Ele me beijou.
Ainda não consigo acreditar no que aconteceu. Poderia ser uma loucura da minha mente, que em algum momento sairia do transe. Mas foi real, eu sabia.
Nos afastamos por um momento. Enquanto eu olhava para seus olhos ainda desacreditada, percebi que Bryan sorria e ao mesmo tempo chorava.
O abracei com toda força que havia em mim. Seu cheiro invadiu minhas narinas trazendo uma sensação deliciosa do perfume leve que usava.
- Vai ficar tudo bem. - sussurrei em seu ouvido - Eu estou aqui com você.
Meu coração doía ao vê-lo sofrer e eu sabia que precisaria lhe dar apoio.
- Preciso ir para casa. - Bryan se desvencilhou de mim, secou as lágrimas e abriu um leve sorriso.
- Vamos, falei que iria ajudar.
- Você é a melhor coisa que aconteceu até agora. - seus olhos sorriram, era encantador.
- A melhor "coisa"? - brinquei.
- Ah não, Els. - ele riu. - Não começa.
Estendi a mão em sua direção, que automaticamente a segurou. Andamos em silêncio até sua casa. Mas no fundo eu sabia que nossas mentes estavam conversando.
Chegamos na rua onde Bryan morava e vimos um carro parado em frente a sua casa. De longe vi a Sra. Harrington levando alguma caixas até o veículo. Ela parecia extremamente abatida, cansada.
- Olá, Els. Como você está, querida? - mesmo cheia de problemas, sua voz era suave e tranquila. Pensei que poderia estar dopada por algum remédio.
- Bom dia. - forcei um sorriso acolhedor, mas notei que Bryan estava nervoso. Segurava minha mão com mais força ainda. - Vim ajudar vocês.
- Ah querida, não precisava se preocupar. - Olivia Harrington é de longe a pessoa mais gentil que já conheci em toda minha vida. Como não agir da mesma forma com ela?
- Bryan já tentou me convencer disso, mas somos uma família. E famílias se ajudam.
Senti o olhar de Bryan que neste momento estava focado no meu perfil. Sua mão soltou da minha. Foi então que olhei para a porta e vi Dylan. Vestindo um pijama do Batman e meias grossas, segurando um pequeno copo em suas mãos.
- Você deveria estar deitado, mocinho. - Bryan sempre foi amoroso com o irmão e estava sendo ainda mais.
- Quero brincar com a Els. - Dylan estendia os braços para mim, que ligeiramente fui em sua direção e o peguei no colo.
- Vamos brincar lá dentro então. - Eu já fazia mais parte daquela casa do que os próprios moradores, então entrei sem permissão.
Bryan entrou logo atrás observando as caixas espalhadas por todas as dependências da casa.
- Sua mãe é rápida. - falei.
- Sempre pronta para emergências. - sua voz era distante e triste.
- Onde está seu pai?
- Logo que saímos do hospital, ele correu para o banco. Provavelmente foi buscar suas economias, já que vamos para o desconhecido.
O Sr. Harrington era contador de uma grande empresa em Delaware, e todos sabíamos que ele tinha suas economias guardadas para alguma emergência. Só não sabíamos se era o suficiente para o tratamento de Dylan.
- Eeeeeels!!! - Dylan estava com um pequeno carro de controle remoto em suas mãos. - Vem brincar comigo, por favor.
Eu sabia que o momento era delicado, mas não poderia deixar Dylan ainda mais abalado. Sentei no chão e fiquei brincando com ele durante alguns minutos, logo após fui ajudar Olivia e Bryan com o restante das caixas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desembarque •CONCLUÍDA - REPOSTANDO•
Roman d'amourEleanor McCain é uma jovem comum de 16 anos que conhece Miles Elliott em uma feira de ciências na escola na qual estudavam. Foram meses de uma rápida, porém intensa amizade, até os pais de Miles decidirem mudar para outro país. 10 anos se passam e...