15º dia, 4º mês, 2º ano

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A neve afundava sobre seus pés, mas ela não entendia o porquê. Seu peso estava mórbido, a mente, confusa.

Não entendia também para onde ia, mas estava no automático, então não se importava.

Suava por dentro das roupas quentes que vestia.

Piscou.

Não se lembrava de ter subido os degraus da entrada e nem de como foi parar em frente a sua casa, a Mansão de sua família.

Levantou a mão para alcançar a maçaneta, porém o objeto cobreado girou antes mesmo de tocá-la.

Uma batalha de bruxas a encarou.

— Onde diabos estava, McGuire? — Astória foi a primeira a disparar grosseiramente.

— E-eu... — estava gaguejando? Nunca gaguejava. — Fui dar uma volta. Para espairecer — explicou.

— Você é louca — Cally decretou a puxando para dentro. — É seu casamento!

Anne a ajudou a arrastar pelos ombros, rumo ao quarto onde a noiva se arrumaria.

Já no cômodo tão conhecido, Alexis começou a tirar a roupa de Drewanne, enquanto as outras se mantinham ocupadas em discutir os detalhes.

— Deve estar nervosa — sussurrou só para ela ouvir. — Eu mesma estaria já que... — corou quando não completou a frase. — Bem. Você sabe — ficou mais rubra que antes.

Estava falando sobre sexo?

Ben e ela já tinham transado inúmeras vezes então o que seria diferente?

Benedict, o nome dele soou mais uma vez pela sua mente.

A havia pedido em casamento. E Drewanne aceitara.

Não sabia o motivo, mas parecia certo, não é?

O único detalhe era que não o amava.

Seu próprio pai não a pressionou pela questão. Compreendia seus sentimentos e era gentil em não a obrigar a tomar uma decisão.

Mas... Sei lá.

Nossa. Se sentia horrível quando resumiu tudo entre os dois num “Sei lá”, mas do mesmo modo que teve o potencial de ser malvada em definir, foi sincera com exatidão.

Os meses desde o pedido passaram rápido e agora, chegara o dia.

***

Benedict se sentiu o homem mais bem aventurado do mundo ao a ver entrar com Calebe McGuire.

Não reparou no vestido, nem nos ornamentos únicos para o casamento, só nos olhos castanhos escuros que zombavam do terno branco escolhido.

Esperou com angústia os passos demorados sobre o tapete vermelho do ambiente acordado pela música instrumental preferida de Drew.

Drewanne o encarou sorrindo e revirando as íris cor terra que logo correram para o único lugar vazio do salão.

O lábio inferior tremeu suavemente.

Ben apertou seus dedos, ignorando o falar de Salomon Sacage, que unia os dois naquele sacramento.

Charles não viera.

Drew sabia que não existia possibilidade daquilo acontecer, mas não pode evitar se iludir achando que sim.

Seu irmão se sentiria enojado com um sangue-puro se casando com uma mestiça bastarda.

Traidor do sangue.

Era isso que ele seria a partir daquele momento.

Encarou Benedict que se submetera a exclusão da sociedade pura, contrariando a ordem mais severa do alto escalão.

Durante Esses Quatro Anos...Onde histórias criam vida. Descubra agora