Capítulo 05

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"Let me take your hand, I'll make it right

I swear to love you all my life

Hold on, I still need you"

Pov Steve Rogers

- E como estão as coisas em casa? – a doutora Ferraro questiona depois de um tempo, minha cabeça estava inteiramente focada na minha pequena discussão com Nat naquela manhã e por isso demoro a processar a pergunta.

- Aquilo não é uma casa, não é um lar... Não mais – resmungo baixinho sobre o olhar atento dela – Eu a pedi em casamento, e ela aceitou.

- Isso é ótimo, significa que ambos estão abertos a um recomeço e isso é muito bom – ela parecia realmente ter gostado da ideia – Se me permite perguntar, já pensou em chama-la para morar em outro lugar?

- Para dizer a verdade sim, mas duvido que ela fosse aceitar – passo a mão no rosto tentando espantar todos aqueles flashes de memórias que ficavam voltando em looping – Honestamente, acho que nem ela sabe mais o que quer provar, para os outros e si mesma, algumas vezes nem parece que está ali.

- E como você lida com isso? – essa era a parte difícil da terapia, todas as perguntas, e sabia de alguém que odiava responder esse tipo de coisa... Ela deve me amaldiçoar desde quando a obriguei a começar isso.

A sessão segue até que o relógio apite rapidamente avisando o fim do meu horário, conforme saio do prédio onde fica o consultório a voz da médica fica rondando minha mente "já pensou em chama-la para morar em outro lugar?" aquela não era uma má ideia para falar a verdade, e talvez, só talvez, houvesse uma possibilidade mínima de ela concordar.

Passo o restante da tarde olhando algumas casas que sei que a mesma iria gostar, fico tão entretido que nem reparo na hora passar, estava quase escurecendo quando subo na moto e volto para casa. Ao chegar lá o silêncio era assustador, não que quando Nat estivesse lá o lugar ficasse mais barulhento, longe disso já que nos últimos dias ela praticamente não saía daquele quarto, mas dessa vez o lugar parecia vazio, quase mórbido.

- Nat? – subo em direção ao quarto e me surpreendo ao encontrar a porta aberta, a cama bagunçada significava que mais uma vez ela tinha passado o dia inteiro ali, espanto esse pensamento e a chamo novamente, e de novo não tenho resposta – Droga!

Será que ela tinha ido embora? Será que tinha ficado realmente chateada? Eu deveria ter arrombado essa maldita porta em vez de ter saído. Começo a entrar em desespero e ligo para ela, de novo e de novo, ela não atendia, milhões de pensamentos horríveis começam a rondar minha mente quando finalmente escuto sua voz do outro lado da linha.

- Hey – ela fala baixinho, como se não quisesse ser ouvida.

- Onde você está? – isso saiu mais desesperado e assustado do que o pretendido, mas para alguém que mal saía da cama nos últimos dias, não tê-la aqui era quase significando que algo estava errado.

- Na casa do Tony – solto uma exclamação de surpresa e ela ri, genuinamente, como eu tinha sentido falta daquele som. Depois que a mesma começa a explicar que era aniversário de Morgan Stark meu coração amolece completamente, a voz dela estava tão leve e aparentemente feliz que nem ao menos parecia que todos aqueles demônios atormentavam-na o tempo inteiro.

A risada se repete quando digo que vou comprar o sorvete preferido dela, e sinto um alívio percorrer meu corpo, não sei o que Tony tinha feito, mas seria eternamente grato a ele por me permitir ouvir esse som mais uma vez. Ao ver que estava querendo começar a chover deixo um recado para ela em cima do centro de mesa dizendo que havia pegado seu carro emprestado, e sigo de volta para o supermercado mais próximo.

O tempo de comprar o sorvete foi o suficiente para a chuva aumentar bastante, antes de ir ao caixa pagar volto e pego outro pote, por via das dúvidas caso a conversa demorasse mais do que o previsto, já estava quase entrando no carro quando vejo uma senhora tentando se virar para abrir o próprio carro, enquanto segurava suas compras e o guarda chuva, suspiro com a mão na porta do veículo e reviro os olhos ao voltar na direção dela oferecendo ajuda.

Alguma coisa estava errada. Eu ainda não sabia o que era, mas alguma coisa estava muito errada, aquele sentimento me dominava e apesar de balançar a cabeça diversas vezes para espantar esses pensamentos meu coração doía como se algo muito ruim estivesse prestes a acontecer. Foi nesse momento que minha vida acabou, Nat tinha me enviado uma mensagem de voz, eu não tinha percebido até o momento e apesar de saber que não deveria mexer no celular enquanto dirijo pego o aparelho rapidamente reproduzindo-a. 

 

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