Tudo Ou Nada - Concluído

V O C Ê A M A A P E N A S E N Ã O C O N H E C E?

Começa agora a maratona dos capítulos finais de Tudo Ou Nada.

A lareira queima sem poupar nem um pedaço de lenha naquela noite gelada na Espanha, visto uma blusa felpuda preta junto a uma calça jeans e botas enquanto observo a brasa avermelhar toda biblioteca, já faz dois dias que recebi a falsa alta, e desde esse tempo AARON não se deu ao trabalho de falar comigo, a verdade nunca serviu para facilitar nada realmente, preferia mil vezes não saber da onde vim, se isso foi de uma mulher que não vale nem um pingo de consideração, assim como se fosse escolha minha Aaron nunca descobriria minhas origens, mas tudo está se estreitando, a vingança chegando a um fim, qual de nós vai ter ela eu não sei.

Lembro da minha fuga do hospital para me encontrar com o homem que em partes me ajudaria com tudo que precisava para legalmente tirar o poder que Charlezie conquistou, ele ainda não era totalmente o tipo de pessoa que a destruiria mas ele trabalhava para a mulher perfeita e me levaria para ela. Aaron também não precisava saber que o número de Lindsay Gilbert não era apenas o contato de uma advogada justa era o de alguém capaz de ser a vilã das vidas dos vilões.

Charlezie está contida também, seria tolo pensar que de alguma forma o que fiz afetou ela, porque a mulher nunca se preocupou em fingir que o fato de ter meu sangue importa para ela. Desde que nasci assumi o título de filha de Sophie e é o que sou. O que importa é o papel que você decidi fazer na vida das pessoas e o quanto se dedica a eles, não da onde você surgiu.

O casamento se aproxima, acho que foi esse motivo que ela não criticou meu surto ou a extrema preocupação de Aaron, ela sente que de alguma forma tramo algo para esse dia, está na cara dela mas ela me subestima até quando me superestima. 

Mexo no anel em minha mão, sorrindo ao me recordar que mesmo sendo a marca da minha relação com Hyun significa mais o cuidado de Aaron por mim. Talvez um dia acabe, talvez eu me transforme na Charlezie, antes era um preço que eu não ligaria em pagar, agora parece tão grande. Prendo as lágrimas quando sinto alguém entrando no cômodo, me viro e dou de cara com Aaron e se ele veio sabendo que estou aqui significa que está pronto para dizer algo. Sob meu olhar hesitante ele se encosta nas prateleiras e passa a me observar como se tentasse descobrir quem eu sou.

Quero contar a ele, mas...

Talvez eu tenha passado tanto tempo fingindo que nem saiba.

— Por todo esse tempo, quando te salvei, fiquei do seu lado, peguei sua mão, e te abracei achei que fizesse isso por te amar, por sentir por você algo que nunca consegui por Ambre, que você era o amor da minha vida. — desabafa sério, quero chorar de novo dessa vez. — Mas eu não conheço você, como eu posso amar alguém que eu não conheço? Não sei porque te amo, porque você nunca mostra quem é na realidade, naquele miradouro achei que era a vítima, naquele trem achei que fosse a mocinha, mas você consegue ser vilã no mesmo nível que a Charlezie. Eu não sei o que você quer, não sei e acho que nem você sabe, e quando descobrir não irá me contar não é? Porque não confia em mim, e eu não confio em você. — foi sincero mas eu não entendia os sentimentos completamente a ponto de saber o quanto aquilo importava.

— Existem coisas que não precisam de ter motivos, certo? Digo, eu amo você, mas eu não preciso explicar, você só sente. — tento defender o que temos.

— Por que? Por que me ama? Não sabe, não consegue diferenciar nada dentro de si, não consegue parar de mentir, não consegue parar de infringir o certo. Você nem entende o que é o certo. Você acha que sabe o que o amor é, mas, não tem ideia. — Aaron alfineta como se tivesse certeza do que eu sinto ou deixo de sentir.