Leia ao som de "Dia Especial" de Tiago Iorc
Os dias se passavam rapidamente e o final do ano se aproximava. A ansiedade de Clara atacava ainda mais. Sete teria uma difícil decisão a tomar - o que ser na vida (como se a faculdade definisse alguém ou tornasse a pessoa um ser humano melhor, padrões e mi mim mi, aff).
A escolha era importante, seu pai o pressionava a seguir seu legado, ser Odontologista e ficar com seu consultório, enquanto Sete queria mais - conhecer o mundo, sair das asas de sua família.
Fazia teste vocacional todos os dias e pedia a opinião de pessoas importantes e claro que Clara estava nesse grupo. E se sentia lisonjeada. Mas o que falar sobre tudo? E se ele escolhesse um dos cursos sugeridos por ela e se decepcionasse? Era muita responsabilidade, mas ainda assim, fazia questão de opinar. Ajudar o melhor amigo era fundamental, já que agora o título era válido e vitalício - BFF. A amizade parecia se estreitar devido ao contato contínuo entre eles. Mesmo não frequentando a mesma igreja local, os encontros semanais de jovens e as famosas saídas dos sábados a noite os deixaram mais unidos e pareciam unha e carne.
Letícia (irmã de Sete) e os demais seres humanos juravam serem um casal ou quase isso. Enquanto eles, acostumados as piadinhas frequentes, sempre tentavam explicar que não. Não eram um casal romântico, mas quem disse que as pessoas entendiam? Ou se entendiam faziam questão de ignorar todas as informações dadas. Eles precisavam ser um casal, era o que TODO MUNDO do mundo achava, menos Clara e Sete, que sempre riam e zuavam as pessoas com suas piadinhas internas e seus códigos secretos.
Até mesmo os seus crushs ficavam impressionados com aquela amizade nada convencional, talvez enciumados, já que a atenção não era exclusivamente aos dois pavões - Lucas e Thaís. E ainda bem. Entre tantos códigos internos, PIZZA era o mais famoso deles, sempre utilizavam para saírem de uma situação desconfortável e constrangedora, sem contar das muitas vezes que Clara precisava se ausentar rapidamente para não chorar. Precisando de Sete para desabafar sobre o mala do Lucas. Ô menininho que não lhe descia.
Sete chegava a ficar furioso com o modo com que esse ser humano tratava sua querida Clara. Como não amá-la? Como não vê-la de forma romântica? Quem dera aqueles olhos castanhos claros olhassem para ele de outra maneira. Sete, se liga, mano! Que que você tá pensando? Não viaja, porque ela não te quer. Lembra? Maduro, mas novinho. Aquilo era outra coisa que não lhe descia. Parecia incoerência! Como falar aquilo de maturidade, de um possível relacionamento e logo em seguida vir com o balde de água fria com esse papinho de ser novo demais. Eram míseros dois anos, nem era tanto assim. Que diferença faria? Teria ela vergonha de seu status - aluno de ensino médio? Não! Acho que não, mas vai quê, né? Ela era uma UNIVERSITÁRIA e bem inteligente pra estar cursando Química. Enfim, chega de neura, ela não poderia ser nada mais que sua amiga, mas isso também era suficiente. Pelo menos era o que ele imaginava.
Os encontros semanais eram regados de risadas debochadas e escandalosas. Arrumaram um ponto de encontro melhor - uma escada próximo ao dormitório dela. Lá eles podiam chorar de tanto rir de si mesmos e de suas escolhas patéticas, como a de gostar de pessoas que não mantinham a reciprocidade. Eles também cantavam as famosas músicas de corno (título de relacionamentos passados). Sua preferida era "Dormi na Praça" do Bruno e Marrone. Cantavam, ou melhor, gritavam muito. Vez ou outra se continham em sua parte favorita, fazendo cara de paisagem, quando algum aluno queria descer pelo caminho da escada. Seguravam as risadas e quando soltavam sempre saíam ainda mais altas. Viviam passando vergonha alheia. E você acha que se importavam? NUNQUINHA! Sua frase preferida era:" Vamos rir pra não chorar!" A vida já era difícil demais pra ser ranzinza todo dia.
Os encontros a dois variavam entre Subway e tomar milk shake naquele seu lugar favorito. Onde a meta era experimentar todos os mais de 50 sabores. Seria possível? Não importava, era a meta deles. Sem contar os agradinhos de Sete, ele seria um namorado/marido incrível. Clara sempre repetia. Sabia cozinhar e levava as melhores sobremesas para ela, inclusive a sua favorita - bolo de morango com chocolate. Hummmm... simplesmente A-M-A-Z-I-N-G!
O ano se findava, na correria de fim de ano e semestre, eles mal se encontravam e isso era triste. Teriam algumas poucas saídas para desfrutarem a companhia um do outro, o que era de cortar o coração. Mais quatro encontros e fim: seria um novo ano.
2013 estava logo ali.
~♥️~
NOTA DA AUTORA
Como prometido e até mais rápido do que imaginei, tá aí, mais um capítulo pra vocês.
Me conta vai, o que tá achando desse casal de amigos, essa amizade vai evoluir ou não?
Perceberam a sintonia? MUITAAA, né? E aí, você shipa? Me conta o que tá achando. E até semana que vem - SEM FALTA!
Um beijo e um abraço virtual pra vocês! <3
P.S.: Se você não tem costume de ouvir a música tema do capítulo - ouça! Antes ou depois (não sei se dá pra ouvir durante a leitura). E pode ser que te atrapalhe. Enfim, é só pra dar um climatizada. Algo na música tem que ver com o capítulo, pode acreditar!
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SOB MEU OLHAR
RomanceSOB MEU OLHAR é a versão de algo muito especial e distinto. Algo do coração. Onde dois corações NUNCA ficaram na mesma sintonia. Tiveram a oportunidade e a perderam. Se calaram quando era preciso falar e esse silêncio ensurdecedor ainda hoje ressoa...