P R Ó L O G O

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Quando conheci Amerie naquela noite fria na Espanha a vi como uma figura perturbada que só precisava de minha pena. Eu a salvei porque ainda havia um pouco de mim que tinha empatia, porque meu coração não estava totalmente congelado pelas perdas que sofri, mas essa foi uma decisão perigosa porque a partir daquele momento eu descobri que não importa o quão ferrado, solitário e apático você acha que está, você é humano, você vai conseguir amar de novo, vai conseguir amar mais, os cacos vão se colar aos poucos, você vai voltar a funcionar, o risco está ai: amar é dar ao outro a chance de te quebrar novamente, sabendo que na próxima vez talvez seja a última, que depois disso não há nada para sobreviver. E depois do que veio daquela noite não vejo alguma forma de Amerie e eu ficarmos realmente salvos no final. Porque ela também estava quebrada, tremendamente, e na verdade a previsão é que rasguemos um ao outro com nossos próprios estilhaços.

É um jogo de tudo ou nada, e não precisa ser realmente esperto para saber qual vai ser o resultado.

Tudo Ou Nada - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora