CAPÍTULO 7

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- E, então Theus, me fala sobre você. - Nick quebrou o silêncio.
- Não tem nada sobre mim que você não saiba - menti, obviamente.
- Mas quanto tempo você está em Londres? - perguntou.
- Há algum tempo - o que era verdade.
- E por que você quis vim para cá? - tocou em mim, um leve choque se espalhou pelo meu braço ao sentir seus dedos quentes.
- Ganhei uma bolsa de estágio e aqui estou - sorri.
- Como era sua vida lá? Você tem amigos? - Ele parecia interessado em saber.
Sorri, ao perceber o quão curioso esse moreno estava.
- Minha vida era igual à de qualquer jovem britânico, meus pais sempre foram muito ocupados e mal os vejo. Amiga de verdade ao tenho uma - disse sinceramente, sem perder a "veracidade" da minha história de vida, se é que você me entende.

Seus lindos olhos castanhos estavam sobre mim, ele ia falar de novo, mas desistiu ao ver Phane vindo em nossa direção acompanhada por um menino alto e bonito, olhos castanhos, barba por fazer e muito bem vestido.
Por um segundo me senti culpado por não saber quem era aquele menino, já que passei o tempo conversamos com Nick e esqueci completamente do real motivo de estar ali.
- Theus e Nick, quero que vocês conheçam meu amigo Henry Mcfield - disse Phane.
Levantei-me subitamente e estendi a mão para o menino à minha frente, Nick fez o mesmo.
- Amigos da Phane são meus amigos também - pegou minha mão direito e ficou segurando.
Nick pigarreou e Henry apertou sua mão.
- Você tem um lindo namorado, Nick - disse Henry me olhando.
- Eu não sou namorando dele - expliquei.
- Ele não é - Nick confirmou.
- Ah sim, tudo bem, desculpe - Henry me olhou nos olhos, havia algo nele que me deixava intrigado, um ar misterioso.
Analisei-o por um tempo, ele me desafiava com o olhar. Até que os dois saíram, e era hora de eu agir, saber mais sobre esse Henry.
- Vou ao banheiro - anunciei, me levantando.
- Tudo bem - Falou Nick.

Desviei do caminho do banheiro e procurei um canto, avistei Phane e Hanry conversando em frente a um bar. Posicionei a escuta de longa distância e mirei nos dois.
Coloquei uns fones de ouvido.
"Ah, eu não sei, ela nunca mais me ligou", Phane falava, enquanto pegava um copo. "Você devia procurá-la", falou Hanry tomando um gole de vodka. "Sttephane Princess nunca procura". Henry bateu em seu ombro e ruiu balançando a cabeça.
Ouvi mais meia hora de conversa sobre mulheres, homens, carros, homens e mulheres.
Desliguei meu aparelho e fui para a mesa.

- Perdeu-se? - Nick brincou
- Mas ou menos.
- Você viu Phane? - Leon perguntou.
- Sim, estava com o amigo dele lá no bar. E o resto dos meninos?
- Nathan foi atrás de Amelie, pois tivemos notícias de que ele estava querendo subir no palco e dançar polydance.
Arregalei os olhos e eles riram.
- Não, ele está brincando, Amelie está bêbada e Nathan foi buscá-la no banheiro para irmos embora - esclareceu Leon.
- Vou chamar Phane - anunciei.
Fui procurá-la, mas já não estava no lugar em que o vi pela última vez. Passei os olhos na pista de dança e ele dançava com um loiro.
Cheguei perto.
- Oh, ei, Theus! - ela pulava, não havia dúvida de que estava bêbado.
- Phane, vamos! Está tarde - falei puxando-a.
- Ah, vamos ficar aqui, eu quero ficar aqui - bateu os pés feito criança.
- Você tem entrevista amanhã, vamos - falei e a puxei para a mesa, onde Nathan já havia chegando com Amelie.
Foi uma verdadeira batalha tirar Amelie e Phane da boate, as dois bêbadas. Por fim, conseguimos. Estávamos caminhando até os carros na calçada. As bêbados iam na frente dançando e se abraçando.
Eu e Nathan vínhamos logo atrás e Leon e Nick do lado.
- Olha tem uma coisa brilhante ali - Phane saiu dos braços de Amelie e correu para o meio da rua.
Ela ficou procurando a tal coisa brilhante.
- Phane, vem! - Amelie falava enrolado.
De repente, escutamos um guinchar de pneus de carro, olhei para trás e vi um carro sem placa virar a esquina e ir em direção a Sttephane, que parou em pé no meio da rua e ficou hipnotizada pela luz forte do farol.
- Phane, sai daí! - Leon gritou.
- Phane, sai! - Nathan gritou mais alto ainda.
Olhei para o carro e ele vinha muito rápido. Sttephane não se mexia, por mais que os meninos gritassem. Então comecei a correr, o carro estava cada vez mais próximo. Corri o mais rápido que pude até ela e, no último minuto, quando a luz do farol estava nos cegando, agarrei Phane pela camisa e me joguei para a calçada junto com ela, e ambos caímos no chão. Os meninos correram até nós.
- Phane, você está bem? - perguntei com ela encima de mim.
- Estou no céu? Você é um anjo? - perguntou ela forçando os olhos.
- Não, você está vivo, graças o Theus - disse Nathan.
- Agora, chega de emoções por hoje, vamos embora - falou Leon.
Levamos do chão, olhei para trás com esperança de ver alguma pista. Mas a única coisa que vi foi um carro cinza sem placa.
- Nick, você vai dirigindo o carro de Sttephane, Theus, você vai com ele. Eu e Nick iremos no outro, levando as bêbadas. - Leon ordenou.
Nathan resmungou.
- Vamos Nathan você vai dirigir já que ainda não tirei minha carteira e eu vou atrás cuidando dessas bêbadas - insistiu Leon que, em seguida, entrou no carro.
Olhei para Nick que já estava abrindo a porta do carro Phane. Respirei fundo e entrei no lado do carona.
Nick deu a partida, ele parecia concentrado na estrada. O silêncio pairou dentro do carro. Eu sinceramente odeio o silêncio, quando estou em missão, ele é a prévia de que algo irá acontecer.
Observando-o, percebi que ele olhava para frente, mas era como se a sua mente estivesse em outro lugar. De repente o carro parou em frente à mansão deles.
Quando tentei sair do carro, vi que as portas estavam travadas; olhei para Nick curioso.
- Dá para abrir a porta? - perguntei, ele ainda parecia estar em outro planeta.
- Você é muito novo para estagiar, quer dizer você tem 18 anos e, que eu saiba, deve estar no 1° período da faculdade e está muito longe de estágio. Você é rápido, salvou a Phane, o corte no seu braço, você não se cortou em um gancho de roupas, ganchos de roupa não cortariam tão profundo - seus olhos se ergueram para me olhar. Estremeci. Nick era muito observador, tudo isso que ele disse era verdade.
Olhei-o fixamente e tentei ganhar tempo.
- Acha que eu não sou quem eu digo que sou, não é isso? Então, quem eu sou, Nick?
- Considerei a hipótese como psicopata, assassino e - olhou mais forte para mim - vampiro? - arregalei os olhos e comecei a gargalhar, ele estremeceu.
- Vampiro? Desculpa te decepcionar Nick, mas não sou vampiro. Meu Deus, de onde você tirou isso? - não conseguia parar de rir, era um alívio tremendo que ele não tivesse outra hipótese de quem sou eu.
- Eu... só quis dizer que você é muito estranho. - falou confunso.
- Isso aqui está parecendo aquela cena do filme Crepúsculo, onde a Bela descobre que Edward é um vampiro, mas, nesse caso, você é que é a Bela - gargalhei ainda mais.
Ele me olhou, sua expressão passou de desconfiado para divertida. Ele se controlou para não sorrir, mas não conseguiu. Ficamos rindo de sua suposição ridícula por um bom tempo.
- Olha, Nick, é verdade, sou novo para estagiar, mas é que minha escola tinha parcerias com as faculdades e os melhores alunos ganhavam um estágio na área que queriam fazer curso, tive instruções durante 2 anos, antes de acabar a escola, para me sair bem no estágio de moda. E aquela história do corte no braço, na real, eu sou desastrado mesmo, as coisas parecem que me perseguem. Eu salvei Phane porque eu estava lá na hora certa, fui campeão de corrida na escola por um bom tempo. - Ufa! Essa foi por pouco, ainda bem que pude inventar algo rápido e convincente!...
Ele me olha pensativo e ouvi o barulho das portas destravarem. Fui abrindo e ele pegou no meu braço.
- Desculpe-me por desconfiar de você, eu só... - baixou a cabeça.
- Você só está querendo proteger seus amigos - completei.
Ele saiu do carro e caminhamos até a porta da frente.
- Mas um vampiro? Sério, Nick? - eu estava me divertindo...
Ele revirou os olhos e sorriu.
- Hum, quem sabe na minha vida eu não duvido mais de nada.
Entramos gargalhando na casa. Nathan estava sentado no sofá.
- Por que demoraram? - perguntou.
Eu e Nick nos entreolhamos e rimos.
- Nick estava me falando de suas teorias - pisquei para ele, que sorriu.
- Onde estão as bêbadas? - Perguntou Nick.
- Leon as colocou para tomar banho e logo depois dormiram um em cima do outro no quarto de Phane - Nathan falou triste.
- Bom, eu já vou - anunciei.
- Dorme aqui, temos quantos de hóspedes - Leon disse saindo da cozinha, como se eu não soubesse disso.
- Não, é melhor que eu vá - falei, me despedindo dos meninos.
Abrir a porta e Nick veio logo atrás de mim:
- Obrigado por não contar aquela minha "viagem" para os meninos, eles iam me azucrinar o resto da vida.
- De nada - sorri.
- Não É perigoso você dirigir sozinho até o centro?
"Espera... Nick preocupado comigo?"
- Está tudo bem, afinal, eu sou o perigo -falei sério, ele arregalou os olhos e eu caí na gargalhada.
- Isso não teve graça - falou rindo, eu assenti com a cabeça rindo também.
- Tchau Nick, boa noite - dei um tchau com as mãos e ele deu sorriso.
Dei partida e saí da casa dos meninos; quando o portão se fechou, fui para o meu apartamento bem em frente.

***

Acordei com o meu comunicador móvel secreto tocando.
- Agente Homanov falando - falei sonolento.
Do outro lado da linha, ouvi uma voz doce e ao mesmo tempo dura.
- Agente, quero um relatório sobre o que aconteceu hoje de madrugada. - era a minha mãe.
- Um dos meninos quase foi atropelado - ela falou séria.
- Mas não foi, porque eu estava lá e o salvei - revirei os olhos.
- Mãe, está tudo sobre controle - garanti.
- Tudo bem, mas se eu achar que você não está dando conta, eu irei tomar providências - falou e logo desligou.
- Tchau para você também - murmurei desligando.
Olhei para o relógio, que marcava 6 da manhã.
Olhei no monitor das câmeras que coloquei na casa dos meninos, eles dormiam como anjos, passei com o mouse toda a casa e constatei que estava tudo na mais perfeita paz.
Deitei na cama rapidamente.
Meias horas depois eu levantei, não consegui dormir, graças a minha querida mãe.
Tomei um chocolate quente e fui para a frente do notebook monitorar os meninos. Eles ainda estavam dormindo, estão fui fazer o relatório sobre a noite passada.
Toda missão grande deve ter pelo menos um relatório por semana, porém essas coisas são chatas demais, é uma das desvantagens de ser um espião.

"Gente votem e comentem, quero saber o que vocês estão achando da História..."

Agradeço desde já!
O próximo capítulo sairá em breve.

Os Segredos De Um Jovem EspiãoOnde histórias criam vida. Descubra agora