𝚃𝚘𝚐𝚎𝚝𝚑𝚎𝚛 || 𝒔𝒑𝒓𝒐𝒖𝒔𝒆𝒉𝒂𝒓𝒕

Chapter 13

POV LILI

Ao fim de algumas horas, acabámos por ir para as nossas casas. Decidimos que voltaríamos mais tarde para as ver, mesmo que elas não percebam que estamos ali. E claro, se tivessem alguma informação nova para nos ligarem. Passei praticamente a noite toda acordada, quando adormecia sempre tinha o mesmo pesadelo, os médicos a nos informarem que elas não conseguiram resistir, a melhor opção era ficar acordada.

Já são quase sete da manhã, então vou até à cozinha tomar um café da manhã adiantado. Pego em um pacote de suco de laranja e coloco em um copo. Ouço passos vindos das escadas.

- Também não consegue dormir? - pergunto a Camila que aparece entre as sombras.

- Não, só penso... - responde e eu bebo um gole da bebida.

- ...na Mads e na Nessa, é eu sei. Sem elas não é o mesmo. - a interrompo, completando a sua frase. Cami se enterra no banco do balcão e acena com a cabeça em concordância.

Só passou apenas um dia e já sinto a falta de ambas. Da alegria que elas irradiam.

Comemos o café da manhã e ficamos algum tempo vendo o que passa na tv mesmo. Uma música calma começa repentinamente a tocar e se propaga chegando até aos nossos ouvidos. Camila corre até seu quarto e eu corro atrás dela. Pega o celular que está em cima da cômoda e atende a chamada. Se vira para mim e, sem fazer barulho algum, diz "É o Kj". Percebo o que tenta transmitir através de leitura labial.

- Sim, está tudo bem. - ele está preocupado, que fofura. - Melhor agora que você ligou.

Cami se senta na cama e começam a falar de algo que não entendo muito bem. Me olha, aparentemente zangada. "O que eu fiz?" pergunto baixinho. "O meu carro!" afasta o celular por alguns segundos da sua orelha, só espero que quando lhe contar o motivo ela me desculpe.

- A Lili manda beijos para o Cole! - jogo a almofada que estava no fundo da cama, mas erro miseravelmente. Jogo outra e quase acerto, mas Camila se esquiva a tempo. - Tchau. Também te amo. - desliga a chamada.

- Qual a necessidade? - me deito ao comprido na cama.

- Só paguei na mesma moeda. E é bom que você tenha uma boa desculpa, porque se não sou eu que taco a almofada da próxima vez. - diz, meio a brincar, meio a sério. Senta-se na sua cama, pronta para ouvir cada detalhe.

- Ontem ao fim da tarde o Kj chegou. Lembra que eu tive de sair porque estava alguém a ligar-me? Então, era o Cole! Ele me convidou para ir a casa dele já que o Kj não estava. - Cami ouve cada palavra que digo com extrema atenção.

- Um bom motivo, mas e o que aconteceu depois? - questiona entusiasmada.

- Peguei seu carro e fui até lá. Me perdi pelo caminho, passei muita vergonha, mas acabei por chegar lá. - falo, e assim que termino Camila revira os olhos.

- E não aconteceu mais nada? - como é suposto eu explicar como aconteceu, o que eu senti naquele momento, sem morrer de vergonha?

- Você ligou logo, não aconteceu nada de mais. - me olha surpreendida, ela me conhece demasiado bem, sabe que quando digo que "nada de mais" aconteceu, é porque algo aconteceu.

- Vocês...

- Não! Ainda não. - sua face passa de surpresa para triste e de volta para surpresa.

- ENTÃO VOCÊ QUER?! - nossos vizinhos vão nos odiar depois disso.

A música calma volta a tocar. Fico envolta nos meus pensamentos. Será que é recíproco? E se ele não gostar de mim? Um monte de questões vagueiam pela minha mente.

- ELAS ACORDARAM! - a chamada termina, assim como o meu questionário. Pulamos de alegria, os vizinhos que se ferrem.

Corro para o meu quarto, pego a primeira roupa que vejo, no caso a que comprámos juntas ontem, e a visto. Escolho um dos meus pares de tênis e uma bolsa. Ligamos para os garotos e contamos a novidade. Eles insistem em virem nos buscar e nós aceitamos.

[...]

Seguimos até ao mesmo quarto onde estivemos na noite anterior. Todos os sentimentos voltam. Camila contou que o médico parecia confiante, mas nunca se sabe.

Assim que entramos, o meu olhar se dirige para as duas, já acordadas.

- Os ferimentos estão já quase todos tratados, a maioria era superficial. Não houve nenhum dano a nível psicológico. A Madelaine, devido à força da colisão, fraturou o pescoço, é importante então ficar em repouso por algum tempo para não ser necessária uma intervenção cirúrgica.
Já a lesão da Vanessa foi no joelho. Esta foi mais difícil de perceber, pois demorou algum tempo a inflamar e só aí se tornar óbvia. Esta foi mais subtil, mas não deixa de ser perigosa. - explicou o médico antes de sair.

- Como estão? - pergunta Camila que vai, junto comigo, até elas e abraça uma de cada vez, tendo o devido cuidado com Mads.

- Já estive melhor, mas dizem que na próxima semana já nos devem dar alta. - afirma Vanessa e um grande sorriso preenche a cara de ambas.

- Sentimos muito a vossa falta. - aperto levemente a mão das duas.

- E nós a vossa. - fala Madelaine e todos nos abraçamos com cautela. Não faço ideia do que eu faria sem elas.

- Eu falei que tudo ia dar certo. - sussurra Cole em meu ouvido quando terminamos o abraço.

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Adoro terminar os capítulos com uma frase do Cole.

Eu sei que está curto, mas eu queria muito atualizar para vocês não ficarem muito tempo esperando saber o que aconteceu com a Mads e com a Nessa.
Votem e comentem muito para eu continuar.

/Inês💕