Ep.6

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Depois de eslarecer tudo com o trio de amigos Stive foi para casa.
Foi honesto com todos eles, afinal não se mente para um amigo.
Você pode enganar uma nação inteira, mas um amigo merece lealdade e toda verdade que há em você.
E Stive mais do que ninguém sabia disso e respeitava isso.

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Stive on.

Eu não amava Melanie, não como deveria. É verdade que tivemos algo por um tempo, mas quando ela me perguntou se éramos um casal eu recuei.
Talvez eu só estivesse confuso, ela apenas me lembrava alguém.

O jeito de se vestir, tão alheia a julgamentos, o humor quase inabalável, ela me lembrava a Sra.Moon.
Melanie era a figura fiel da minha antiga professora de música.
Me afastei antes que pudesse magoa-la, a minha memória apaixonada não poderia destruir ninguém além de mim.

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A bicicleta ficou jogada no gramado. Girei a maçaneta devagar, atravessei a sala até a cozinha, com passos calculados.
Parei em frente a espessura marrom, abri a porta devagar tentando inutilmente empedir o ranger e só então desci para o meu quarto.

Quando cheguei aqui não tinha lugar para mim ficar.
Tive que passar seis meses dormindo no sofá da sala, já que o velho não foi nem um pouco receptivo.
Com sorte, descobri o porão antes de ferrar a coluna e reformei ele até que tivesse a aparência de um quarto.
Na época eu vendi todas as tralhas que ocupavam meu atual quarto.
Fiz uma espécie de bazar, com o intuito de comprar móveis com o dinheiro arrecadado.

Foi naquele dia de fevereiro que a vi pela primeira vez.
Sra.Moon usava um suéter laranja e uma saia florida enorme.
Ela comprou todos os materiais de jardinagem. Quando fui devolver o seu troco ela sorriu daquela forma generosa e tocou minha mão demoradamente, algo sensual demais para se fazer com um garoto de doze anos.
Lembro que fiquei nervoso, sentindo meu coração bombear nas orelhas.

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Foi aqui, cercado dessas paredes em azul desbotado, lotadas de pôsteres de ídolos inalcançáveis, com o rádio  surrado chiando alguma canção e o telefone vermelho de fio que quase nunca toca, diante de toda essa plateia inanimada que eu renasci.
Era nesse quarto improvisado que eu chegava mais perto do meu eu verdadeiro, encobrindo por estas paredes lotadas de memória que seriam para sempre nossos segredos.

- Eu prometo que não vou contar, por amor, jamais deixarei ninguém saber.

Amor.
Até que ponto o sentimento é suficiente para manter duas pessoas juntas?!
A-m-o-r.
Até que ponto é saudável, para que um não desfaleça quando o outro se vai?!
A.m.o.r...
Por que não há uma balança? Para que o sentimento possa ser pesado igualmente em ambas as partes, sem amor de menos ou amor demais, assim séria justo e certamente, não séria amor.

The Destined.Onde histórias criam vida. Descubra agora