S O M O S B O N S J U N T O S?

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Mais uma manhã na Espanha, estou em um dos corredores do último andar, encostada a uma parede junto a Declan ouço as atualizações que ele tem sobre o que vem acontecendo desde a semana passada, não tem sido tão comum quanto sempre, talvez isso facilite tudo para mim.

— Ela não tem como provar que foi Patrick, digo quem nos atacou fugiu, mas ela está ciente do que aconteceu, ela está bem o bastante para querer agir. —  explica o que aconteceu quando fui embora.

— O que ela fez a Patrick para que ele esteja tão disposto a ferrar com ela? — tenho que saber de cada mínima coisa a cerca desse acontecimento.

— Ela convenceu o conselho a tirar ele da diretoria. — fico chocada, isso não é algo pequeno, ele é o chefe deles, o que prometeu a eles para que cedessem tão rápido?

— Mas ele estava na companhia, sei que era para não levantar suspeitas, mas o que significa? Ele insiste em ficar? — seria o que esperar vindo de alguém como ele. Que não desistisse fácil.

— O cargo dele é o melhor depois do de Charlezie, acha que abriria mão tão rápido? — me indaga como se eu estivesse sendo idiota.

— E Charlezie manter o casamento é como ela falando que não está assustada, que vai seguir seu plano. — descubro e Declan assente. — Isso é ótimo, Charlezie tirou ele dos negócios a luz do dia, então eu o farei a tirar dos negócios das sombras. — é fácil e rápido. Me arrumo pronta para ir embora quando Declan barra isso segurando minha mão. Olho para ela, e olho para ele.

— Preciso que faça algo por mim amanhã no casamento. — quem ele pensa que é? Achar que vou o obedecer assim? Ainda que seja desse jeito eu espero que ele fale. — Se não der certo você vai fugir. — me afirma, me ordena, não é um talvez.

— Aaron me ofereceu a mesma coisa mas eu não aceitei, por que acha que faria isso por você? — quero entender, quero que ele seja claro. Declan quase nunca é.

— Preparei os passaportes, passagens e pessoas de confiança. Aaron ama você, ele quer que fuja para ter liberdade, eu quero que fuja para que sobreviva. — me olha sem hesitar.

— Por que você me fodeu? — gosto de recordar que não foi mais que isso.

— Porque quando comecei isso e você ainda não era essa pessoa vingativa você me pediu isso, mas eu estava assustado demais para te salvar, essa é a diferença dele e eu, se ele tivesse te conhecido naquela época ele teria salvo sua alma te deixando livre de nós. — me lembra dessa parte do que tivemos.

— Se ele tivesse me conhecido naquela época ele nunca me amaria, ele me ama agora, Aaron não precisa de alguém que tenha medo de ser livre, ele precisa de alguém que queira muito isso. — lhe comunico antes de fato sair dali.

Percorri toda escada até chegar a sala de estar, das janelas altas próximas as paredes de tijolos brancos perto da lareira podia observar o jardim começar a ser decorado para a festa que aconteceria ali amanhã, meu vestido já tinha chegado mas nem me importei em checar se estava exatamente como pedi, o que importava agora era que Hyun tivesse conseguido cumprir o que eu queria, para então eu ganhar.

Observei a mesa de centro e sorri para mim lembrando do que ela foi cenário há algum tempo. Observo então Aaron trabalhando com a equipe do lado de fora, depois do episódio de Patrick a segurança foi reforçada e amanhã tudo tinha que sair de um jeito sem erro algum, ou seja de um jeito impossível.

Toquei uma das flores disponíveis como teste das que seriam montadas amanhã, todas artificias, como todos aqui, me desvencilhei de lá olhando em volta para o lugar que foi minha prisão, pela primeira vez na minha vida estando tão perto de conseguir ser livre me dou ao direito de pensar como vai ser depois. Eu vou embora daqui, essa mansão não fará parte do meu futuro. É minha primeira escolha.

Tudo Ou Nada - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora