Mais um dia nessa minha triste vida! Desliguei o irritante despertador, bocejei e me sentei na cama, dessa vez eu não estava a fim de escrever em meu diário, não por enquanto, então peguei meu caderno de desenho e ainda em minha cama, comecei a rabiscar.
Quando me dei conta, estava a desenhar um rosto feminino, me assustei e na mesmo hora risquei o desenho, não tinha razão para eu estar fazendo aquele desenho, pelo menos não deveria ter uma razão. Respirei fundo fechando o caderno com força.
Em seguida fui tomar meu banho, liguei o chuveiro e deixei a água cair sobre mim, enquanto em minha cabeça, estava uma verdadeira confusão de pensamentos, respirei fundo buscando me acalmar mas não conseguia até que comecei a ouvir uma voz bem suave, cantando uma canção, era uma voz feminina, primeiro o desenho e agora uma voz pensei, mas por um momento toda a confusão em minha mente, se acalmou ao ouvir aquela voz que cantava uma melodia, ao qual eu nunca tinha ouvido antes, consegui ouvir bem nitidamente o seguinte trecho :
" When oceans rise, my soul will rest in your embrace, for I am Yours and You are mine."
Fiquei refletindo, pois eu não entendia, como uma simples música que eu nunca havia ouvido na minha vida, conseguiu me transmitir calma naquele momento. Eu já havia terminado de tomar meu banho então fui para meu quarto me vestir e em seguida desci para a conzinha, hoje a vovó estava lá.
- Bom dia Andrew! - disse minha vó
- Bom dia- respondi me assentando a mesa e me servindo - Como a senhora se sente? - perguntei
- Muito melhor que ontem, sem sombras de dúvidas! - ela respondeu, mas pude perceber que seu olhar estava um pouco cansado.
- Espero que esteja se sentindo melhor mesmo, vó - disse preocupado - agora tenho que ir, estou atrasado - falei olhando meu relógio.
- Então corre menino! - disse a vovó me entregando uma maçã.
Me despedi da minha vó e fui com pressa à escola.
....
Chegando na minha sala, sentei no lugar de sempre, e vi os mesmos rostos chatos de sempre.
Estava escrevendo em meu diário como o meu dia estava sendo, até que...
- Vejam só o estranho tem um diarinho! - disse Olavo em tom de zombaria - ignorei e guardei meu diário.
- Certeza está escrevendo sobre a Melanie - continuou Hugo em meio a gargalhadas, outras pessoas também riram.
- O que tem eu? - perguntou Melanie vindo em direção aos meninos, que estavam próximos da minha mesa.
- O Andrew, certeza... Hugo ia respondendo quando foi interrompido pelo atual namorado da Melanie.
- Amor, ignore esses idiotas. Vamos ali comprar um lanche comigo. - disse o rapaz em tom alto e segurando a mão de Melanie a levou para fora da sala.
- Esse... se ele não fosse filho da diretora, ele ia ver... - disse Hugo se referindo ao rapaz e cerrando o punho.
- Fica de boa Hugo! Um dia a gente chama os outros caras e dá uma surra nele, fora da escola, esse metido - disse Olavo com olhar de ira- E você Andrew? Agora tá sem língua também é ? - perguntou Olavo batendo na minha mesa.
- Deixe esse lerdo pra lá! Vamos mexer com outro - disse Hugo e em seguida ambos saíram da sala.
Após eles saírem, respirei fundo, peguei meu diário e comecei a escrever:
Então diário, tenho que voltar atrás, no que eu escrevi, Olavo e Hugo não parram de implicar comigo, agora a pouco eles implicaram comigo, mas apenas ignorei.
As vezes eu me pergunto como algum dia eu pude chamar esses dois sem noção de amigos. Nunca vou esquecer de como tudo começou, quando eu perdi a minha mão esquerda e eles começaram a me chamar de menino sem mão e depois surgiram outros apelidos pesados que me magoaram muito.
Agora meu professor de matemática acabou de chegar na sala, até outra hora!
....
*Vídeo com a música que Andrew escutou alguém cantar
Notas da autora: Esse foi o capítulo 4 , foi pequeno mas para compensar vou publicar mais um capítulo hoje.
Mas diz aí, o que acharam?
Não se esqueça de deixar seu voto e comentar se está gostando.Valeu!
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Saindo da escuridão
EspiritualAndrew, um garoto de 17 anos que por sofrer tanto em sua adolescência acabou se tornando um jovem triste e solitário, entrando em uma grande depressão que o faz enxergar o mundo totalmente sem cores. Ele achava que nunca conseguiria ser feliz, entã...