Capítulo 22

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O ENJOO PERSISTIU E SE TRANSFORMOU EM UMA GRIPE NOJENTA e cheia de tosse que tratei obsessivamente com todos os remédios conhecidos pelo homem

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O ENJOO PERSISTIU E SE TRANSFORMOU EM UMA GRIPE NOJENTA e cheia de tosse que tratei obsessivamente com todos os remédios conhecidos pelo homem. No primeiro dia do semestre da primavera, ainda estava tossindo, mas me sentia bem o suficiente para ir à aula.

Antes de descer as escadas, criei coragem e fui até o apartamento de Corvus, pois tinha que agradecê-lo cara a cara, não por mensagem de texto. Com o coração palpitando como se tivesse descido e subido as escadas correndo, bati em sua porta.

Passos fortes soaram do outro lado da porta, segundos antes de abrir, revelando Justin em toda a sua gloria maltrapilha. Um sorriso sonolento surgiu em seus lábios.

— Oi! Que bom vê-lo andando por aí.

— Obrigado. — Senti meu rosto esquentando. — Kovu está por aí?

— Espere, vou dar uma olhada. Só um segundo. — Ele deixou a porta entreaberta e desapareceu no apartamento. Alguns momentos depois (momentos que pareceram uma eternidade), voltou, um pouco menos amarrotado. — Na verdade, ele, é.. já foi para a aula.

— Ah... — Eu sorri para esconder a decepção. — Bem, eu... vejo você por aí.

— Claro. — Justin balançou a cabeça e passou a mão pelos cabelos compridos. — Daníel, espero que esteja se sentindo melhor.

— Estou, sim. Obrigado.

Acenando levemente para ele, arrumei a alça da minha bolsa nova e, então, tirei as luvas, desci as escadas e fui para fora, numa manhã gelada e luminosa. Parei algumas vagas antes do meu carro, com o coração pulando.

Lá estava — a caminhonete de Corvus.

Ele não tinha ido à aula. Estava no apartamento. A verdade era fria como o tempo lá fora. Justin tinha falado com ele e Corvus não quisera me ver.

*

Vi Corvus pelo campus várias vezes nas semanas seguintes. Parecia que tínhamos uma agenda que nos colocava próximos um do outro, e, toda vez que o via, ele estava com Henry ou, como no dia anterior, com Harriet.

Sempre que o via com ela, tinha uma sensação esquisita no estomago. Eu não tinha direito a sentir aquilo. Sabia disso, mas não me impedia de querer partir para cima de Harriet e cortá-la em vários pedaços.

Porém, essa não era a pior parte de encontrar com ele. Na maioria das vezes, ele me via, e, se nossos olhares se cruzassem, ele sempre desviava. Era como se não tivéssemos sido amigos por quase cinco meses ou dividido qualquer momento de intimidade. Era como se nem sequer nos conhecêssemos.

Lembrou-me de como as coisas ficaram com meus amigos no Ensino Médio depois da festa de Halloween. Como se nosso tempo junto tivesse sido apagado.

Na sexta-feira, ocorreu uma pequena abertura. Corvus estava sozinho, atravessando a rua principal, indo para o Knutti, com a cabeça baixa e as mãos nos bolsos do moletom.

ESPERO POR VOCÊ! [ROMANCE GAY]Onde histórias criam vida. Descubra agora