O infeliz retorna

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- E então, quem vai ser o primeiro? - Nilce perguntou, dando um sorriso.

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P.O.V Leon

- Espere, antes de minha morte, posso fazer um teste, hã... Senhorita? - Perguntei.

Nilce se virou para mim, curiosa. Virou a cabeça pro lado e perguntou:

- O que deseja?

- É que, na verdade, sempre quis saber uma coisa... Antes de morrer. Mas para isso, preciso que fique perto de mim. - Inventei na hora.

Zoe me olhou, um pouco confusa. Victor não demonstrava nada. Nilce me olhou, curiosa, deu um sorriso e levantou uma sobrancelha.

- E o que deseja descobrir? - Nilce perguntou-me.

- Bom, eu faço experiências há um tempo. E gostaria de descobrir, se quando chegamos perto de alguém que amam... Ahn... Alguém comum, temos alguma reação diferente na pele. Mais especificamente, no rosto. - Respondi, um pouco encabulado.

Nilce abriu um sorriso, revelando seus dentes. Ela apenas balançou a cabeça, dizendo que sim. Nilce então começou a se aproximar. Ajoelhou-se, e aproximou seu rosto do meu. Senti um cheiro de perfume, com certeza, não era dela, conhecia seu perfume. Quando ela estava bem próxima de mim, olhei fundo nos seus olhos. Estavam vagos. Aquela não era a Nilce. Seu rosto estava super próximo do meu, sentia sua respiração. Então, num impulso, dei-lhe um beijo. Nilce me jogou para longe e gritou:

- O que está fazendo?

Olhei perplexo. Não havia funcionado. Tinha mesmo perdido Nilce para sempre? Olhei para Zoe em busca de ajuda. Ela parecia mais chocada do que eu. Olhei para Victor, mas ele não estava mais lá. Franzi o cenho.

- Onde está Victor? - Perguntei.

Zoe olhou e abriu a boca. De repente, no canto da sala, ele apareceu, batendo palmas. Ele tinha um sorriso sombrio no rosto. Nilce olhou para os lados, confusa. E por um momento, vi clareza em sua visão.

- O-O que está acontecendo? - Ela perguntou. - L-Leon...

Nilce começava a correr para mim, quando Victor estalou os dedos, e seu corpo ficou rígido.

- Paradinha aí, Nilce. - Victor disse.

- Q-Quem é você? - Zoe perguntou, assustada.

- Não está óbvio, Love? - O suposto Victor disse.

Zoe ficou pálida, e uma gota de suor escorreu de sua testa.

- M-M-Maycon... - Zoe disse, gaguejando.

- Em cheio, love. - O Victor, que na verdade era Maycon este tempo todo, disse.

Olhei para Nilce, ela soltava uma lágrima. Finalmente enxergava com clareza.

- Solte ela! Pode me punir! Mas deixe ela, e todos em paz. - Gritei.

Maycon estalou os dedos novamente, e revelou sua verdadeira forma. Ele riu, maliciosamente.

- Olha pra você, bancando o herói. Leon... Leon... Leon... Você sabe que não quero você. Você sabe quem eu realmente quero. - Maycon disse, e apontou para Zoe.

Zoe desviou o olhar, triste.

- Veja, podemos fazer da forma fácil, ou da forma difícil. - Maycon disse.

Maycon então estalou os dedos novamente, neste momento, toda a sala se modificou para um lugar parecido com uma masmorra. Toda a sala era cercada por um abismo, tudo ficou escuro. Havia apenas tochas iluminando. Maycon então estalou os dedos novamente, e uma coisa começou a descer do teto. Quando foi pegando luminosidade, percebi que havia alguma coisa amarrado. Espere! Não era uma coisa! Era Daniel! Ele estava amarrado pelos pulsos e pelas pernas, além de não ter mais suas asas...

- DANIEL! NÃO! NÃO! SOLTA ELE! SOLTA ELE AGORA! - Zoe gritou, desesperada.

- Ah, ainda tem mais, love. Aguarde. Nilce, ande até perto do abismo e fique parada lá. - Victor disse.

- NÃO! SEU MONSTRO DESGRAÇADO! SOLTA A NILCE, SOLTA ELA! - Gritei, me debatendo, tentando me soltar.

Maycon deu um sorriso sarcástico e disse:

- Como quiser. Nilce, quero que dê passos curtos, e quando chegar até ele. Se jogue.

- Não! Eu não quero fazer isso! Leon, me ajuda! - Nilce gritou, chorando.

- Nilce, eu ordeno que pare. - Tentei.

- Esqueça, ela só pode me obedecer. - Victor disse, com um sorriso.

- Z-Z-Zoe... Nã... Faça isso. - Daniel murmurou, fraco.

Zoe começou a chorar e perguntou:

- Como você ainda está vivo?

- Simples, minha querida. Aquela luz branca, foi apenas um tempo que eu lhes dei para que eu pudesse recuperar minha força. Sabe, Daniel, me machucou bastante. Mas não pode me matar, sabe por quê? Porque todas as coisas que EU criei, não podem matar seu criador. - Ele sorriu, perversamente.

Nilce se aproximava mais do abismo.

- Pare! - Zoe disse, subitamente. - E-Eu fico com você, para sempre se desejar, mas solte-os. Solte-os! Eu imploro!

Maycon estalou os dedos e Nilce parou há um passo do abismo.

- Veja, espero que não tenha truques, pois neste abismo, não tem como a Nilce se salvar. Ou você acha que eu não fiz um escape neste jogo? Se ela cair, ela volta ao mundo real, entretanto, caindo de uma altura imensa, obviamente ela não sobreviveria a queda. A escolha é sua, love. - Maycon explicou.

- Não tem truque. Solte-os, e eu serei sua. Isso inclui Daniel! Devolva as asas dele, e solte-o! - Zoe disse.

- Como quiser, love. - Maycon disse. - Tudo por você.

Então, Maycon estalou os dedos. Num piscar de olhos, eu, Nilce e Daniel fomos parar na cabana de Zoe. Soltos. Daniel estava inconsciente, e Nilce, completamente assustada. Ela correu para me abraçar e chorou em meu ombro. Notei uma coisa ficando escura no chão. Por algum motivo, a luz estava se dissipando. Não pode ser... Não agora, por favor...

Leon e Nilce - True Love ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora