13_ "Você vai morrer mesmo."

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Foi um sufoco tentar separar aquelas duas, mas no final eu consegui, claro com a ajuda dos meninos.

Eu estava deitada na minha cama encarando o teto e pensando se eu deveria levar aqueles quatro comigo. Eu bem que queria ir sozinha mas o Kaylan insistia que eu deveria ir acompanhada.

A Emma disse que iria comigo e que ela iria me ajudar a escolher a "tropa" pra poder me acompanhar, mas acho que a escolha dela não fui muito boa.

Eu ouvi isso.

Você poderia por favor sair da minha cabeça?

Não tô afim.

Ha ha engraçadinha. SAI DA MINHA CABEÇA AGORA!

Ui estressada, tô saindo.

Como eu ia dizendo a escolha dela não foi das melhores. Quer dizer, eu até chamaria a Laurença e o Jonathan, mas a Ingrilia? Nem pensar! E muito menos o Lawrence, nem conheço ele, não faço a mínina ideia de quem seja ele no meu mundo normal.

Mais uma vez, como sempre acontecia, fui interrompida por uma batida na porta.

— Tô dormindo — Falei alto.

— Pelo que eu sei, quando as pessoas estão dormindo elas não falam.

Emma fala já entrando no meu quarto.

— Eu conheço pessoas que falam dormindo.

— Quem? você?

— Exatamente — Falo me sentando na cama.

Ela começa a rir.

— Tá fazendo o que aqui?

— Você não tá conseguindo dormir ué.

— Tá, e o que tem haver?

— Tudo que você sente eu também sinto queridinha. E nesse momento você tá sentindo medo.

— Eu? Medo? Você tá blefando! Do que eu teria medo?

— De não conseguir voltar pra casa — Na hora que ela fala isso eu estremeço.

— Não tô com medo disso — Falo desviando o olhar.

— Você quer dar uma volta lá fora? O ar da noite está bom... E eu sei que você precisa desabafar, por mais que eu já saiba o que está sentindo.

Achei uma boa ideia, eu não iria conseguir dormir mesmo. Levantei, peguei meu roupão e saímos do quarto em direção ao exterior do palácio.

Resolvemos andar um pouco pelo jardim. Sim, outro jardim. Já havia perdido as contas de quantos jardins aquele palácio possuía, era um mais lindo que o outro.

Começamos a caminhar uma ao lado da outra, o silêncio dominava o lugar.

— Pode falar — Emma quebra o silêncio

— É, eu admito... Eu estou com medo de nunca mais voltar, eu reclamava da minha vida, mas percebi que era aquela vida que eu amo. Entende?

— Claro que eu entendo. Eu também gostava mais quando estava só na sua cabeça.

— Mas você não era real, era só eu mesma conversando com eu mesma.

— Acredite no que quiser acreditar — Emma deu de ombros.

— Se... Eu voltar, eu prometo tentar ser uma pessoa melhor.

— Promessas são fáceis de serem feitas, porém muito difíceis de serem cumpridas. Só... Cuidado com o que você promete, okay?

Apenas assenti.

— Eu não poderia levar o meu irmão? Digo, para ir comigo até o baú.

— Não. Estevaldo é muito novo para uma jornada dessa. Principalmente por ela ser... Esquece.

— Por ela ser o quê?

Emma continuou calada.

— Responde! A essa altura do campeonato você não pode esconder mais nada de mim!

— Por ela ser extremamente perigosa, correndo o risco de ser fatal...

Na hora que ela falou isso eu estremeci.

Engoli em seco.

— Fatal?

— Sim, fatal.

— Mas... Tipo morrer? Morrer mesmo?

— Sim Emilly, morrer mesmo.

— Mas... Se eu morrer aqui eu volto pra lá não é?

Falo começando a me desesperar.

— Não Emilly... Você vai morrer mesmo.

Sinto um vento frio contra o meu corpo e passo os braços em volta do mesmo tentando me manter ao menos um pouco aquecida.

— Tem certeza que ainda quer fazer isto?

— Tenho — Respondo com firmeza. — Por mais que essa vida seja, extremamente maravilhosa e incrível... Ela não é minha, ela é da Emilly, se ela existir mesmo — Respiro fundo. — Eu quero voltar, eu sou Emma Carter, não princesa Emilly do reino de sei lá da onde. Eu preciso voltar.

— Entendo. E quero que...— Ela parou de falar e encarou o chão, após alguns segundos erguei seus olhos para mim novamente. — Eu só quero que saiba que eu sempre vou estar com você, mesmo que aconteça alguma coisa.

— Não vai acontecer nada. Para de falar besteira, vai dar tudo certo e nós vamos voltar.

— Se você está tão confiante assim... Quem sou eu pra falar o contrário não é mesmo?

— Isso — Falo sorrindo e no mesmo instante Emma retribui o sorriso.

Estava decidido, eu iria mesmo sabendo que era arriscado. Porém o mais arriscado era não voltar a ser Emma Carter.

...

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De repente em outra época. [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora