. Ele estava completamente nu, seu corpo exibia muitas cicatrizes antigas, como um soldado que já participou de muitas batalhas. Cada centímetro dele parecia ter sido esfaqueado ou arranhado em um ponto ou outro. Seu cabelo estava solto e estava mais comprido do que eu lembrava cobrindo seus bíceps. Ele estendeu a mão.

Eu vacilei. — Fique longe de mim!

Ele retirou a mão e olhou para mim, sorrindo como o idiota que ele era. — Eu estou só me divertindo um pouco com essa situação.

— Vai se foder. Que porra foi essa?

—Tão refinado. Gustav iria gostar muito de você. — ele disse amargamente.

— O que? — Eu estava tendo dificuldade em acompanhar. Agora ele estava falando do amante da minha mãe de novo? — Que diabos você está falando? Durante toda a minha infância e adolescência minha mãe nunca falou de nenhum Gustav. Essas fotos podem muito bem serem montagens ou fotos aleatórias. Não é porque duas pessoas estão numa foto que quer dizer que são íntimas.

— É isso que você pensa? — Ele parecia genuinamente perplexo.

— Ela nunca disse quem era meu pai.

A compreensão cruzou seu rosto. — Ah. — Ele fez uma pausa, procurando meu rosto. — E agora você acha que pode ser Gustav?

Eu não gostei do jeito que ele perguntou. Esperançoso. Eu não tinha certeza do que diabos eu deveria fazer disso. — Esse tal Gustav não falou nada quando esteve sob sua proteção?

— Responda a minha pergunta.

— Responda a minha.

Ele me deu um olhar cansado quando ele pegou suas calças que estavam no canto do beco e as vestiu. Então ele se preparou para assustar a merda fora de mim. Agradável.

—Você acabou de descobrir que não consegue ver todas as coisas sobrenaturais como você achava que podia, e quer discutir sobre um antigo e já falecido amante de sua mãe?

— Eu estava tremendo. Finalmente fiquei firme quando tive certeza que ele não iria se transformar naquela coisa de novo e me rasgar no meio.

E sim, talvez ele estivesse certo e minhas prioridades fossem distorcidas, mas eu ainda estava chocado demais para aceitar essas revelações todas ... Nunca sairia da minha cabeça.

— Ele era um shifter recessivo e infértil. Não poderia ser pai de ninguém. — ele respondeu.

De alguma forma, essa resposta foi tão profunda quanto se ele tivesse saído e dissesse que ele estava transando com Gustav o tempo todo. De certa forma, o fato de que ele manteve aquelas fotos pareceu mais íntimo. O sexo era sexo, mas se apegar a algo assim por não sei quantos anos ... isso era mais. Parecia mais.

— Você quer me dizer como você conseguiu esse pequeno truque de mágica? — Eu perguntei, me afastando. Eu decidi quase assim que eu vi a coisa que havia uma explicação lógica, embora eu estivesse longe de ser um cara lógico. Eu não podia aceitar que o que eu vi era real. Apesar de tudo o que eu já vi na minha vida.

— Não foi mágica. Eu sou um lobisomem.

— Sim, certo. Os shifters que conheço transitam entre uma forma humana e uma animal, um pouco maior do que a versão selvagem. Nunca vi uma forma híbrida. Isso é coisa de filme de terror ruim. Não existe.

Morda-me - Lobos de São Paulo #1 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora