Capítulo 15

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JORDAN NÃO TOCOU NO ASSUNTO DE NOVO depois daquela manhã na cafeteria, e, como prometera, no dia seguinte, ele ficou excessivamente empolgado — pulando, batendo palmas, fazendo dancinhas — por conta do encontro que eu teria com Kovu

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JORDAN NÃO TOCOU NO ASSUNTO DE NOVO depois daquela manhã na cafeteria, e, como prometera, no dia seguinte, ele ficou excessivamente empolgado — pulando, batendo palmas, fazendo dancinhas — por conta do encontro que eu teria com Kovu. Quem visse poderia até pensar que era Jordan quem sairia com ele.

Tentei não pensar demais no encontro, por mais impossível que isso fosse. Ainda mais difícil era não pensar no assunto todas as vezes que Kovu estava por perto. Nada e tudo, de certa forma, haviam mudado, entre nós. Quando ele se sentava ao meu lado na aula, quase toda a minha atenção ficava voltada para ele. Toda vez que ele se movia e sua perna ou seu braço encostava em mim, uma sensação de formigamento se espalhava por todo o meu corpo e permanecia por mais uma hora. Não tinha certeza se ele percebia; minha esperança era de que não.

Durante toda a semana seguinte, uma frente fria se estabeleceu sobre a região. As arvores estavam sem folhas e o vento vindo do Rio Potomac as chacoalhava como se fossem ossos secos e ocos, e fazia um bom tempo desde a última vez que tinha enfrentado esse tipo de frio. Não importava o quanto eu me agasalhasse, parecia que estava no Alasca toda vez que entrava na sala de aula.

Na sexta-feira que antecedeu a "grande noite", Kovu estava com um humor meio estranho; estava até fazendo anotações na aula.

— Veja você — murmurei, enquanto o professor Karev passava os slides da Via Láctea no projetor. — Está prestando atenção.

Kovu olhou enviesado para mim.

— Eu sempre presto atenção.

— Sei, sei.

Ele girou a caneta por entre os dedos, sem tirar os olhos de Karev.

— Você tomaria pau na matéria se não fosse por mim.

Um sorriso brotou em meus lábios.

— Eu conseguiria me concentrar mais, se não fosse por você.

— É mesmo? — Ele se inclinou para mim, encostando o ombro no meu. Observando a frente da sala por um instante, ele, então, se virou. Quando falou, seus lábios roçaram minha têmpora, gerando um calor na minha pele. Por que você acha que o distraio tanto, Daníel.

— Não do jeito que você pensa — respondi, o que era mentira.

— Repita isso até acreditar.

— Algum dia, seu ego vai fazer com que sua cabeça imploda.

— Duvido que esse dia chegue — respondeu ele. Em seguida, com a ponta seca da caneta, traçou um linha no dorso da minha mão direita, até a beirada do moletom. — Isso distrai?

Completamente sem palavras, meus dedos congelaram em volta da minha caneta.

— Distrai? — A caneta voltou descendo pela minha mão, por entre os ossos. — Você gravou quantas estrelas formam o cinturão de Órion? Não? — A caneta estava se movimentando de novo, e quem diria que uma caneta pudesse ser tão... tão sensual. — Há três estrelas que formam o cinturão, Daníel.

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