6_ "Jardim secreto?"

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Acordei com a luz do sol batendo no meu rosto. Abri os olhos devagar ainda um pouco incomodada pela luz.

Mas peraí, como a luz tá entrando no meu quarto se eu deixei as cortinas fechadas... Opa, esse não é meu quarto! Esse quarto é totalmente o oposto do meu e... Acho que eu deveria levantar dessa cama, que não é minha aliás.

Quando me viro para o outro lado pronta pra me levantar uma mulher que parece muito com a Agnes sai de um cômodo que fica na parede oposta.

— Alteza — Ela disse se curvando. — Perdão eu te acordei?

Essa é a voz da Agnes!

— Agnes? — Pergunto meio receosa.

Ela me encara confusa.

— O que a senhorita falou?

— O que você tá fazendo no meu quarto? — Balanço a cabeça. — Quer dizer, o que EU estou fazendo nesse quarto? — Enfatizo o "eu".

— Mas senhorita... Este aqui é o seu quarto — Ela diz fazendo gestos.

— Como assim o meu quarto Agnes, você deve tá ficando doida — Falo me levantando.

— Perdão, a senhorita me chamou de quê?

— Agnes ou doida?

— Esse primeiro nome.

— Mas É o seu nome — Eu digo como se fosse óbvio.

— Senhorita meu nome é Agnólia. Hmm, acho que a queda que a senhorita levou do cavalo ontem deve estar mexendo com a sua cabeça. Venha eu já preparei o seu banho.

— Pera lá, que queda de cavalo? E como assim seu nome é Agnólia?

— Senhorita venha, um banho vai te fazer bem, eu garanto. A senhorita não está falando coisa com coisa — Ela disse me puxando pelo braço até um cômodo que eu deduzi ser o banheiro. Ela ficou esperando na porta.

— Deseja ajuda para se despir alteza? — Ela perguntou e eu fiquei olhando pra ela, e tenho certeza que a minha expressão era de songa monga.

— Eu acho que eu quero tomar banho sozinha— Eu falei ignorando a expressão "alteza" que ela havia falado.

— Certamente senhorita, com licença — Ela disse se curvando outra vez e saiu do banheiro.

O que está acontecendo? Preciso de explicações. E cadê meu subconsciente que não aparece? E o que eu tô fazendo nesse quarto que não é meu? E que história é essa de "alteza"? E que história é essa de Agnólia? Certo eu preciso pensar. Pensa Emma. Pensa...

Decidi entrar naquela banheira que parecia... De mármore? Uau.

Acho que eu devo ter dormido no meio do banho, porque despertei com alguém me chacoalhando.

— Alteza? Por favor alteza acorde, precisa descer para o café da manhã.

— Quê? — Eu perguntei esfregando os olhos.

— Precisa se arrumar e descer alteza, venha eu te ajudo.

Era a tal da Agnólia de novo.

Ela me tirou da banheira e me enrolou em alguma espécie de roupão.

Depois me colocou sentada em frente à um espelho e começou a pentear meu cabelo, prendendo em coque muito arrumado e bem feito.

Então ela me levantou e começou a me vestir com umas roupas muito estranhas.

Eu estava totalmente sem fala, não conseguia fazer absolutamente nada do que eu deveria realmente fazer, e só fazia o que ela mandava.

Fechei os olhos durante o processo da minha vestimenta.

— Alteza? — Se ela tava falando comigo, ia continuar falando sozinha meu nome não é esse. — Alteza pode abrir os olhos.

Certo, ela estava falando comigo.

Abri os olhos lentamente e olhei para o espelho à minha frente. Eu estava com um vestido longo, muito bonito aliás. (Vestido da mídia)

— Decidi vestir a senhorita com algo mais leve. Creio que não sairá do palácio hoje. — Ela disse colocando algumas jóias em mim.

Oi? Quê? Palácio? E se isso é leve eu não quero nem saber o que é pesado.

Vamos, seus pais estão te esperando na sala de jantar.

Só a acompanhei até a tal sala de jantar.

...

Enquanto eu andava por aquele lugar, percebi como tudo era rústico e muito chique e parecia... Antigo.

Chegamos até a salar de jantar e tinha uma mesa enorme — com tantos lugares que eu não estaria disposta a contar — no centro de uma grande sala, que mais parecia mais um salão. A mesa estava cheia de talheres chiques que pareciam ser de ouro. E também estava cheia de comida. Ótimo eu já tava com fome.

Acompanhei a tal da Agnólia até o que deduzi ser meu lugar na mesa. Algum empregado que eu não conhecia puxou a cadeira para que eu sentasse.

— Bom dia querida — Disse uma mulher que se parecia muito com a minha mãe, só que muito mais... Não sei... Chique? Se é que isso era possível.

— Emilly está tudo bem? — Perguntou o homem que estava com uma coroa na cabeça.

— Filha? — Ela perguntou novamente.

Será que eles estavam falando comigo?

— Ora Emilly, fale alguma coisa — Disse o homem que se parecia com meu pai se levantando e vindo em minha direção.

— Eu?

— Sim, você — Disse a mulher chique com uma expressão preocupada no rosto.

— O que tem eu?

— Acho que a queda do cavalo ainda está te afetando. Deseja tomar o café da manhã no seu quarto? — Perguntou o homem.

— É, acho que sim — Pera quê?

— Certo. Agnólia leve a princesa até seus aposentos. Kaylan leve o café da manhã dela.

Princesa?

— Certamente majestade — Falou Agnólia se curvando diante dele e me puxando delicadamente pelo braço. O mesmo fez o tal do Kaylan, e ele parecia com alguém que eu conheço.

***

Eu estava no quarto com a Agnólia no meu pé, esperando o tal do Kaylan com meu café da manhã. Ele entrou pela porta e deixou uma bandeja com alguns pratos cobertos por cloches. Pedi que a mulher que não largava do meu pé saísse e assim ela fez.

Quando tirei o cloche de um dos vários pratos que estavam na bandeja, me deparei com um pedaço de papel, que parecia com um bilhete.

"Me encontre no jardim secreto e você obterá todas as respostas."

Jardim secreto?

— Agnólia!! — Gritei.

— Sim senhorita? — Ela apareceu rapidamente.

— O que é o jardim secreto?

— Ora senhorita, o seu lugar preferido do palácio. Fica depois da segunda entrada da floresta.

— Ah certo — Eu disse tentando lembrar dessas palavras.

— Mas a senhorita não pode ir até lá. Lembre-se ontem a senhorita foi sozinha e caiu do cavalo, o rei deu ordens que não poderá mais ir até lá... Não sozinha, pelo menos.

Apenas consegui assentir.

Eu preciso de respostas, eu preciso saber o que está acontecendo.

...

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De repente em outra época. [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora