Arroubo

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Eu conhecia muito bem aquele ruído, nossa família detinha um helicóptero e desde tenra idade eu estava acostumado com ele.

Sakura arregalou os olhos e retirou com pressa os cobertores de cima de si.

Mal se deu conta das roupas que vestia, uma blusa fina e calça comprida.

Ela foi até a porta e sem me mirar disse

-Fique aqui!

Não foi com tom de humor, ela falou sério

Como eu poderia sair dali?!

Eu fiquei, e total e completamente apreensivo

Sakura não voltava e aos poucos o som foi ficando mais alto, quase ensurdecedor, ali minhas esperanças vieram fortes, intensas, renovadas

Sairíamos dali, finalmente sairíamos dali!


Mas então no momento seguinte lá se foi o ruído, e minhas esperanças partiram junto aquele som.

Ela se demorou para voltar, quando o fez já estava com outras roupas, dessa vez um pouco mais coberta.

Seus olhos pousaram sobre mim mas desviaram

-Sinto muito Sasuke-kun...eles não me viram

Ela parou no meio do quarto e por fim me encarou

-A neve está alta, você sabe...

Ela molhou os lábios e os pressionou em seguida

Fiquei chateado, não havia como negar, acredito que qualquer um ficaria na minha situação

Ela se aproximou e capturou minha mão

-Não se preocupe, eles vão voltar, eu vou cuidar de você, não vou deixar lhe faltar nada, eu prometo.

Sorri minimamente mas não consegui sustentar por muito tempo

Ela apertou minha mão e então disse finalmente

-Eu vou sair

A mirei alarmado

-Vou atrás de suprimentos, logo suas ataduras vão acabar e a comida...

-Sakura

Comecei mas ela me interrompeu

-Eu vou, não importa o que diga.

-Sakura, tem muita neve lá fora

-Não ligo para isso, já disse que não vou deixar que lhe falte nada.

Então se aproximou e deixando um leve beijo em meus fios escuros se afastou largando minha mão

-Não demoro

Disse já se retirando

Mas uma coisa Sakura havia deixado faltar...meus remédios.

Ela saiu e diferente do que imaginou passou o dia inteiro fora

E eu ali sozinho naquela cama, preso, o martírio só começou quando as dores começaram a voltar.


Eu tinha fome, mas as pontadas nas minhas pernas tiravam minha atenção para esse fato.

Tentei cochilar um pouco e até deu certo, mas quando voltei a abrir os olhos estava envolvido por uma poça de suor

Eu não sentia meus membros inferiores, tudo que sentia era um queimar junto com fincadas profundas.

Tentei me remexer e no mesmo instante eu exalei a dor que senti

Louca PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora