Durante Esses Quatro Anos...

1º dia, 12º mês, 4º ano

Perdão, pessoas. Esqueci de postar esse.

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A suprema corte estava reunida na cerimônia de posse do novo comandante do Mundo Bruxo Inglês, o mais recente líder do Mundo Mágico no Reino Unido e Irlanda e de mais alto cargo da classificação do Ministério da Magia havia sido escolhido.

Apesar de o chefe da comunidade bruxa da Grã-Bretanha e Irlanda ter a comum missão de manter a segurança, o controle, a volátil satisfação do público e a paz depois da Batalha de Hogwarts que dizimou a maior ameaça de Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, não se podia dizer que o novo comando inspirava tempos amenos e brandos.

Passos firmes exterminaram qualquer cochicho dos velhos e carcomidos bruxos, entre eles poucos jovens, trajados em vestes formais com um “W” prateado estampando.

Todos os cinquenta membros da Suprema Corte dos Bruxos se levantaram para receber a entidade do futuro Ministro, que coobou em fazer do rival político eleito em segundo lugar como seu vice, um gesto que seria considerado nobre, porém não vindo dele.

Na ponta do grande palanque, a primeira visão que todos tiveram foi do brilho de um medalhão sob o pescoço do mais novo Ministro, reluzente e imperial se destacando na meia luz do auditório. Sua chegada foi acompanhada de uma onda de frio, e de repente o local antes quente e aconchegante se tornara gelado ao ponto de todos poderem visualizar suas respirações entrecortadas formando nuvens brancas de ar quente.

Logo em seguida a figura se ergueu na frente dos pares de olhos atentos. Trajava um longo casaco jogado sobre os ombros, as mangas caindo ao lado do corpo com bordados prateados enaltecendo o azul cobalto da peça. Por baixo poderia se ver a clara camisa levemente azulada com cotoveleiras num marrom escuro se destacando sobre o tecido em tom pastel. As mangas estavam dobradas até o fim do antebraço, tão pálido quanto o resto do corpo. Era deslumbrante e mortal, como um grande iceberg se erguendo no oceano.

Acima de sua cabeça, um chapéu fedora lançava sombras sob o rosto mistérioso. Não se podia ver seus olhos, que ao conhecimento de todos eram tão azuis e frios quanto um cubo de gelo, — as propagandas haviam deixado isso bem claro— mas um meio sorriso estampava seu rosto, vitorioso e nada surpreendente, recheado de superioridade.

Sequer ruídos foram ouvidos na intensa posse recheada de mistério e movimentos duvidosos.

A bruxa parada no palanque com a Suprema Corte como plateia ociosa não temeu o aproximar do ex-adversário a qual se uniria para comandar o Mundo Mágico com justiça e sabedoria. A última coisa que imaginava era um pedido formal que ela se tornasse a segunda no comando, estava desacreditada até aquele momento.

De modo galanteador ele retirou o chapéu, os muitos anéis que adornavam seus dedos longos tilintaram com o movimento. A face agora visível a luz se revelou sombria. Ninguém esperava menos do novo Ministro que sempre era rodeado de bons aliados poderosos, que o ajudaram a chegar no poder.

A influente bruxa abraçou-se pelo frio cáustico, sufocante, após o homem parar a sua frente.

Sem medo, estendeu a mão.

Com seu conhecimento vasto do antigo oponente, esperava que o gesto de paz fosse ignorado, desprezado pela condição alparca do sangue imaculado na veia não se ater a uma mera nascida trouxa.

Mas para  sua surpresa e para o encantamento de todos os presentes, ele estendeu a mão como resposta. O horror transpassou a alma de Hermione Granger Weasley enquanto sentia a mão fria apertando a sua.

O choque não poderia ser pelo cumprimento realizado ou as luvas que chegavam até o nó dos dedos, todavia algo maior, indescritível e igual do braço cuja mão brandiu a varinha que a torturou com a Maldição Cruciatos.

A Marca Negra parecia sibilar com os gritos causados juntamente com a falsa impressão do arrastar da serpente pela caveira e a dor imaginária corrompendo seus ossos.

Virou a atenção para o dono do perverso símbolo.

Os olhos glaciais de John Hébio Brounckdorf cintilavam com júbilo.

Os jornalistas se aproximaram como moscas atraídas para um cadáver putrefato, as câmeras erguidas diante da cena.

Um flash.

A foto da membra do Trio de Ouro — a mesma que tão jovem conseguiu, com o apoio de amigos leais e corajosos, marcados ou mortos pela Guerra, derrotar o maior bruxo das Trevas que temeram  — apertando a mão do possuidor da Marca Negra, antigo servo leal de Voldemort, e maior Comensal da Morte foi tirada.

Amanhã estamparia todos os jornais.