Capitulo 2 - Sequestro Relâmpago

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Acordou de manhã com a luz do sol batendo em seu rosto e ouvindo os pássaros cantarem perto do seu ouvido, parecia estar em um paraíso...
Levantou-se devagar e caminhou para frente, estava usando a mesma roupa do momento do acidente mas não havia sangue algum, nenhum ferimento nem cicatriz, não conseguia entender o que tinha acontecido com ele... Quanto mais caminhava, mais se afastava do paraíso, já não estava mais lá, nem sabia como voltar, o que tinha em sua frente era um túmulo de cemitério.
Aproximou-se para olhar e percebeu que na tampa do túmulo havia gravado uma frase: "Aqui jaz uma garota que soube ser feliz com os problemas que tinha". e no fim uma assinatura: "Bianca H. Hollfman".

Caiu de joelhos no túmulo de sua filha e chorou... sentiu alguém tocar em seu ombro e chama-lo pelo nome, virou-se para ver quem era, uma garotinha de cabelos longos e castanhos manchado de sangue, usando uma roupa longa e branca olhava para ele com olhos totalmente pretos e sangrentos. Se assustou com o que viu, não sabia o que dizer, era sua filha, morta mas viva ao mesmo tempo, tentou dizer alguma coisa mas as palavras não saiam. Ela ficava cada vez mais perto... Uma voz suave e aterrorizante dizia:

- Você não gosta de mim... você me matou... você é um monstro...

Ela já estava muito perto, ele sentia algo pressionando o seu pescoço, em um ato de sobrevivência tentou gritar, mas, mais uma vez as palavras não saíram, faltava-lhe o fôlego...

- NÃO!!! - Gritou Matt aterrorizado, saltando da cama.

Sua respiração estava ofegante, olhou ao redor mas não reconheceu onde estava, sentiu uma dor imensa começar no seu estômago e terminar no seu pescoço, estava sem camisa e via o local do ferimento coberto por algodão... E o que ele viu, sua filha morta, era apenas um sonho... ou pelo menos parecia...

- Eu não aconselharia você sair daí - Disse uma voz desconhecida - o ferimento ainda não cicatrizou... Você é forte! pensei que não ia acordar!... mas estava enganada...

Matt olhou para o lado esquerdo e viu ainda meio embaçado uma mulher, parecia estar usando um jaleco, mas o ambiente não parecia nem um pouco com um hospital... Limpou os olhos com a mão direita e com um pouco mais de esforço conseguiu enxergar melhor o lugar, a mulher tinha cabelos negros, lisos e curtos que iam até a altura do queixo, um piercing de argola no lado direito dos lábios, estava usando um jaleco branco com algumas canetas no bolso e segurava uma seringa vazia.

- Está assustado com o lugar não é?! - Falou a desconhecida, manuseando um frasco com um líquido verde - Mas não se preocupe com isso agora... vou aplicar esse sedativo em você, você irá dormir por mais algumas horas - Enchendo a seringa com o líquido verde.

- Espere! - Bradou Matt - Não ouse aplicar isso em mim!

A mulher caminhava em sua direção.

- Hmm, não conseguiu me convencer... - Disse a mulher ajeitando a seringa.

Prendeu o braço dele na cama e posicionou a seringa para aplicar o sedativo.

- Por favor... Não faça isso - Suspirou Matt.

- Por favor?

Matt jamais tinha dito isso a alguém, demonstrava fraqueza, mas afinal, era assim que ele estava, fraco e imobilizado. Arrependeu-se de ter dito, mas era tarde para voltar atrás. A mulher soltou seu braço e colocou a seringa em uma mesa ao lado da cama.

- Está bem - Disse ela - Vou te dar um tempo...

Surpreso com a reação da mulher Matt tentou levantar da cama, não devia ter feito isso, mas não tinha percebido ainda que seu braço esquerdo estava engessado, sentiu a dor aumentar no abdômen e deitou novamente na cama.

- Não ouviu o que eu disse? - Perguntou a mulher um pouco irritada - Seu ferimento ainda não cicatrizou, se quer melhorar o quanto antes deve se contentar com a posição que está agora...

- Por que eu deveria ouvir você? - Perguntou Matt olhando para ela.

- Porque fui eu quem te salvei - Respondeu ela com orgulho - Você dormiu por onze dias seguidos, pensei que não voltaria a viver... Mas você está acordado agora!... Tenha certeza de que se não fosse por MIM, você não estaria falando comigo agora!

- Uau! - Caçoou Matt - Te devo minha vida...

- Não, você não me deve nada - Disse ela com seriedade - Eu já tirei um dos seus rins como forma de pagamento...

- VOCÊ PIROU! - Berrou ele assustado - QUEM TE DEU O DIREITO DE FAZER ISSO, SUA...

- Calma aí pombinho... - Interrompeu ela - Eu estou zoando com você, eu não tirei nada... Você é muito irritadinho em?! acho que eu devia ter deixado você morrer naquele carro... e não estou zoando dessa vez. - Concluiu ela saindo para fora da sala.

- Espera! - Gritou Matt - Por que você me trouxe pra cá? Onde está minha filha?

- Você já me encheu demais por hoje... falamos sobre isso depois - Disse ela dando de ombros.

- Ei!... Eu ainda nem sei seu nome!

- Janny!, Janny Kohls - Disse ela abrindo a porta da sala e saindo.

Matt virou-se na cama para observar a sala, era um lugar espaçoso e sem janelas, além da cama em que estava, que por sinal era uma cama de hospital, havia ao seu lado direito uma mesa branca com uns frascos de remédio, um bisturi, uma lupa, um copo com água e o sedativo que Janny por pouco não aplicou nele.

Além disso, a esquerda da cama havia uma estante para tubos de ensaio e experimentos com três tubos cheios de um liquido verde e borbulhante e outros dois com um líquido azul. Notou também que na parede a sua frente havia uma pequena prateleira com alguns livros intitulados em sua maioria como: "Um Estudo em Vermelho, As aventuras de Sherlock Holmes, Memórias de Sherlock Holmes, O Signo dos Quatro, O Dr.Negro, O Vale do Terror e O Último Adeus de Sherlock Holmes".

Seus olhos se atentavam a cada detalhe da sala, não sabia onde estava mas sabia que queria sair daquele lugar o quanto antes. Eu daria tudo pra voltar à aquela empresa e acabar com aquele filho da mãe, pensou com selvageria enquanto procurava a posição ideal para se levantar.

Enquanto se esforçava para se levantar da cama Matt sentia a costura do seu ferimento pressionar, seu abdômen doía, era como se alguém estivesse pregando um prego em seu estômago, Matt se escorava na cabeceira da cama pra tentar se levantar... Quando estava quase de pé ouviu um barulho na direção da porta, pareciam passos se aproximando rapidamente, eram um barulho forte, não pareciam com os de uma mulher, sentia-os cada vez mais próximos, preocupado com o que podia ser Matt se levantou da cama ainda cambaleando, tentou andar mas seu abdômen explodia de dor, viu a maçaneta da porta girar e a porta se abrir, mas em seguida as luzes se apagaram e um disparo ensurdecedor ecoou pelo lugar.

# Oque você acha que vai acontecer com Matt a partir de agora? Comenta aí, estou curioso pra saber! ;)

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