Leon e Nilce - True Love Forever

Uma nova realidade

P.O.V Nilce

Zoe vai até seu cavalo, sim, ela tinha um cavalo que eu só percebo agora.
- O que você pretende fazer? - Digo para Zoe.
- Vamos colocar seu marido em cima do cavalo e levá-lo ao meu abrigo! - Disse essa tal Zoe.
- Abrigo? Tem mais pessoas aqui? - Digo.
- Em todos esses anos que estou pres... - A voz dela falha. - Em todos esses anos que estou aqui, sim, só eu. E agora... Vocês... - Ela diz.
- Você sabe se seu... Marido - Estranhamente, quando ela fala a palavra marido, sinto o tom de voz dela ficar duro. - É muito pesado? - Diz Zoe.
- Vamos descobrir... - Digo.
Vou até a cabeça de Leon e Zoe vai até os pés.
- No três levantamos ele. - Ela diz.
Assinto balançando a cabeça.
- Um, dois, três! - Ela conta.
Levantamos Leon e levamos até o Cavalo de Zoe.
- Bom, agora, temos uma longa caminhada. Aliás, pegue isso, você vai precisar. - Ela me dá uma adaga de bronze celestial.
- A floresta sombria, é cheia de perigos. Eu posso estar ocupada lutando com alguma coisa, então, você precisa se proteger. Está pronta para ir? - Zoe pergunta, me olhando profundamente nos olhos.
- S-sim. - Digo.
Começamos a andar. Percebo que o ar vai ficando mais denso e escuro conforme vamos avançando. Minha adaga e a espada de Zoe dão uma leve iluminação no local. Olho para Zoe. Ela tinha os olhos selvagens, acinzentados, tinha uma expressão dura, como se tudo tivesse sido tirado dela. O cabelo é liso e loiro. Percebe-se que ela é uma garota linda, mas o rosto cercado por fuligem, e sua expressão dura, deixam a desejar. Fico imaginando milhões de coisas em minha cabeça, quando Zoe me toca no ombro, me fazendo voltar a realidade.
- Cuidado. - Ela diz. - Está ouvindo isso?
Ouço sibilos, mas não vem de uma direção correta, vem de todas as direções.
- O que é isso? - Pergunto.
- Górgonas ! - Disse Zoe, em tom assustado. - Eu já matei uma, Esteno. Mas sua irmã, conseguiu fugir. Essas criaturas não são fáceis de matar, fique atenta!
Começo a olhar em volta, tudo está escuro, os sibilos continuam. Apenas uma leve luz da adaga que Zoe me deu, ilumina um pouco a minha volta. Zoe disse que matou Esteno, já li sobre as górgonas em algum lugar... Mas não me recordo. Zoe deve ter passado muito tempo aqui, na escuridão. Estava perdida em meus pensamentos quando algo se joga em cima de mim.
Era a tal górgona.

P.O.V Zoe

- Euríale! Como é bom vê-la novamente, queria ter o prazer de te matar, mas você fugiu com medo! - Digo, zombando de Euríale. - Agora, saia de cima dela e lute como um verdadeira górgona que você é! - Como oussssssa? - Diz Euríale, em um sibilo.
Euríale sai de cima da mulher que resgatei do touro de colchis, e vem em minha direção. Euríale é bem mais lenta do que sua irmã, que matei anos atrás. Porém, é bem mais astuta. Terei que usar a inteligência. Euríale pula em minha direção, enfio minha espada em seu estômago. No mesmo momento, sai um líquido amarelado e brilhante. Era seu sangue. Euríale se afasta e sibila palavrões em uma língua que não entendo, mas pelo seu tom de voz, fica bem claro.
- Zoe... Zoe... Você sabe que não pode contra mim. Eu te ajudei quando você chegou aqui, sei tudo sobre você, Sei do seu passado, sei das suas fraquezas, eu sei do seu Maycon! - Ela diz, rindo num tom demoníaco.
- Cala a boca! - Digo, com lágrimas nos olhos.
Quando ela disse isso, ela atingiu meu ponto fraco. Euríale pula em cima de mim.
- Adeusssss, Zoe. - Ela diz, com prazer ao ver minha dor.
Estou esperando pela minha morte, lenta e dolorosa, quando Euríale dá um berro de dor e se desmantela em pó. Era a estranha mulher que resgatei do touro de colchis, com uma expressão horrorizada, ela havia enfiado a adaga que dei para ela nas costas de Euríale.
- Você está bem? - Pergunta a mulher, me estendendo a mão.
- S-sim. - Pego na mão dela e ela me puxa. - Desculpe... Eu... Fui fraca...
- Zoe, tudo bem, eu te entendo... - A estranha mulher disse, com o olhar piedoso.
O homem em meu cavalo começa a gemer de dor.
- Temos que ajudá-lo, rápido! - Me levanto rapidamente, pegando minha espada do chão e indo em direção ao meu cavalo.
A mulher me segue, e continuamos a andar pela floresta sombria.