Capítulo 28
— Como vamos contar ao Zeca e ao Vítor?
Foi a primeira coisa que eu falei desde que Estebán me levou para uma casa ainda no interior, não sei dizer ao certo a cidade. Eu não sabia se ele era dono do lugar ou se pertencia a um de seus muitos 'amigos', mas eu ainda estava muito abalado para me importar.
Eu matei Serena. Serena estava viva há algumas horas, e agora ela não estava porque eu tinha atirado nela. Como eu deveria contar com isso? Como eu deveria fazer algum sentido disso?
Como eu iria encarar Vítor depois disso?
E Zeca ... se Serena não mentiu Alexey era seu pai biológico.
Estebán considerou minha pergunta em contemplação silenciosa por alguns segundos. — Vamos dizer a eles que fui eu — ele finalmente disse.
— O que?
— Vítor e Zeca já não morrem de amores por mim. Eu matei Alexey e posso muito bem assumir a morte de Serena.
Toda vez, toda a maldita vez que eu pensava que era impossível para o meu coração abrir mais para ele, o bastardo tinha que ir e provar que eu estava errado. — Não estamos fazendo isso. A vida toda minha mãe mentiu ou omitiu coisas do Zeca. Eu não vou pelo mesmo caminho — eu murmurei. — Por outro lado, ele já te odeia. Se achar que você matou Serena e Alexey por conta de uma tradição ele vai querer vingança ou coisa assim de alfas. Temos que falar do contexto. Do que eles armaram.
— Um ponto justo. Suponho que isso significa que você vai contar a verdade sobre a paternidade dele.
Eu pensei sobre isso. Ele tinha lido minhas emoções além do choque, mas era uma boa pergunta. — Ele ficou um mês com eles. E possível que ele já desconfie...
— Mas saber com certeza é diferente, não é? — Ele disse em um tom compreensivo, sentando ao meu lado no sofá para esfregar meus ombros. Alívio tomou conta de mim como águas curativas. Eu estava muito mais propenso ao efeito do seu toque nesse estado, e só podia imaginar se era por causa do cio ou da exaustão. — Você não tem que dizer a ele. Certamente não é da minha conta. Talvez eu pudesse ter essa conversa com o Zeca, se você realmente quer que ele saiba.
Eu balancei a cabeça. — Não. Eu tenho que fazer isso eu mesmo. Ele merece isso de mim.
Estebán se inclinou e pressionou seus lábios na minha bochecha. Deusa, seu toque era tão bom. Ele curou cada parte de mim suas mãos e lábios deslizando, mesmo que fosse apenas temporariamente. Eu gostaria de poder colocar minha alma em suas mãos, porque essa era a única maneira que parecia que seria certo e completo.
— Eu não posso acreditar que isso está acontecendo — eu disse baixinho. — Todas essas coisas.
Ele passou os braços em volta de mim por trás e me puxou para perto, colocando minha cabeça sob o queixo. — Vamos encarar isso, Danilo. Eu falhei muito no meu dever em protege-lo. Não percebi o quanto ela estava mentalmente doente. Ela me jogou contra o bando de Stevenko e nós um contra o outro.
— Para quê? — Minha voz falhou, mas eu não consegui me fazer soar forte quando senti que estava desmoronando. — Eu ainda não entendo o que a fez fazer isso.
— Eu acho que entendo. É a mesma razão pela qual eu lutei tanto contra os meus sentimentos. Ela reconheceu cedo que, se ela não lutasse pelos seus próprios interesses, ninguém mais faria, e ela vivia todos os dias de sua vida por esse princípio. Ela não se importava com quem ela machucava, apenas o que os outros podiam fazer por ela. Eu sei porque eu era do mesmo jeito, antes de você. E o Zeca.
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Morda-me - Lobos de São Paulo #1 (Completo)
WerewolfDois homens e um acordo... Paixão ou amor não são cláusulas incluídas nele. Afinal uma das partes contratantes tem um casamento político onde as regras são claras dentro de seu mundo. Mas, não tão claras no mundo humano. Estebán é o estereótipo...