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— Você se atrasou de novo Shinsou — Kendo dizia quase sussurrando para mim enquanto colocava meu avental do Starbucks.

— Foi mal, mas obrigada por me cobrir nesse tempo.

— E o Tetsutetsu está meio doente hoje e não ele não veio para o trabalho, então você pode ficar como garçom hoje?

— Fazer o que né. Diz pra Shiozaki ficar como barista hoje. - Eu tava muito desanimado agora que soube que teria que trabalhar como garçom hoje. Quando eu fico na cozinha não preciso ver a cara de ninguém, era só fazer o pedido. Mas como garçom, todos teriam que ver minhas miseráveis tentativas de ser mais simpático. Com essa cara de cansaço e essas olheiras fica difícil de parecer gentil. Eu até tento sorrir às vezes mas só piora.

Bem, você não deve estar entendendo muita coisa então vou tentar explicar. Me chamo Shinsou Hitoshi e sou Bissexual. Não foi muito difícil dizer isso para meu pai Aizawa porque atualmente está namorando Hizashi Yamada. Eu descobri isso por conta de me sentir atraído pelos garotos da classe da minha antiga escola. Eu até já fui algumas vezes em paradas LGBTQ+ mas não gosto muito de lugares com muitas pessoas, mas é por uma boa causa então quando eu posso eu participo. Todo mundo que trabalha comigo na cafeteria sabe que sou Bi, a maioria é bastante carinhosa comigo e não tem preconceito nenhum, tirando o Neito Monona, só de ouvir esse nome me dá vontade de vomitar. Ele é extremamente homofóbico e tem a masculinidade muito frágil. Não entendo ele, eu não fiz nada para esse ser, só estou existindo. Mas aparentemente minha existência incomoda ele. Mas agora que estou aprendendo a lutar com meu pai ele tem me irritado menos, mas é claro que não desapareceu completamente. Acho que o dia que eu dar um soco na cara dele, ele vai parar de me irritar mas não posso, porque o pai dele é bem famoso e mesquinho então ele vai fazer de tudo para estragar minha vida por ter encostado um dedo no seu filho querido.

Eu vejo chegar na cafeteria um garoto que continha cabelos amarelos bagunçados com aparentemente um raio preto do lado esquerdo. Usava uma blusa branca, uma jaqueta preta, uma calça preta jeans rasgada no joelho, um par de All Star de cano alto amarelo mostarda e estava com uma mochila nas costas. Estava com uma aparência meio cansada, e era visível suas olheiras.

Não vou mentir, eu achei ele lindo. Mas eu não sou aquele tipo de pessoa que de só de ver alguém na rua, fica imaginando os detalhes do casamento.

Ele se senta em uma mesa sem ninguém sentado nela, que ficava perto da janela. Ele tira seu computador da mochila e começa a anotar algo. Acho que estava fazendo algum trabalho de escola ou coisa do tipo.

Já que os outros garçons estavam ocupados, eu fui atendê-lo.

Denki on~

Me chamo Denki Kaminari e eu não sei na verdade minha sexualidade. Meus pensamentos estão tão bagunçados hoje em dia que não tenho dormido direito, só passo a madrugada toda pensando nisso.

Já sentiram que em um dia você acha que sabe de tudo sobre si e do dia pra noite você fica completamente sem chão? Pois eu sei, e isso é uma droga.

Talvez a resposta esteja clara pra mim, só que eu as vezes eu nem consigo lembrar meu sobrenome por causa disso, quem dera minha sexualidade. A Jirou e o Kirishima me ajudam bastante com esse assunto, já que eles são os únicos que sabe disso.

Eu disse pra ele um dia que não sinto atração por garotas mais, e nem nunca na verdade. Eu ficava espionando elas e fazendo cantadas ruins pra tentar, quem sabe, parar de achar os meninos lindos quando se trocam no vestiário.

Acho que devo ser gay, mas eu não quero ser gay. Como meus pais iriam reagir? Como meus outros amigos iam ficar? Como eu iria ficar? Quem eu sou? São até que poucas perguntas, mas elas me atormentam dia e noite.

Estou tão atordoado que nem sei direito como eu vou escrever um artigo de opinião que passei a noite toda estudando.

— Boa tarde, você já sabe o que vai pedir? — um rapaz alto, com cabelos roxos meio bagunçados, olhos roxos semelhantes a uma ametista com olheiras não tão diferente das minhas me distraía dos meus pensamentos.

— Ah, sim eu vou querer… — pegava todo desajeitado o cardápio e escolhia um das primeiras coisas que eu vi — "Cappuccino de chocolate" — eu vi que era um pouco caro mas eu estou com o cartão do Todoroki emprestado então não preciso me preocupar com preços.

— Ok… — anotava meu pedido no seu bloco de notas — Mais alguma coisa? — Nego com a cabeça — Seu pedido sairá em breve — disse saindo da minha mesa e indo para onde a barista estava.

Ele até que era bonito. Seu cabelo arroxeado bagunçado lhe dava um certo charme, mas agora eu não estou com cabeça pra me apaixonar.

Depois de um tempo, escrevo (ou pelo menos tento) escrever meu artigo sobre aborto, até ouvir um xícara sendo quebrada. Olho pro lado e vejo o mesmo garoto que me atendeu no chão e o meu café também no chão. Mas também havia outro garoto ali com a perna esticada. Ele era loiro, olhos azuis e estava com o avental do Starbucks.

Isso foi um acidente ou foi de propósito?







Sem dúvida foi de propósito.

Shinsou on~

— Meu deus, como você é desastrado! — Neito falava em um tom debochado. — Não sabia que bichas eram assim. — estava com um sorriso vitorioso no rosto.

Já deu. Eu não aguento mais esse muleque.

Quando eu me virei pra ele, pronto para bater nele, vi o garoto de cabelos amarelos na frente dele.

— Quem você pensa que é!? — Gritava com o Neito. Antes ele estava todo sorridente, mas agora estava tão aterrorizado que parecia que viu um fantasma.

O garoto de cabelos amarelos iguinorou a existência do Monona e foi em minha direção, esticando a mão para mim e se agachado um pouco.

— Você está bem?

— Sim… Ah! Me desculpa, o seu café, eu—

— Foda-se o café, o que importa é que você está bem — Disse me cortando.

🌻🏵(️…)

Estava me alongando junto com Aizawa para começarmos a treinar. Já que estou meio velho agora, ele queria me ensinar um pouco de luta para me defender caso fosse roubado ou tentassem me estrupar, mas eu gostei tanto que isso faz parte da minha rotina.

Alguns pais aconselham o filho a não passar por lugares mistériosos ou sair sozinhos. O meu pai me ensinou a quebrar o braço de alguém. Se esse não é o melhor pai de todos eu não sei o que é.

— Como foi no trabalho hoje? — perguntava ele sem olhar em meus olhos.

— Horrível! Primeiro eu tive que ficar de garçom porque o Tetsutetsu faltou. E segundo, mais um dia o Neito me atormentou. Só que hoje ele me empurrou com o pedido de um cliente! Sério, ele é tão gay! Mas o pior é que ele nem gosta de garotos!

— Se continuar assim vai ter que trabalhar em outro lugar porque assim não dá. Todo dia você me conta que ele faz algo, e o pior é que nada muda.

— Bem, até que hoje foi um pouco diferente… — agora ele estava me olhando — Quando ele me empurrou eu fiquei muito puto, e…

— Shinsou!

— Desculpa.. Bem, eu tava muito bravo, eu ia bater nele só o cliente que eu tinha atendido, o Denki, ele gritou com ele por ter me empurrado, acredita nisso?

— Ele era gatinho? — eu olhei para meu pai e ele me olhava com uma cara de malícia.

— Pai! Eu não gosto dele! Eu nem conheço ele, só sei o seu nome porque ele me deu para anotar no copo de café dele.

— Eu perguntei se ele é gatinho, e não se gostava dele. — só revirei os olhos.

— Podemos só começar a treinar?

— Tá bom. Só te avisando que eu não vou pegar leve. — disse já se posicionando para lutar.

— Digo o mesmo.

🌻🏵(️…)
~Notas da autora
1396 palavras
Eu realmente gostei de escrever essa fanfic, espero que tenha gostado dela também :3

cafeteria • kamishinOnde histórias criam vida. Descubra agora