Capítulo 10

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VINTE E CINCO E-MAILS DO MEU PRIMO, desde o fim de agosto até o dia 14 de Outubro

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VINTE E CINCO E-MAILS DO MEU PRIMO, desde o fim de agosto até o dia 14 de Outubro.

Aquilo era absolutamente ridículo.

Esperei até passarem as provas de meio de ano para me sujeitar às babaquices que, com certeza, viriam à tona depois de abrir as mensagens. Parte de mim queria apenas deletá-la. De que servia ler aqueles e-mails? Dias diferentes, as mesmas merdas.

Mas eu me recostei na cadeira, exalando ruidoso e insolentemente.

Disse a mim mesmo que os leria na segunda-feira. Não li. Disse que leria na terça. Necas, não li também. Já era quarta-feira, seis da manhã, e lá estava eu olhando para caixa de entrada havia trinta minutos.

Rhamon tinha idade de Andrew quando tudo aconteceu. Ele era três anos mais velho que eu — dezessete. Andrew e ele era amigos, mas Rhamon não estava na festa. Depois de tudo acontecer — a verdade, a questão entre os pais, as subsequentes mentiras e a merda sem fim que se tornou minha vida —, Rhamon soube do acordo, mas preferiu acreditar no que todos diziam.

Que eu tinha um caso grave de arrependimento de compra.

Mas Rhamon terminou a amizade com Andrew, porque, para o meu primo, quer eu estivesse ou não contando a verdade desde o início, não importava. A coisa toda simplesmente foi nojenta para Rhamon. Não o fez ser nem um pouquinho compreensivo comigo nos últimos cinco anos.

Rolando até o primeiro e-mail não lido, vi que datava do fim de Agosto. Balancei a cabeça e cliquei para abri-lo. Igual ao que li antes. Eu precisava ligar para ele ou para os meus pais. Imediatamente. Revirei os olhos. Não podia ser tão importante, porque, se fosse, um deles já teria pego o telefone para me ligar.

Porém, aquela era minha família. Todos achavam que não deveriam pegar telefone algum. Eram ocupados demais para isso, importante demais. Até meu primo, que aparentemente tinha tempo para cacete para me mandar e-mails.

Deletei aquele.

Fui ao próximo

A mesma coisa, mas havia algumas frases a mais. Alguma coisa a ver com um garoto dos tempos do colégio. Halley Kavisky. Ele era um ano mais novo que eu e, é claro, não era meu amigo. Nem me lembrava de como ele era. Rhamon precisava conversar comigo sobre ele. Ele estava o que, namorando o menino e prestes a se casar com ele? Se assim fosse, fiquei surpreso que ele se desse a trabalho de me contar.

Aquele era um casamento ao qual eu, provavelmente, não compareceria.

Deletei aquele e-mail e estava pronto para passar para o próximo, quando meu celular fez algum som. Apoiando os pés no chão, eu o peguei. Era uma mensagem de Brianna, querendo saber se eu a encontraria para tomar um café antes da aula de Astronomia. Mandei uma resposta rápida dizendo que sim.

Fechando o notebook, fiquei de pé, decidindo que um café com a Bria era um milhão de vezes melhor que ficar revirando uma pilha de e-mails chatos.

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