3_ "A tacadora de livros."

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Acordei com o toque do despertador. Pra ser mais exata a música do despertador né. Não sou dessas que coloca um toque irritante pra começar o dia, prefiro alguma música, embora não mude tanto o efeito de se acordar cedo.

A música da vez era "I like me better". Eu sou assim, começo a gostar de uma música, coloco ela como toque de despertador, pra depois ficar com ódio dela, por ela me acordar todos os dias. Então eu vou a procura de outra música pra odiar quando enjôo demais da outra.

Levanto da cama e calço minhas pantufas de panda. Vou ao banheiro e faço minhas necessidades. Quando volto pro quarto tenho a pequena impressão de que estou esquecendo alguma coisa.

Pego meu celular e vejo um lembrete na tela de bloqueio.

NÍVER DA EMMA!!

Ótimo hoje é meu aniversário, eu juro que por um mísero instante eu havia esquecido esse detalhe.

Me arrumo e no caminho da escada encontro o meu amado irmãozinho.

— Bom dia maninha — Ele disse eu fico encarando-o esperando o que estava por vim ainda.

— Ah olha só hoje é o seu aniversário não é mesmo? — Continuei encarando-o sem falar absolutamente nada. Ele deu um suspiro.

— Olha eu sei que você não gosta de mim...— Disse abaixando a cabeça e fingindo estar chateado.

Peraí Emma como você sabe que ele tá fingindo e não sendo verdadeiro?

Cala a boquinha Emma 2, eu conheço ele melhor do que você.

Então ele voltou a falar:

— Porém mesmo você não gostando de mim, eu gosto de você "Emazinha"— Alguém por favor fala pra mim que ele não me chamou de "Emazinha".— Eu te desejo um feliz aniversário maninha, te desejo tudo de bom... Então é isso, quer um abraço?

Saí daquele local sem olhar pra trás, sério que o garoto que arruinou a minha vida tava me pedindo um abraço? Eu mereço.

Quando terminei de descer as escadas, ouvi seu riso de deboche e irônia. Respirei fundo e continuei o meu caminho.

Chegando na sala de jantar me deparei com minha mãe sentada à mesa. Coloquei minha mochila em uma cadeira qualquer e me sentei em outra ao lado.

— Bom dia, Emma — Disse ela com um tom mais profissional do que um carinhoso.

Será que ela lembra que hoje é o meu aniversário?

Lógico que lembra, ela é sua mãe.

Eu tenho minhas dúvidas.

Parei de falar com meu subconsciente quando percebi que ela me encarava por não ter respondido ao seu cumprimento.

— Bom dia — Respondi secamente.

Ela continuou com uma expressão séria no rosto e focou em seu café da manhã. Claro, até o pirralho chegar.

— Bom dia, mamãe linda do meu coração inteirinho — Ah ótimo tudo o que eu preciso.

— Bom dia, meu filhinho lindo do meu coração inteirinho — Disse ela sorrindo. Apenas revirei os olhos e respirei fundo.

Se ao menos meu pai estivesse aqui, ele com certeza me trataria melhor, eu acho.

— Então têm novidades pra contar para a mamãe?

— Na verdade mãezinha, tenho sim.

— Sou toda ouvidos — Disse ela apoiando os cotovelos na mesa e colocando as mãos no queixo e me ignorando completamente.

De repente em outra época. [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora