Ep.3

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Eles eram um grupo, no total três caras e duas garotas.
Melanie, gostava de vestidos colados, botas longas e cigarros. Usava perucas coloridas, mesmo que seu cabelo fosse naturalmente, um ruivo perfeito. Era uma artista, queria sair logo de Loveland e cursar teatro em NY.

Nely, a garota portadora da pele negra e aveludada, usava tranças que mudavam no decorrer da semana. Gostava de maquiagens bem produzidas e roupas coloridas, imponente e decidida, era a mãe do grupo. Queria se mandar, criava quadros e sonhava em poder exibi-los em sua própria galeria, bem longe do cubículo apagado em que nascera.

Stive, com jaquetas, acessórios, gel no cabelo escuro e botas marrons. Fugiria em breve, para se tornar o astro que nasceu para ser. Lotar estádios de pessoas loucas por sua voz e dependentes das verdades gritadas em suas letras.

Fred, com roupas esportivas de tons neutros, cabelo raspado e uma cicatriz na nuca, que ganhou quando pequeno, ninguém imagina que pode haver um prego num escorregador, mas ele se aproveitava, dizendo que tinha entrado embora uma briga com caras grandes. Queria estar nos ringues, ter um nome grande, subir aos podeos e vencer lutando box, se tornar o idolo de alguém, como Balboa era o seu.

D.J, loiro de olhos verdes, sempre com camiseta e boina, não importa a ocasião. Queria revolucionar o mundo com dança, movimentos leves e firmes, ágeis mas delicados, mostraria para o pai que a dança não é coisa de bichinha, queria passar na televisão, ser a sensação das telas, para que todos os caras que curtem um balanço se sentissem representados.

De vez em quando, se sentiam fudidos demais, então eles se reuniam nos intervalos, pulavam o muro e íam para detrás do colégio. Fumavam e bebiam, mas tudo moderadamente, eram cientes de seus sonhos e não os trocariam por vícios idiotas.

Trocavam segredos, falavam de seus problemas familiares, dos assédios dos caras, dos vacilos das garotas, das saídas noturnas, de livros, de músicas, de seriados de tv, de filmes, de lutas, de apresentações, de quadros, de suas diferenças, de seus gostos e do quanto queriam sair da merda daquela cidade.
Eram cinco sonhadores, desesperados para dar vida aos seus sonhos e amedrontados pela possibilidade de serem somente alguém que tentou e não conseguiu.

Nenhum deles tinha boa estrutura familiar, ou tinham fantasmas, pessoas alheias com os quais tinham de conviver, por conta de laços sanguíneos, ou tinham ditadores impondo um destino que tornava a morte um futuro mais desejável.

Eles eram a força um do outro, quando tudo estava desabando se reuniam e faziam a vida parecer leve, e a realização dos sonhos parecia algo certo e inevitável. Eram jovens sonhadores, apaixonados e loucos. Destinados algo maior.


The Destined.Onde histórias criam vida. Descubra agora