With love, addicted

(2)

Eu odeio Cambridge.
Trocar Londres por Cambridge foi horrível.
Mas o pior foi você.

Mas não foi apenas você que entrou em minha vida. Você apenas foi o pior.

Haila Thompson entrou como um furacão.
Mesmo com seu jeito tagarela e metendo na minha vida, nunca me incomodei.
Ela era contagiante, carinhosa, atenciosa, verdadeira e muito inteligente.
Pena que a escutei quando ela me pediu para ir para a sua festa com ela.

Era a primeira vez que entrava na sua casa. Eu admirei o local porque mesmo não sendo muito grande, para mim era enorme.
Haviam luzes coloridas, música alta, pessoas dançando, beijando e quase transando ali mesmo.
Meu nariz se incomodou com o cheiro forte de maconha.
Eu adorava festas, mas não aquele dia.

— porque eu concordei mesmo?— falei e encarei Haila fazendo careta.

— você precisa deixar essa energia, Harleen! Essa festa vai fazer bem para você.

Ela parecia perdida, procurando por alguém no meio de tanta gente.

— você veio transar!— acusei e ela sorriu em direção a alguém.— egoísta.

— aproveita, poxa!— ela piscou e saiu.

Bufei e revirei os olhos.
O pensamento de voltar para casa foi tentador, mas eu teria que esperar a carona de Haila, então me dirigi a área que servia como bar com intensão de encher a cara e depois de alguns copos, você apareceu.

— você quer destruir a porra do seu fígado?

Meus pêlos se eriçaram com sua presença e engoli a bebida tentando aliviar aquela tensão.
Era a segunda vez que eu te via depois de semanas.

— e o que isso te importa?

— uuhhh!— estalou a língua.— que marrenta. Adoro.

Rolei os olhos.

— eu não vou foder com você.— falei dura.

Sua rizada explodiu e ecoou pela minha cabeça, mesmo com a música alta.

— e o que te garante isso?

— eu.— tentei parecer mais intimidante.

O problema era que eu sempre fui imune a você, James.
Nunca fui uma menininha tola e ingênua, muito pelo contrário.

— quer apostar?

— que idade você tem, 15?

Me levantei e você fez o mesmo.
Seu gesto foi rápido e seguro do que fazia. Você puxou minha cintura e nossos corpos se colidiram.
Seu sorriso malicioso foi a única coisa que eu pude admirar, mesmo que você fosse perfeito por completo.
Um completo convencido, também.

Eu não tive reação, lembra?
E isso só facilitou tudo.
Você agiu com calma, como se tivesse todo o tempo do mundo comigo. Como se eu fosse sua e nunca fugiria.
E então me beijou de maneira quente, me apertando mais em você para que sentisse a rigidez se formando entre suas pernas.

Esse foi nosso primeiro beijo.
O primeiro de muitos.

E também foi a primeira vez que soquei seu rosto.
E não era de longe, a última vez.

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