- Que história é essa? - eu estava incrédula com o que ouvi.
- Os médicos ainda não sabem o que realmente é, - Bryan mexia na ponta do casaco que usava - mas sabem que é grave. Pediram internação urgente.
Eu ainda estava desacreditada com a informação que Bryan havia me dado. Era como se uma tristeza enorme estivesse inundando tudo dentro de mim.
Dylan era como meu irmãozinho, o vi crescer e saber que sua vida poderia terminar, era devastador.
- O que vocês irão fazer? - eu realmente não sabia o que deveria perguntar naquele momento.
- Minha mãe foi para casa. Pelo que ela falou vamos passar um tempo em Illinois, já que o tratamento lá é melhor do que aqui em Delaware. - Bryan continuava triste, porém sua tristeza estava diferente.
- ILLINOIS? - Fiquei alguns segundos olhando para ele, meus olhos cheios de lágrimas. - São quase 15 horas de carro até lá.
Sua voz embargou, nunca ficamos mais de dois dias separados. Mesmo sabendo que não era este o motivo de sua dor, também iria doer.
Eu queria abraça-lo, dizer que tudo iria ficar bem, mas não sabia nem por onde começar. Bryan me olhou como se pedisse para sairmos da escola, o que de pronto fiz. Avisei Lisa que iriamos sair - e obviamente ela não gostou nem um pouco -, peguei minha mochila e o encontrei na entrada da escola.
A alça da minha mochila enrolou e um senhor que estava parado no portão fez a gentileza de me ajudar, mas sinceramente, eu gostaria de não ter visto seu broche com a bandeira da Itália preso em seu terno. Era o representante da Universidade de Milão chegando na escola e eu saindo. Vi minha oportunidade de intercâmbio indo embora, mas naquele momento não me importei o suficiente.
Bryan também o viu. Virei em sua direção que num tom extremamente baixo falou para eu voltar para o stand.
- Nunca vou te deixar, você sabe muito bem disso. - falei pegando em seu braço.
- Você não preci...
- Não preciso ficar aqui - eu estava determinada levá-lo para um lugar tranquilo.
- Els, eu sei que você quer muito isso. - mesmo passando por um momento difícil, Bryan conseguia ser gentil e pensar nos outros. - Pode ir lá, eu vou pra casa.
Lhe lancei um sorriso agradável, eu sabia que precisava daquela vaga, mas também sabia que ele precisava muito mais de mim naquele momento.
Peguei em sua mão e sem dizer nenhuma palavra o puxei em direção ao parque próximo a escola. O trajeto inteiro foi composto por um silêncio melancólico. Pensei em tocar em algum assunto aleatório, mas não era o melhor momento para falar alguma bobagem.
Avistei um banco vazio perto do lago e segui para sentar. Bryan vinha logo atrás, olhando atentamente para uma família de patinhos que estava passeando pelas turvas águas.
Ficamos lado a lado, até que o silêncio foi quebrado.
- Sabe Els, em todos esses anos, você foi a única pessoa que ficou do meu lado em todos os momentos, bons e ruins. - sua boa entreabriu, mas apenas um suspiro leve saiu pelos seus lábios. Parecia loucura, mas eu sabia que ele queria falar mais, muito mais. - E eu... bom, espero ter sido um bom amigo.
- Por que você está falando assim? - Meus olhos correram o lago até encontrar seu rosto. - Bryan... d o q u e v o c ê e s t á f a l a n d o?
- Não sabemos quanto tempo vamos ficar com Dylan no hospital.
- Será rápido, confie.
- Não é bem assim, Els. Não podemos nos iludir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desembarque •CONCLUÍDA - REPOSTANDO•
RomanceEleanor McCain é uma jovem comum de 16 anos que conhece Miles Elliott em uma feira de ciências na escola na qual estudavam. Foram meses de uma rápida, porém intensa amizade, até os pais de Miles decidirem mudar para outro país. 10 anos se passam e...