Cheguei na sala, minha vó estava no sofá lendo a Bíblia com uma xícara de café.
- Vó ? - perguntei sem entender porque ela não estava se aprontando para ir a igreja.
- Oi meu neto! Veio me fazer companhia? - vovó perguntou surpresa com minha aparição na sala.
- Já são seis horas vó! A senhora não vai ao culto? - perguntei confuso.
- Hoje não tem culto, meu netinho. Você queria ir com a vovó? - perguntou ela já emocionada.
- Queria vó, mas já que não tem culto...- respondi triste.
- Mas podemos visitar um outro ministério que tenha culto hoje - ela sugeriu se levantando do sofá.
Eu iria aceitar essa sugestão da minha vó, mas no mesmo momento as vozes começaram em minha mente, diziam que não valia a pena fazer isso, e que era melhor eu ficar em casa. Nesse momento senti tanta raiva que soquei a parede.
- Meu neto? Tá tudo bem? - minha vó perguntou assustada.
- Eu estou bem vó, vamos a outra igreja então- consegui responder, mas de repente começou a chover. Me preocupei com a saúde da minha vó - Mas eu irei sem a senhora, vó. Não quero que fique doente.
- Está bem meu neto, o importante é que você vá, irei ficar preocupada sim, mas sei que Deus estará te guardando. Só que você não sabe onde fica a outra igreja - vovó falou pensativa.
- Não se preocupe vó! Se eu conseguir sair de casa já vai ser muito bom, quanto a igreja eu procuro - respondi e em seguida subi para meu quarto.
Chegando lá, fui até meu guarda roupa procurar uma roupa para ir ao culto, mas eu não estava conseguindo abrir, parece que algo estava impedindo, e enquanto isso na minha cabeça tentavam me convencer a não ir à igreja. Eu não estava suportando mais aquela tormenta em minha mente.
Me sentei no chão e baixei minha cabeça, estava me sentindo tonto, minha vista estava escura, eu não estava mais aguentando aquilo, mas eu sabia que isso hoje teria um fim para sempre, eu só precisava me esforçar. Estava sem forças para me levantar daquele chão, então me arrastei até a cama, lá em cima estava a Bíblia do meu avô, a peguei e abri, caiu em cima de uma passagem que estava marcada, tapei um dos meus ouvidos com mão e outro com o ombro. E então comecei a ler o versículo ao qual abri.
- Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. ( Filipenses 2.9-11)
Assim que terminei de ler essa passagem, começou a trovoar bem forte. E parece que as vozes em minha mente se amedrontraram pois assim que falei o nome de Jesus tudo se aquietou, minha mente ficou em paz. Finalmente!
- Obrigada Deus! - agradeci me ajoelhando com o rosto banhado em lágrimas, agora tenho certeza que me amas. Quero ser teu filho, quero entregar minha vida à ti e irei fazer isso hoje.
Me levantei olhei o relógio na parede e vi que já era 6:40 , me apressei procurei minha melhor roupa, tomei um rápido banho e me vesti, e então desci para a sala com a biblia do meu avô na mão.
- Como você está lindo meu neto! - minha vó falou admirada.
- Obrigada vó! - agradeci e a beijei na testa - Tchau! - me despedi.
- Tchau meu netinho! Deus acompanhe você - ela falou muito emocionada.
E assim saí a procura de uma igreja, eu conhecia muito bem meu bairro pois na minha infância eu brincava muito na rua. Andar tanto me fez recordar do Andrew criança, tão feliz! Eu queria muito ser feliz novamente, e sabia que naquele momento estava indo a caminho da verdadeira felicidade.
...
Após 10 minutos andando, vi uma congregação aberta, fiquei um tempo parado em frente, observando um jovem cantar uma canção muito linda.
O porteiro da igreja assim que me viu, apertou minha mão me saudando com a paz.
- Você é o pregador Thomas? - ele perguntou topando em meu ombro.
- Não senhor! - respondi e entrei logo.
Parece que agora eu não me sentia mais desconfortável dentro de uma igreja, ao contrário estar ali para mim estava sendo algo confortante e simplesmente incrível como se eu estivesse mais próximo de Deus. Cada canção que eu ouvia me fazia pensar mais e mais na grandeza e bondade de Deus e só aumentava meu desejo de entregar meu viver a Ele.
As pessoas olhavam muito pra mim pois eu estava derramado em lágrimas, mas eu não me importava com isso, pois não tinha como conter aquilo que eu estava sentindo naquele momento, uma sensação de prazer, um desejo imenso de adora-ló. Não sei explicar.
NA: Oque estão achando pessoal? Se preparem para o próximo capítulo, assim como esse, será bem forte!
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Saindo da escuridão
SpiritualAndrew, um garoto de 17 anos que por sofrer tanto em sua adolescência acabou se tornando um jovem triste e solitário, entrando em uma grande depressão que o faz enxergar o mundo totalmente sem cores. Ele achava que nunca conseguiria ser feliz, entã...