After-New Version (Hessa)

Coisas de meninos e meninas

P.O.V. Tessa.

A Trish marcou um horário para nós irmos ao salão, ao spa e ás compras. Fomos para o Spa Atlantis que fica no Franch Quarter. 

A minha prioridade foi depilação. Eu fiz a perna inteira, sobrancelhas, buço, axilas e uma Brasileira. O que? O corpo é meu! Então, manicure e pedicure. A manicure tirou a minha cutícula, lixou a minha unha quadrada e pintou de francesinha, o pé ela lixou tirou a cutícula e pintou de vermelho.

-Oh, quem é essa gracinha?

-É a minha filhinha Hope.

Então, uma limpeza facial adstringente, máscara facial e massagem nos pés, no corpo. Foi uma completa, esfoliação, hidratação e massagem corporal, o mesmo no rosto.

E para terminar, o cabelo. Uma hidratação profunda, corte, e cachos pra mim. A Trish foi hidratação, corte, tintura e chapinha. A Karen hidratação, corte, tintura e escova. A Trish refez suas luzes enquanto que a Karen só pintou de novo da mesma cor.

De repente, a Hope começou a chorar.

-Oh, acho que alguém precisa trocar a fralda.

Tinha um lugar para trocar os bebês e enquanto eu trocava a roupinha dela, eu vi a marca no ombro. Uma marquinha de nascença. Eu acho uma gracinha.

-Prontinho querida, limpinha, cheirosinha e pronta para a aventura.

P.O.V. Hardin.

Nós viemos foi pro bar. Eu, meu pai, meu irmão postiço e meu sogro.

-Porque não me ligou quando a menina nasceu?

-Não deu tempo. Tinha muita coisa acontecendo, uma confusão sem fim.

-Não olhe para mim, nem eu fiquei sabendo.

O meu pai não bebeu.

-Certo, eu esqueci. Devia ter escolhido outro lugar.

-Não tem problema filho, eu estou acostumado a ficar perto de bebida. Fico feliz que estejamos nos entendendo melhor.

-Eu também. Tudo graças á ela.

-Não posso me esquecer de agradecer á Tessa.

Então, o Silas falou com seu costumeiro humor negro/sarcasmo:

-Eu tenho uma pergunta queimando na minha mente. Uma vez eu vi o Hardin dando banho na criança e não pude deixar de notar a marca de nascença no ombro dela.

-É algo que muita gente tem.

-Oh, não. Não como aquela. Eu só vi aquela marca uma ou duas vezes no meu considerável tempo de vida e todos eles numa mesma tribo. Um mesmo povo, todos da mesma linhagem. Um clã de Lobisomens que perambula por esta região que hoje chamamos de Louisiana.

O que?

-Como assim, lobisomens? Se eu fosse lobisomem eu saberia.

-A maldição é apenas ativada quando o portador do gene tira uma vida. Uma mísera vidinha humana. Mas, aqueles que carregam a marca não são só lobisomens qualquer, são os descendentes da primeira lobisomem do mundo.

P.O.V. Ken.

Como ele sabia?

-Como sabe sobre isso?

-Eu posso ter ficado preso numa tumba por dois mil anos, mas ficar sozinho lá naquele lugar esquecido por Deus, impossibilitado de me mover, de falar... me tornou um bom ouvinte. Me deu tempo para aprimorar as minhas habilidades, entrar dentro das mentes alheias. Então, eu sei que alguém com o gene tem um temperamento ruim. Problemas de controle da raiva, especialmente homens, já que a testosterona, eu soube é um hormônio mais potente. E fica pior depois que a maldição é ativada. Não é?

P.O.V. Hardin.

O meu pai matou alguém?

-Você matou alguém?

-Foi um acidente de carro. Eu estava sozinho, mas estava bêbado, peguei uma curva rápido demais, entrei na contra-mão e o meu carro colidiu com outro. O nome dela era Andressa Ruiz, tinha vinte e seis anos, tinha uma criança no banco de trás. O menino sobreviveu, a mãe não. Nos dias que se seguiram, eu me sentia diferente. Era como ter esta energia interminável, meus reflexos melhoraram muito, eu podia correr uma maratona e ganhar. Mas, ai... veio a lua cheia. E tive que quebrar cada osso do meu corpo para virar um lobo. Pensei que era a maneira de Deus me punir pelos meus pecados.

Caramba!

-E ainda acontece?

-Toda a lua cheia. Sem falta.

-Vai parar. Quando você fizer oitenta anos, vai parar.

Disse o meu genro. Então, ele balançou o copo de uísque com gelo, pude ouvir o tilintar. 

-Uma bruxa Cromwell, com um avô imortal e um pai lobisomem.

Ele deu risada, um riso sarcástico e entornou a bebida.

-Parece que a natureza cozinhou uma coisinha nova.

P.O.V. Tessa.

Eu coloquei uma roupinha linda nela. Uma touquinha de crochê rosa bebê com uma florzinha branca, uma blusinha vermelha de manga comprida e uma calça branca de bichinhos já que estava ficando noite e esfriando.

-Você foi corajosa. O cabeleireiro tirou bastante do seu cabelo.

-Entre ser mãe de um bebê e ser a líder de um Coven de bruxas que está sempre em guerra com algo ou alguém... não me resta muito tempo para arrumar o cabelo.

Nós fomos passear pelas lojas de Nova Orleans, até porque só Deus sabe a quanto tempo eu não saio para fazer compras. Fomos á Fleurty Girl, Oak Street, Jax Brewere, á Royal Street e outros lugares incríveis. Compramos jóias, roupas, camisetas, vestidos, jeans, leggings, roupas de bebê e até antiguidades.

-Ela perde roupa muito rápido. Parece que fica maior a cada hora.

-Sei exatamente o que quer dizer. Nesta fase, eles espicham que nem bambu.

-Você tem sorte, a Hope é quietinha, boazinha, ela dorme fácil. O pai dela não dormia nem com reza brava. O Hardin sempre foi difícil. Mesmo quando nasceu, eu fiquei em trabalho de parto por um dia e meio para trazê-lo para este mundo. Ele herdou o temperamento do pai dele, mas ele é um gênio. E não é porque é meu filho não. O Hardin é mesmo um gênio. Matemática, Física, química, mas ele gostava mesmo era de livro. Literatura e fotografia. É o que ele ama.

-O Landon nunca me deu problema pra dormir, nada. Mas, pra comer... oh, menino ruim pra comer.

Disse a Karen.

-Não, o Hardin não. Se deixasse ele comia até as paredes.

-Sabe, essas coisas de fotografia me deu uma ideia.

-Que ideia?

-O Hardin anda meio estressado, e ele gosta de tirar fotos. Então, talvez eu deixe ele bater fotos de nós. Eu, a Hope e se bobiar até ele. Sabe, fotos de família.

-É uma boa ideia.

P.O.V. Hardin.

Agora eu fiquei intrigado.

-Se a Tessa é uma bruxa, eu sou tecnicamente lobisomem e você sendo o pai da Tessa é um imortal, o que isso torna a Hope? Bruxa, lobisomem ou imortal?

-Honestamente, eu não sei.