O tempo se passava tão rápido. Nem parecia que eu tinha me casado com o Hitoshi.
Tanta coisa aconteceu nesses últimos anos, mas vou tentar contar resumidamente.
No casamento do Yamada e do Shouta, no final da cerimônia quando só restava eu e o Shinsou no salão, ele me pediu em namoro. Não teve buquês, chocolates, ou um poema em forma de serenata. Foi um dos pedidos mais simples que já tinha visto, mas isso não importava, o que importava era que ele estava do meu lado.
Os pais do Hitoshi queriam muito uma filha, mas isso era geneticamente impossível. Então foram adotar uma garota de cabelos cinzas e olhos vermelhos. Ela se chamava Eri.
O Shinsou alcançou seu sonho de ganhar duas medalhas de ouro para o Japão, mas isso não foi tão fácil, na verdade ele demorou bastante tempo para conseguir. Algo que também demorou muito pra ele conquistar foi de entrar no partido político dos direitos LGBT. E eu? Acabei me formando em Educação Física e sou professor em uma escola particular. As vezes eu me sinto muito pouco comparado com tudo que o meu marido fez ou conquistou. Eu podia estar ensinando para as crianças pequenas como jogar futebol, enquanto ele elaborava um grande discurso para grandes políticos, mas esses pensamentos acabam indo embora quando vejo ele todo dia de carro na frente da escola, ele esperando meu turno acabar.
O dia do meu casamento foi o melhor dia da minha vida. Isso é tudo que tenho a dizer a respeito sobre esse dia. Não poderia expressar com palavras existentes como isso aconteceu. Bem, tirando a parte que eu comecei a surtar no meu camarim enquanto as madrinhas tentavam me deixar mais calmo.
Agora eu estou dando aula para uma turma do sétimo, mas já estava de saída. Hoje meu turno iria acabar mais cedo, por conta que iria na parada LGBTQ junto com Shinsou, com meus amigos e os dele ( mas eu não contei o motivo para o diretor ).
A quadra estava uma bagunça, já que tinha deixado como aula livre. Já que tudo que tinha que fazer nesse tempo já tinha acabado eu já está indo embora. Alguns alunos me deram tchau enquanto ia para fora da quadra, mas antes de sair eu ouvi o que parecia ser uma briga onde estava.
Tinha duas garotas dessa classe gritando com outra menina. Como ótimo professor que sou e me aproximei delas para tentar entender o que estava acontecendo, até que ouvi "Você é sapatona ou o que?!" E aí eu entendi tudo.
– Ei, o que está acontecendo aqui? — me aproximou mais delas.
— Não é nada professor — uma das garotas que estava implicando com ela disse isso, saindo com a outra. — Está tudo bem? — pergunto me virando para a menina que sobrou.
— Sim…tá tudo bem — ela se agacha pegando uma das folhas que tinha deixado cair do seu fichário. Pude ver que ela estava desenhando e pintando a bandeira lésbica.
— Olha, eu não tenho nada há ver com sua vida pessoal mas na próxima vez que alguém vier implicar você ou te chamar de sapata, fala que seu sapatão pisa na homofóbia delas. — tento deixar ela mais feliz, já que estava com um semblante de tristeza, e vejo que consigo tirar um sorriso dela.
Depois eu vou para fora da quadra, enquanto um professor substituto entrava.
Agora era o intervalo dos nonos anos, e como sempre o Hitoshi estava me esperando fora do carro. Já chego nele dando um abraço apertado, e beijo sua bochecha.
Percebo que alguns alunos do nono estavam nos olhando. Já aviam alguns boatos que eu era gay nessa escola, e eu tentava não transparecer isso, mas não nego que foi culpa minha eu ter ido de um meião de arco-íris pro trabalho. Os alunos já desconfiaram que o Hitoshi seja meu marido ou namorado, já que todo dia ele me espera quando todos estão saindo.
— Tem alguns boatos que um certo professor é gay, você acredita nisso? — digo me aproximando de seu rosto, podendo sentir sua respiração.
— Bem, eu acho que os boatos são verdadeiros — disse se aproximando também, então eu uno nossos lábios em um beijo. Não podia ver a cara dos alunos que estavam nos olhando, mas sabia que alguns estavam de queixo caído, enquanto outros cobravam seus colegas, dizendo que tinha vencido a aposta.
— Toshi! — paro de beijá-lo e vejo quem disse isso, e vejo que a Eri estava com a cara no vidro do carro chamado o mesmo.
— Eu prometi cuidar dela. — já estava se explicando — Mas ela vai ficar em casa enquanto nos vamos para a parada.
— Eu pensava que ela iria com a gente, acho que seria legal.
— O que? Esse monstrinho iria se perder de nós em menos de um segundo.
🌻🏵(️…)
Todos nós fizemos maquiagens em nossos rostos com nossas bandeiras, da nossa testa até nosso maxilar.
Estava acontecendo muita coisa ao mesmo tempo. Pessoas levantando cartazes, bandeiras e casais se beijando. Eu nunca tinha ido em uma parada LGBTQ, então tudo aquilo era um paraíso para mim, um paraíso cheio de cores.
Até um determinado momento começar a chover. Minha maquiagem estava toda borrada e minhas roupas molhadas, não muito diferente de todos que estavam lá. As bandeiras não podiam ser mais balançadas contra o vento e os cartazes estavam molhados, mas isso não nós impediu.
Esse dia estava sendo perfeito, e melhorava muito mais com o Hitoshi do meu lado.
🌻🏵(️…)
931 palavrasEsse é o último capítulo de Cafeteria. Acho que muitos de vocês não esperavam que isso iria acontecer logo agora, mas eu decidi terminá-la.
O motivo disso é que eu não queria encher linguiça, tipo, não queria fazer capítulos sem sentido só enrolando ou prolongado mais ainda algo que pra mim está bom.
E que eu não estava muito animada em querer continuá-la.
Espero que entendam.
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cafeteria • kamishin
Fiksi Penggemar→Plágio é crime;; →Naquele onde Kaminari conhece Shinsou em uma cafeteria, sem saber o que o futuro estava lhe aguardando;; →Nessa história terá casais gays e conteúdo homossexual, então se você não gosta desse tipo do coisa, por que está aqui?