Capítulo 12

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O sol iluminou meu quarto, anunciando mais um dia. Saí da cama com meus pés descalços e peguei meu diário na minha escrivaninha, depois voltei para a cama e sentado comecei a escrever:

Olá! Hoje já é outro dia, um domingo que pra mim é a mesma coisa que sábado, ambos os dias são intediantes pra mim.
Ontem fui me deitar cedo, mesmo sem sono, já tinha feito tudo que havia planejado para passar o tempo. Mas hoje acordei muito cansado, parece que por mais que eu durma, sempre acordo com cansaço, imagina se eu trabalhasse. Por falar nisso, hoje eu sonhei que eu estava trabalhando em uma produtora de histórias em quadrinhos, finalmente algum sonho interessante. Já que toquei no assunto de trabalho, vou desabafar acerca disso.
Quando completei 15 anos, saí por tudo que é canto entregando currículos, mesmo estando com zero ânimo para trabalhar, me esforcei, pois eu não gosto de depender apenas da meu auxílio por ser deficiente, ou dos meus avôs ,mas eu não fui chamado para trabalhar em nenhuma empresa, nem em uma lanchonete. Ano passado fiz a mesma coisa e nada, os meninos da minha sala a maioria trabalham, e eu não. Isso me desanimou mais ainda do que eu já estava, e me fez pensar que tem algo errado comigo, além de eu não ter uma mão. Esse ano eu nem tentei, pois eu sei que é tempo perdido. Bom, nem sei porque escrevi tudo isso, mas eu precisava escrever, mas com relação a meu cansaço, acredito que ele não seja físico. Só vou escrever até aqui.

Fechei o diário e o guardei junto com a caneta em uma gaveta da escrivaninha. Depois fui escovar meus dentes, tomei um banho, me vesti e desci para sala, mas chegando lá vi que minha vó estava conversando com um casal, mas ninguém percebeu minha chegada na sala, então me escondi atrás de uma parede e fiquei escutando a conversa.

- A filha de vocês é uma menina muito linda - minha vó falou e então entendi que aqueles eram os pais da Emma.

- Ah obrigada dona Amélia! Ela falou muito bem da senhora e também do seu neto - a mãe de Emma falou.

- Verdade, ela ficou insistindo que tínhamos que conhecer vocês - o pai dela continuou.

- Finalmente te conhecemos! - a moça ruiva falou feliz - mas cadê o seu neto? Minha filha falou que ele é um rapaz tão bonito.

- Também quero conhecer esse rapaz que minha filha tanto fala - o homem barbado e sério falou.

- Certamente está dormindo, e mesmo se tiver acordado não vai querer aparecer, ele é muito tímido, meu neto - minha vó falou pegando uma foto minha na estante.

- Olha, aqui está uma foto dele, ele tinha 14 anos nessa fotografia, agora tem 17, mas não mudou quase nada - minha vó disse sorrindo.

- Ah sim, é um rapaz bem simpático né Maycon?- a mulher perguntou e o esposo concordou - Algum dia conhecemos ele pessoalmente.

- É verdade - concordou Maycon - agora temos que ir né Ember ?

- É sim - ela respondeu e levantaram do sofá.

- Mas já queridos? - minha vó perguntou- nem deu tempo de vocês provarem meu bolo de maçã - vovó disse.

- Fica pra próxima - falou dona Ember

- É dono Amélia, vão ter muitas outras oportunidades - o senhor Maycon disse já indo para a porta de mãos dadas com sua esposa.

- É que temos que ir ao mercado, fazer algumas compras, a Emma não veio porque estava se arrumando pra ir conosco - a mãe da menina disse.

- Ah entendi, então boas compras e diz para minha amiguinha que mandei um abraço.

- Tá certo dona Amélia, muito obrigada! - disse Ember.

- Tchau - o casal falou em uníssono e foram embora.

Minha vó então fechou a porta, foi para a mesa da cozinha me aguardar e então eu fui até a conzinha e sentei a mesa.

- Os pais da Emma acabaram de ir embora, eles estavam aqui agora a pouco conversando comigo - minha vó falou enquanto mexia seu café em sua xícara - eles queriam te conhecer- ela continuou.

- Melhor não - eu falei enquanto passava manteiga em um pão.

- Porquê não? - vovó perguntou

- Eles não vão gostar de mim - falei rápido.

- Tire essa ideia da sua cabeça meu filho, você é um rapaz incrível, claro que eles iriam gostar de você - a minha vó disse um pouco estressada.

- Não precisa se extressar vó, a verdade eu não me importo com isso, ninguém nunca gostou de mim mesmo, já me acostumei com essa vida.

- Meu filho eu tenho certeza que muitas pessoas gostam de você - minha vó falou mais calma - principalmente eu, eu te amo meu neto - disse com um sorriso enquanto uma lágrima molhava seu rosto.

- Eu sei vó, mas é só a senhora que me ama, e está ótimo assim - falei segurando o choro.

- Meu filho, entenda, não é que as pessoas não gostem de você, é que você não dá uma chance para elas provarem isso, entendeu? Pense nisso - minha vó falou enquanto se levantava da mesa e ia até a pia lavar os pratos, eu fiquei um pouco na mesa refletindo e depois me levantei para ajudar minha vó nas tarefas de casa. Após isso fui até a sala, liguei a TV, peguei o controle e me sentei no sofá. Estava passando um noticiário, resolvi deixar no mesmo, pois minha vó gostava de assistir.

Estava me sentindo bem entediado no sofá, até que me levantei, para ir ao meu quarto desenhar de repente a companhia tocou.

...

Notas da autora: Olá pessoal, está aí o capítulo 13, como vocês leram essa conversa entre vó e neto, foi bem tensa.

Mas o que vocês acharam de Amber e Maycon os pais de Emma?

E quem vocês acham que tocou essa companhia? Isso vocês saberão no próximo capítulo.

Ps: Não esqueçam de deixar um voto, pois assim saberei que vocês estão gostando da história e continuarei.
Também comentem, as opiniões de vocês são muito importantes. O próximo capítulo será postado quando a obra atingir 180 leituras.

Fiquem na Paz e até mais!

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