Heroína

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Eu fiquei mudo!

Não sabia o que dizer após ela dizer aquelas palavras.

Com o rosto escondido na curvatura do meu pescoço, conseguia ouvir a respiração que soltava, estava ofegante, ambos estávamos.

Não sei por quanto ficamos naquela posição, então tudo que fiz foi dizer seu nome

-Sakura...

Ela se ergueu com os cabelos levemente atrapalhados e ainda respirando pesadamente me olhou nos olhos

-Desculpe se assustei você mas...eu precisava dizer

E sorriu de maneira tímida

-Não quero que pense que eu faço esse tipo de coisa com qualquer um

Ela desviou o olhar

-Você não precisa me amar de volta...

Ela começou e eu tentei me remexer mas foi em vão, ela ainda estava em cima de mim

Eu via em seus olhos que ela esperava uma resposta, os orbes verdes brilhavam em expectativa

Expectativa que talvez eu nunca pudesse alcançar

Eu nunca amei nenhuma mulher na minha vida!

Tirando minha mãe, obviamente...mas romanticamente nunca senti isso que faziam os olhos dela brilharem tanto.

Não me surpreendi com sua confissão, outras mulheres já haviam dito aquilo antes com muito menos tempo de convivência e nenhuma intimidade, cheguei até mesmo a ser rude com algumas delas

Mas com ela eu não conseguia ser

Talvez bem lá no fundo eu desejasse sentir isso que a pessoas tanto buscavam para suas vidas, isso que lhes dava um sentido a mais para viver.

Ergui minha mão e toquei seu rosto, ela fechou os olhos por um milésimo de segundo com o contato, então a puxei para mim e selei seus lábios.

Eu queria sentir aquilo, sim, queria...e quem seria melhor do que a jovem médica de cabelos cor de rosa?! Minha salvadora, meu anjo...

Ela voltou a me mirar quando findamos o beijo

Sorriu novamente e eu apenas a acompanhei no gesto.

Então a puxei mais uma vez para junto de mim repousando sua cabeça por sobre meu ombro.

E ali ela permaneceu, ainda estávamos conectados e assim permanecemos.

Mal me dei conta quando o sono nos alcançou.

Era a primeira vez que não me levantava e partia depois do sexo.


Acordei com o aroma dos fios próximo a mim, ela ainda dormia, ressonava, eu apenas mirei o teto perdido em tudo aquilo que estava acontecendo.

Quando a olhei novamente seus olhos já estavam sobre mim

-Olá!

Disse observando os olhos verdes

-Olá...

Ela respondeu de maneira baixa e arrastada

-Acho que já anoiteceu.

Comentei enquanto ela se remexia

-Parece que sim, está com fome?

-Um pouco

-Vou preparar algo para comermos

Então ela se pôs de pé, não usava nada da cintura para baixo, se arrastou até a beirada da cama abaixando a blusa larga e indo em busca de sua peça intima e da calça que usava antes

Louca PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora