(Casa da família Carter na mídia)
...
E lá estava eu, segurando a barra de um vestido de princesa, azul marinho, os cabelos soltos, levemente ondulados, batendo contra o vento enquanto eu corria, sem nem saber pra onde. Mas eu não estava correndo, daquele tipo de corrida que deixa uma pessoa cansada e ofegante, muito pelo contrário, era uma pequena corrida agradável daquelas que você se sente livre e leve, como se a qualquer momento eu fosse voar... Era um campo plano, somente com matos que me cobriam até os joelhos, que faziam cócegas nas minhas pernas...
Meus devaneios estavam indo super bem, até que algum ser estalou os dedos no meu rosto.
— Eii guria. — sussurrou Laura — Tá viajando pra onde?
— Am? O que você disse?
Ela revirou os olhos e entendi que era pra mim deixar queto.
Bem a Laura é minha melhor amiga desde o jardim de infância, na verdade ela é a minha única amiga de verdade, não sei por qual motivo exatamente as pessoas não gostam de mim, a Laura sempre fala que é porque eu sou Emma Carter, filha de Adolfo Carter e Maria Carter o empresário mais bem sucedido da Europa e a médica mais famosa da Inglaterra, e as pessoas me acham esnobe. Coisa que eu não me considero.
Voltando ao assunto da Laura, ela é uns poucos centímetros mais alta que eu, tem cabelos pretos que vão até sua cintura, olhos castanho-claro, ela é bem mais sociável que eu. Tem mais amigos, é o que eu quero dizer. As pessoas só fazem amizade comigo por causa da minha classe social, e as vezes eu me incomodo muito com isso.Laura me passou um bilhetinho porque na aula de História o professor não deixava a gente conversar, e se ele pegasse alguém com alguma conversa banal, era suspensão na certa, mas não deu tempo de ler o que ela havia escrito, pois o sinal para ir embora tinha tocado, peguei minhas coisas e saí, com Laura ao meu lado, quando a gente chegou lá fora ela deu um berro.
— É AMANHÃ!!
— O que é amanhã?
— Seu aniversário né sua bobinha, olha já tenho tudo planejado, a gente vai primeiro...
— Laura.— interrompi a animação dela.— Não acredito que você ainda cogita a possibilidade da gente ir pra algum lugar no meu aniversário.
— Ué porque não? Garota você tá precisando muito se divertir viu.
— Mas Laura eu tenho que...
— Nada de mais nem menos, a gente vai sim pra algum lugar, relaxa vai ser legal, e você vai esquecer pelo menos um pouco desses seus "problemas". — Ela fala fazendo aspas com os dedos.
— Okay você me venceu.— Eu disse e ela deu pulinhos de alegria — Mas pra onde a gente vai?
— Bom eu tava pensando em uma boate, que tal?
— Cê acha que eu tenho cara de quem vai pra boate?
Ela olhou bem pra mim, analisando meu rosto e disse por fim:
— É você não tem cara mesmo de quem vai pra uma boate. Mas vamos Maa, vai ser divertido. — Disse ela fazendo beicinho, e ela só me chamava de "Ma" quando queria alguma coisa.
— Aaaa como dizer não pra essa sua carinha de gato de botas? — Eu disse rindo. Então ela arregalou os olhos e fez cara de cachorro sem dono, confesso que aquela cena era tão engraçada que quase deu vontade de falar pra ela que eu ia, mas eu não ia entregar o jogo tão fácil só por causa de uma careta que ela tava fazendo.
— Olha só, eu vou pensar no seu caso tá?! Mas não garanto que eu vou falar sim.— Eu disse já indo em direção ao carro, onde Antônio, meu motorista, me esperava com a porta aberta.
— Tá bom...— Ela disse com um suspiro de derrota.
— Então a gente se vê amanhã ou você quer ir lá pra casa hoje?
— Ah então... Er hoje não vai dar pra mim ir porque... Hmm.
— Já sei, você tem que se encontrar com seus outros amigos.— Eu disse revirando os olhos.— Tudo bem eu já me acostumei com isso tá bom?! Relaxa eu vou ficar bem.
— Tem certeza?
— Tenho sim, pode ir lá se divertir.— Eu disse já acenando pra ela e entrando no carro.
O motivo pelo qual eu não saia com a Laura nem era porque meus pais não deixavam, na verdade acho que eles até queriam me ver longe de casa por algum tempo, mas eu não gostava dos outros amigos da Laura e adivinha só, eles também não gostavam de mim, então estávamos quites.
Bem eu sou uma baixinha de 1,57 de altura, meus cabelos são lisos castanho claro, com algumas luzes que eu dei a algum tempo — aliás tô precisando retocar isso aqui.— Meus olhos são azuis mas puxado um pouco pro verde também, eu me acho uma garota bonita por causa das minhas feições e tudo mais.
Minha mãe: Maria Carter, uma médica de 37 anos mundialmente conhecida por causa das cirurgias que ela já fez, e do tanto de vezes que ela já salvou pessoas e "blá blá blá", ela era uma pessoa atenciosa comigo, até meu irmão nascer, depois disso ela só liga pro hospital e pra ele, quase nem tem tempo pra mim. Tá, ela NUNCA tem tempo pra mim e nem fala comigo direito. As vezes eu acho que ela esquece que tem outra filha além do meu irmão.
Meu pai: Adolfo Carter, empresário também mundialmente conhecido, mas principalmente na Europa por causa da sede de sua empresa que fica aqui mesmo, ele é um homem de poucas palavras, e também dá mais atenção pro meu irmão, o que não me admira muito porque desde que minha mãe estava grávida de mim, ele queria um filho homem, pra "continuar os negócios da família" ele acha que eu não tenho capacidade porque sou mulher vê se pode.
Por fim meu irmão mais novo: Estevan Carter, com seus seis anos de idade consegue conquistar todos a sua volta, menos a mim é claro, o xodó da família Carter, "aff". Também o motivo pra mim na maioria das minhas refeições comer no meu quarto, pra não poder escutar os elogios dirigidos ao meu irmão enquanto eu fico igual uma songamonga escutando.
— Senhorita, chegamos.— Falou Antoni.
— Obrigada Antoni, pode guardar o carro eu não vou sair mais hoje.— Antônio é uma pessoa legal comigo, mas claro que ele também dá atenção dobrada pro meu irmão, do mesmo jeito que todos os empregados da casa ficaram, afinal o que aquele garoto tem de tão especial que eu não tenho?
Saí do carro e fui direto pro meu quarto, tomei um banho demorado, quando saí os dedos das minhas mãos já estavam enrugados, sorri com aquilo, era sinal de que o banho havia me feito bem. Vesti um conjunto de moletom, fiz um coque frouxo e coloquei meu óculos de estudos.
Logo depois Agnes minha ex babá — agora babá de Estevan — trouxe meu almoço pois já sabia que eu não iria descer para comer. Depois de comer fui estudar, era isso que eu fazia todos os dias, estudar, estudar e estudar... Seria uma longa tarde estudando e eu adorava aquilo.
Claro minha faculdade praticamente já está paga. E as pessoas falavam pra mim que estudar seria inútil e que isso era coisa de gente pobre, claro que quem fala isso são aquelas pessoas da classe alta porque tem o dinheiro todo na mão, mas eu estudava só por um motivo, eu queria ser uma grande profissional... Cirurgiã pra ser mais exata. É, eu ia seguir a carreira da minha mãe mas claro que eu quero e VOU ser melhor. Meu único desejo é fazer a diferença na medicina, e é por isso que eu me mato de estudar todos os dias.
Quando me deparei já passavas das 7 horas da noite, então fui dormir porque eu estava muito cansada. E queria uma desculpa pra não descer pro jantar.
...
ENTÃO GENTEE PRIMEIRO CAPÍTULO CONCLUÍDO.✔️ E É ISSO ESPERO QUE VCS TENHAM GOSTADO E CONTINUEM ACOMPANHANDO. 2BEJUUUUUUSSS❤️
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De repente em outra época. [CONCLUÍDA]
FantasyJá imaginou dormir e acordar em outra época? Com duques, princesas, príncipes, reis, rainhas, camponeses? Não né?! Foi isso que aconteceu no aniversário de 17 anos de Emma Carter. Emma acorda em uma época nova, agora ela é uma princesa! Ela não era...