CAPÍTULO 8

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Finalmente um dos meninos acordou, o Leon. Ele estava no sofá falando ao telefone com alguém.
    Depois e um certo tempo ligou a TV. Por um bom tempo ele ficou assistindo e foi interrompido por Nathan, que estava apenas de bermuda e com o cabelo todo despenteado.
Eles conversaram e Nathan tirou o celular do bolso, discou um número. Levei um susto ao ouvir meu celular 'falso' tocando.
- Alô - me fiz de quem acordou tarde.
- Theus? Sou eu, Nathan - como se eu não soubesse...
    - Oi, está tudo bem? - perguntei disfarçadamente.
    - Está sim, é eu... nós, nós queríamos saber se você não quer almoçar aqui.
    - Hum, eu? Tá bom.
    - Certo, te vejo daqui a pouco, então.
    - Tudo bem, tchau!
    Desliguei o celular, olhei para a tela e ele estava sorrindo feito bobo para Leon, que apenas ria de sua cara.
    Todos na casa foram acordando um por um, Phane punha a mão no cabelo toda hora, igual a Amelie, Leon procurava algo nas gavetas, deduzir ser remédios para ressaca.
    Tomei um banho e coloquei uma calça jeans preta, regata branca solta, coloquei um casaco na bolsa, caso faça frio.
    Dei partida no carro. Dei duas voltas pelo quarteirão como de costume, fui à farmácia e comprei alguns remédios.
    Depois que já estava na porta da casa, toquei o interfone e o portão rapidamente se abriu, atravessei o longo caminho até a mansão.
   Estacionei o carro e fui até a porta principal.
    Leon abriu a porta sorridente:
    - Theus, que bom que você veio! - e deu passagem para eu entrar.
    - Meu anjo da guarda chegou - disse Phane, me dando um abraço.
    - Eu achei que vocês estariam com dor de cabeça, então trouxe alguns remédios - estendi a sacola de remédios para ela.
    - Eu não achei nem um aqui. Muito obrigado - Leon disse coçando a cabeça.
    - Senta Theus, a gente contou para a Phane que você salvou ela ontem, essa idiota não lembra de nada - disse Nathan
    - Muito obrigado Theus, você é um anjo - Phane pegou na minha mão.
    - Ah, não foi nada - falei sem graça.
    - Ora, ora, o que temos aqui logo pela manhã - Nick foi entrando na sala.
    - Achou que eu só sairia à noite? - brinquei, ele revirou os olhos e riu.
    - Você não vai esqueci isso, vai? - perguntou.
    Balancei a cabeça.
    - Do que vocês estão falando? - Amelie perguntou curiosa.
    - Eles estão assim desde de ontem à noite - Nathan sentou no sofá.
    - Acho que tem alguém com ciúmes - brincou Amelie
    Ri sem graça.
    - Nathan convidou o Theus para almoçar conosco - disse Leon.
    - Acho melhor vocês irem tomar esses remédios - virei-me para Phane e Amelie.
Depois que os tomaram, fomos para a cozinha. E o almoço foi bem divertido com os cinco.
Ao fim, voltamos para a sala, Phane e Amelie foram dormir novamente.
A entrevista que eles teriam aquele dia foi cancelada, devido a ressaca de alguns.
Nick logo adormeceu no sofá e Leon e Nathan ficaram jogando video game.
Anunciei que ia ao banheiro.
Em frente à porta do banheiro havia outra, ela estava entreaberta, eu sabia exatamente o que tinha lá, meus pés estavam indo em direção aquele lugar, mas minha mente não queria, era totalmente involuntário.
Abri a porta lentamente e avistei aquele lindo e grande piano branco. Eu sei que não é certo fazer isso é jurei que nunca mais tocaria, mas é mais forte que eu.
Meu pai costumava me ensinar piano desde os 5 anos, ele fazia música e logo criei gosto para compor também. Após a sua morte, me desviei um pouco do piano e parei de compor, porque me lembrava dele. Mas, na OUSB, voltei a tocar, tivemos aula de música clássica, pois um espião deve ser sofisticado.
Durante todo um ano eu toquei e compus músicas, porém eu sabia que não me levaria a nada já que estava destinado a ser um espião e não compositor. Depois que as aulas de músicas clássicas cessaram, eu parei novamente.
Tirei a tampa do piano cuidadosamente e passei meus dedos sob as teclas.
Sentei no banco e fechei os olhos, minhas mãos tocaram o piano de novo e, dessa vez, não pude controlar. Aos poucos, o som foi saindo. Uma melodia leve e harmônica...
Meus lábios se moveram cantarolando algo. Logo me dei conta de que estava tocando e cantando uma música que fiz para meu pai, logo após sua morte. Lágrimas caíram molhando um pouco as teclas, fechei os olhos mais uma vez e pude senti-lo ali comigo, ao meu lado.
Quando terminei de tocar, abrir os olhos e enxuguei as lágrimas. Olhei para a porta e para minha surpresa um jovem loiro me olhava com os olhos arregalados.
Levantei-me rapidamente.
- Desculpe-me, eu não devia...
- Que música linda... - Nathan me cortou.
- Eu não devia ter tocado - falei, movendo-me rápido em direção à porta.
- Ei, Calma... Você toca e canta maravilhosamente bem. - Ele me olhava encantado.
- Não, eu só... - minha voz falhou e eu apenas balancei a cabeça.
- Calma porque você está chorando? - perguntou ele segurando no meu braço.
- Eu jurei nunca mais tocar.
"Agora me sinto um estupido e nem tampouco espião..."
- Por quê? Eu não entendo, e essa música, foi você quem fez ? - Perguntou, confuso.
Assenti com a cabeça.
- Você tem talento - falou.
- Eu não posso, por favor, não conte para ninguém - falei, tentando sair de suas mãos que ainda pegavam meu braço.
- Tudo bem, será nosso segredo. Se esse é seu sonho, acho que você deveria correr atrás dele, pois é realmente muito bom. - Seus olhos brilhavam.
- Não, não é meu sonho, eu nunca mais vou tocar - saí da sala de música rapidamente.
Cheguei à sala de estar e Nick já estava acordado. Peguei a minha bolsa.
- Está tudo bem ? - Leon perguntou.
- Sim, eu tenho que ir - me dirigir a porta.
- Ei, calma, calma, fica mais um pouco - Nick disse, levantando-se e vindo até mim.
- Eu não posso, mas, obrigado pelo almoço - falei sentindo minhas pernas cambalearem.
Vacilei um pouco e Nick me segurou.
- Está se sentindo bem? - Perguntou preocupado.
- Sim, só preciso ir pra casa. Desculpe - saí e fui para o meu carro.
- Qual quer coisa, liga pra gente - Nick gritou da porta e eu acenei para ele.
Você deve está se perguntando porque fiquei tão louco depois que Nathan me viu e disse aquilo sobre sonho.
Ele me viu em um momento de fraqueza e pus meu disfarce todo em perigo. E ele falou exatamente o que meu pai dizia.
Lembro-me de uma vez, que eu estava sentado na cama e ele ao meu lado. Eu tinha 9 anos.
- Meu pequeno Shaem, prometa-me que seguirá seus sonhos, não importa o quão difíceis forem; prometa-me que mesmo se alguma coisa acontecer, não desistirá; prometa-me que irá correr atrás daquilo que te faz feliz. - Meu pai falou, pegando em meu rosto. Sua mãos quentes deslizavam pelo meu rosto, era aconchegante.
- Prometo, papai - falei olhando nos seus olhos castanhos.
- Se você tem um sonho, corra atrás dele - olhou-me e beijou minha testa.
- Papai, eu gosto de música, meu sonho é ser um compositor como o senhor. - Naquela época meu pai trabalhava disfarçado em uma escola de música e sempre me levava para lá. Tocávamos juntos em um piano que ficava no auditório. Foi o ano mais feliz da minha vida.
- Ô meu pequeno, então siga seu coração. Se é a música que te faz feliz, então vá em frente. - Ele sorriu e me colocou para dormir.
Um ano depois ele se foi e no enterro me entregaram um Bilhete:

"Meu pequeno Sheam, se você está lendo esse bilhete, é porque eu não estou mais aí ao seu lado. Desculpe.
Sempre que sentir minha falta, toque. Eu estarei com você a cada nota e a cada melodia que tocar. Não se esqueça que eu te amo e que nunca irei te abandonar.
Nós dois nos encontraremos na música, sempre.
Te amo.
Papai"

Lágrimas teimaram em cair, peguei o celular e automaticamente diquei o número.
- Eu sei que estou em missão, mas me diga como ele morreu - falei choroso.
- Shaem, você está bem ? - minha mãe falava em um tom preocupado.
Eu nunca havia lhe perguntado como meu pai havia morrido.
- Só me responde como ele morreu. - Retruquei.
- Sheam Homanov, por favor, você não precisa saber disso agora - ela falou, sabendo a quem eu me referia.
- Porquê, mamãe ? Esquece, você não liga para mim, ele sim, ligava - falei meio quase sem pensar e desliguei o telefone.
Talvez eu tenha feito errado em dizer aquilo para ela, mas a verdade é que nunca me tratou como filho, nunca ligou para os meus sentimentos. A única coisa que ela fez depois que o papai morreu foi me colocar em um internato para espiões e se prender ao trabalho. Ligava-me uma vez por mês e nunca ia às reuniões do internato ou aos meus aniversários.
Isso tudo é muito injusto. Bati no volante.
Quando cheguei, tomei um bom banho para esfriar a cabeça e me deitei na cama com o notebook apoiado em meu colo.
Observei-os dormindo, tão despreocupados... Por um segundo queria que aquela fosse minha vida, eles tinham tudo, dinheiro, fama e família.
Por que alguém ousais tentar matá-lós? Isso não faz sentido.
Peguei um pequeno caderno e analisei as pistas.
Tínhamos um nome ou um codinome: Escorpião Rei. Um veículo: era um Mercedes Benz Prata.
Quem será esse Escorpião Rei e qual o motivo de querer fazer mal aos meninos?
Eu ainda não sabia, mas tinha quatro meses para descobrir isso.





"Gostaria de me desculpa pela demora a postar um novo capítulo. Eu estava com a Covid-19 e passei quase dois meses internado. Depois que sair não tiver muito tempo para digitar. Mas agora recuperado, eu, toda semana vou trazer um capítulo emocionante desse livro."

- E gostaria de pedir também, que compartilhe a história com amigos e familiares, se tiver um número grande de acessos eu posso dar uma continuação para a história.

"Gente votem e comentem, quero saber o que vocês estão achando da História..."

Agradeço desde já!
O próximo capítulo sairá em breve.

Os Segredos De Um Jovem EspiãoOnde histórias criam vida. Descubra agora