Capítulo XXXIII

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Katherine on

-Eu não posso deixá-lo!-grito para escuridão em que me encontrava- EU NÃO VOU DEIXÁ-LO!

Minha áurea estava mais densa do que nunca e eu gritava exasperada para nada e ninguém como se de alguma maneira eu pudesse sair daquilo e voltar para os braços de Nick.

"-Eu lhe farei uma única pergunta e o dia em que conseguir achar a verdadeira resposta, saberá de tudo"

A morte...

Fui chamada durante tanto tempo assim que deixei de pensar sobre ela e seu real significado. Uma coisa que sempre me chamou a atenção em Nick foi que ele nunca tratou a morte como algo ruim mesmo tendo perdido todos aqueles que amava.

Depois de tantas aventuras, de tantas confusões e de tantas reflexões, eu pensava que a morte era muito mais do que conceitos concretos ou abstratos.

Ela foi injustiçada por muitos durante muito tempo... atribuímos a ela um rosto sombrio e uma capa preta quando na verdade ela também tem seu lado da luz.

Minha loba é metade branca e metade negra. A morte é também metade vida e as pessoas não reconhecem isso!

E eu sei que nesse momento a minha morte significaria o fim da vida de Nicholas... significaria seu sofrimento, sua dor profunda e eu não quero isso.

Minha morte também significaria minha dor já que nunca me perdoaria por ter feito isso com meu companheiro, minha alcateia.

A garota do sofá, Lisa, não morreu com dor e sua morte não significou o fim de nada, apenas o início de tudo para aqueles a sua volta e a ela mesma.

Para mim a morte é relativa e devemos desmitifica-la e parar de tratá-la como algo brutal e horrendo.

Eu sou a morte e sinceramente não ligo nem um pouco para isso, me sinto honrada de carregar tal título, assim como minha mãe e todas as filhas da morte já existentes!

A escuridão a minha volta se torna luz e eu consigo ver um grupo de pessoas a minha volta, dentre elas minha mãe e a "eu" do passado que entrei em contato aquele dia

-Outras filhas da morte-digo surpresa
-Você conseguiu-diz minha eu grávida com lágrimas nos olhos enquanto desaparecia com um olhar sereno e alegre-obrigada Kate
-O que você quer?-indagam em uníssono
-Eu quero viver e voltar para minha família

Todas a minha volta dão as mãos e recitam algo que não consigo entender. Uma mistura de luz e escuridão começa a sair de cada uma delas me atinge diretamente no peito.

Abro os olhos tossindo e sentindo cada músculo do meu corpo arder e doer. Encaro o homem ao meu lado com mão trêmulas e lágrimas espalhadas por toda face enquanto tinha os olhos inchados e feição de dor

-Lobinha-sussurra antes de puxar meu corpo para o seu e chorar compulsivamente enquanto pousava sua cabeça em meu pescoço

Fecho os olhos sentindo como nossos corpos se encaixavam e como nossas emoções estavam em sintonia mesmo em momentos como esse. Se tivesse forças eu o agarraria e diria que tudo ficaria bem, mas nesse momento qualquer dano faria com que eu entrasse em gravíssimo risco

-Eu sinto muito-diz passando as mãos trêmulas em meu rosto e pousando um beijo delicado em minha testa- por favor me perdoa
-E-e-eu-começo baixinho e ele me incentiva a continuar mesmo temendo pela resposta- eu te odeio -pontuo e não demora para que eu sinta toda a dor que ele sentia nesse exato momento. Seu coração se apertava e sua feição se transforma em uma de tristeza explícita
-Tudo bem, só... só me deixe te levar até um médico

A loba e a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora